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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Nacionalização do circuito das vacinas 

Não seria a primeira vez que o Estado faz asneira da grossa no que diz respeito à compra de vacinas da gripe. Desta vez o Ministério da Saúde vai distribuir as vacinas da gripe através dos Centros de Saúde, gratuitamente, para os maiores de 65 anos - ou seja, para a maioria da população a vacinar. Arredam-se as farmácias do seu papel natural e nacionaliza-se o circuito de distribuição de vacinas - mais uma medida socializante de um Governo dito liberal.


Algumas dúvidas se levantam: Em tempos de crise, quanto custa esta operação? E qual o benefício pretendido (sabendo que a distribuição gratuita para o doente também poderia ser assegurada pelas farmácias)? Há condições nas estruturas do Estado - nomeadamente de manutenção do circuito de frio e de controlo farmacêutico - para uma distribuição com os padrões de qualidade minimamente necessários? Todas as marcas de vacinas da gripe são dispensadas nos Centros de Saúde ou só uma é a "eleita"? Porque dispensa receita médica este novo modelo de vacinação?

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Peliteiro,   às  16:34

Comentários:

 

Mais uma porrada rara as farmácias.
Soma e segue.
E anda aí meio mundo a padir concorrência!

 

 

 

De facto é uma medida que levanta muitas questões, sobretudo no que concerne à relação deste governo (e dos antecessores) com o lobby da industria. Quando toca a mexer na despesa do estado com medicamentos, já sabemos quem são os últimos a sofrer com descidas de preços, que são sempre acompanhadas de contra-partidas - o facto da despesa com medicamentos nos hospitais ter continuado a subir nestes anos de aperto das farmácias é um bom indicador desta parasítica relação.
Quanto às condições, penso que dentro do PNV há mais vacinas que necessitem da cadeia de frio assegurada, logo não seria um problema (lembro-me assim de repente da vacina para o HPV). De resto, é uma medida que prima pelo populismo fácil (aposto que tem dedo do Pedro "Lambreta" Soares...), sem vantagem nenhuma para estes utentes, desde que se assegurasse que também seria adquirida e administrada gratuitamente nas farmácias.
# por Blogger GreenMan : sábado, setembro 22, 2012

 

 

 

Green, quantidade. Quantidade, capacidade, gradiente térmico...
# por Blogger Peliteiro : sábado, setembro 22, 2012

 

 

 

Sim, será mais uma derrota para a farmácia...
Mas vou mais longe:
É o resultado da tese mirabolante, correia campestre & cordeiro pascal, da farmácia " polivalente".
A ultrapassagem das competências dos enfermeiros não estava esquecida.
Saí mais barato ao estado e dá aos enfermeiros o prazer de ver as suas revindicaçõs atendidas.
Cá se fazem cá se pagam!
# por Anonymous Anónimo : domingo, setembro 23, 2012

 

 

 

Duvido que saia mais barato ao estado. Sabemos bem que a custo-efetividade não é o forte do estado.

Por outro lado, em muitas zonas do país não há centros de saúde. Mas há farmácias.
# por Blogger Azrael : domingo, setembro 23, 2012

 

 

 

Concordo com a medida na sua generalidade. Devem ser os centros de saúde a administrar, vigiar reações alergicas e controlar toda a vacinação aos utentes. Se os utentes não se podem deslocar aos centros de saúde, podem os enfermeiros ir a casa. Agora a grande questão é saber se é justo que TODOS tenham direito á vacinação gratuita da gripe. Há muita gente que tem boas reformas que podem muito bem pagar a vacina.
# por Anonymous Anónimo : domingo, setembro 23, 2012

 

 

 

«Devem ser os centros de saúde a administrar, vigiar reações alergicas e controlar toda a vacinação aos utentes.»

Já agora, a todos os outros medicamentos...
# por Blogger Peliteiro : domingo, setembro 23, 2012

 

 

 

A administração da maioria dos medicamentos DEVE ser uma competência nossa. A vacina da gripe enquadra-se neste caso, e até parece que melhorou a cobertura da vacinação. Mas já estamos habituados a que ignorem as evidência quando tomam decisões deste género.
Capacidade, gradiente térmico e quejandos, o problema é idêntico nas farmácias, não tapemos o sol com um tamis...
# por Blogger GreenMan : domingo, setembro 23, 2012

 

 

 

Green, vou fazer um desenho: qualquer armazèm de distribuição farmacêutica tem capacidade para armazenar milhares de vacinas da gripe em arcas firgorìficas potentes, com monitorização contìnua de temperaturas e respectivos alarmes, medidas com termòmetros calibrados, com gradientes tèrmicos estudados por ensaios realizados por laboratòrios acreditados independentes e auditados por organismos de certificação e seus competentes e experientes auditores ;) Os veìculos que transportam essas vacinas são refrigerados e capazes de proporcionar ambiente tèrmico controlado. As farmàcias possuem igualmente condições de armazenagem refrigerada para grandes quantidades de vacinas.
Como hà muitas mais farmàcias que centros de saùde e muitos mais armazenista de farmàcia que armazèns do Estado a cadeia de frio para milhares de vacinas concentrada num curto de espaço de tempo è assegurada como?
# por Blogger Peliteiro : domingo, setembro 23, 2012

 

 

 

Concordo com o primeiro parágrafo do homem verde e com a resposta do peliteiro. Pode nem tudo ser perfeito no circuito do medicamento mas a capacidade instalada não é comparável.
# por Blogger Azrael : domingo, setembro 23, 2012

 

 

 

Vacinas de graça para os
" velhinhos" ?

Onde é que eu já vi isto?

Seria nos genéricos de um conhecido aluno que orneia na Sorbonne?

-João Roxo-




# por Anonymous Anónimo : domingo, setembro 23, 2012

 

 

 

" A administração da maioria dos medicamentos DEVE ser uma competência nossa."

Então também querem ir aos hospitais administrar a medicação aos doentes? Atavés de dispositivos que mal conhecem, como sondas nasogástricas, catéteres venosos centrais...etc? hummmm...e também inclui a terapêutica via rectal? Bem, nos dias que correm, seria o descalabro do SNS, ter profissionais nos hospitais apenas pra administrar medicação, ainda por cima com melhores salarios que os que actualmente a administram. Gostaria muito que os farmacêuticos das várias farmácias onde recorro quando necessito,fizessem ensinos aos clientes sobre a medicação (efeitos secundarios,reações etc) que compram, pois o que eu vejo é apenas a simples dispensa de "mercadoria", não muito diferente da que faz a rapariga do Pingo Doce! Isso sim, seria um verdadeiro trabalho de farmacêutico, colmatando as falhas dos médicos, que muitas vezes não explicam nada aos doentes.Fazerem um atendimento mais personalizado e menos com consultas de estética e venda de maquilhagem que agora também existe em muitas farmácias.

Ana B.
# por Anonymous Anónimo : domingo, setembro 23, 2012

 

 

 

Cara Ana B.
Quando me referia a farmacêuticos, eram obviamente os de farmácia comunitária onde a maioria dos medicamentos utilizados não precisam de grandes conhecimentos técnicos para ser aplicados e não põe grandes problemas de segurança. A vacina da gripe enquadra-se perfeitamente neste caso. Nos hospitais, e com medicamentos de maior complexidade, é óbvio que é um trabalho para quem se especializou a fazê-lo.
E concordo com a descrição que faz do que devia ser o trabalho do farmacêutico comunitário. O problema é que neste momento de crise (e noutros no passado) espera-se que prestemos esse serviço de borla. Será que os enfermeiros também querem fazer clisters de borla? Eu sei que não quereria...

# por Blogger GreenMan : domingo, setembro 23, 2012

 

 

 

Esta medida é de explicação fácil:
Os Laboratórios, prevendo uma taxa de vacinação, devido à crise, bem abaixo à de 2011 (que já tinha descido em relação a 2010), e não querendo ficar com uns milhares de vacinas "em casa", movimentaram o "lobby" junto do MdS e, assim, o Estado paga, resolve-lhes o previsível problema, faz figura de benemérito e ainda "entala" as Farmácias.
# por Anonymous Anónimo : domingo, setembro 23, 2012

 

 

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