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Amanita muscaria

Impressões de um Boticário de Província

Desde 2003


terça-feira, 30 de setembro de 2003

As varandas da minha casa são um dos meus melhores investimentos que até hoje fiz. Há muitas formas de gastar dinheiro e de investir, há muitas formas de desfrutar o dinheiro que conseguimos amealhar.
Eu cada vez gosto mais do sítio onde moro. Tenho um prazer enorme em ficar serenamente a contemplar o mar. Não há noite em que antes de me deitar não admire o mar escuro, não há dia em que ao acordar não espreite o horizonte, analise as ondas, as nuvens e os ventos. E antes de sair de casa, por mais atrasado que esteja (sempre), "desperdiço" uns minutos a olhar o mar, a tomar fôlego para enfrentar o mundo cão que lá fora me aguarda.
Esta noite a maré está baixa, muito baixa mesmo, as rochas estão emersas, o sargaço bamboleia com as ondas muito suaves que se estiram pela areia e emitem um som agradável e reconfortante. Não se vê ninguém. Hoje vou dormir bem.
Sou quase um lobo do mar, a terra firme já me agonia.
No fundo sou um viciado. Só que não utilizo Lexotan, olho para o mar e acalmo-me; nem Valium, olho para o horizonte e relaxo-me.

Peliteiro,   às  00:30
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segunda-feira, 29 de setembro de 2003

Hoje, já ninguém anda à boleia.
Por um lado é mau; significa que o mundo está mais perigoso e menos solidário.
Por outro lado é bom; os viajantes, os jovens em particular, já não precisam de mendigar transporte, mesmo em deslocações de lazer.
Eu andei muito à boleia. Desde os últimos anos do liceu, na faculdade e na tropa. Recordo ainda muitas peripécias e histórias.
Também dei muitas boleias, quando comecei a conduzir. Depois fui ficando mais medroso, logo mais selectivo - se é que se pode seleccionar o perigo pelo aspecto de alguém (uma vez dei boleia a um rapaz com bom ar, que mal entrou no meu carro disse, sem niguém lhe perguntar nada: olhe eu saí agora da prisão de Paços de Ferreira, cumpri pena por tráfico de droga, e preciso de emagrecer 20 Kg; estou a pensar ficar um mês sem comer, a não ser laranjas, o que é que acha?
Lembrei-me de escrever sobre a minha larga experiência de boleias, quando aqui abordei o tema da atenção, como sendo o bem mais escasso dos nossos dias. Porque durante umas quatro horas senti que não existia para o mundo, senti-me um fantasma invisível, com necessidade de me beliscar para confirmar que estava mesmo ali e não vivia uma experiência extra-sensorial. Partilhada, por acaso, com o meu companheiro de jornada, que teve exactamente a mesma sensação.
Vou contar. Paciência. Eu e um amigo dos “Corsários das Ilhas” saímos de Coimbra logo pela manhã (11horas mais ou menos) de uma sexta-feira para virmos passar o fim de semana á terra.
Ele era um grande campião de boleias. A sua façanha mais conhecida ocorreu quando um dia numa saída de Madrid, se pôs á estrada com um cartaz tamanho A4 com a inscrição do nome da aldeia dele em Guimarães: “Ronfe”. Passou um camionista dos têxteis, que satisfeito por encontrar um conterrâneo tão afastado de casa, para além de lhe pagar o almoço e o jantar, o deixou mesmo á porta de casa.
É que tudo tem a sua arte, existe (ou existia) uma estratégia da boleia. Pode usar-se o polegar ou um cartaz; o objectivo do destino pode ser ambicioso ou cauteloso, ou seja utilizar as estradas principais ou fazer cidade a cidade; o cartaz pode ser generalista – “Braga” - ou apelar ao bairrismo – “Famalicão”. Convém não esquecer que dantes o país era muito maior: Lisboa era mesmo muito muito longe; e os condutores sabiam pouco de geografia: “Santarém é lá para baixo, depois de atravessar o Tejo”.
Bom, continuando, lá fizemos Coimbra – Anadia, depois Águeda, um trânsito caótico para atravessar as pontes, S. João da Madeira (aqui uma vez, numa segunda feira de manhã, cheio de malas com roupa, chouriços e presunto, apanhei uma boleia de mota, naquelas de 50cc muito velhas, com um capacete tipo penico e o senhor, simpático, ainda me convidou para um café e bagaço), até que chegamos ao Porto (uma vez vim a um Boavista-Académica em cima de um camião carregado de bananas verdes, eu e uma colega, debaixo do oleado e de uma chuva miudinha; o Major foi impecável, pagou o almoço a 70 estudantes e meteu-nos a todos lá dentro do estádio).
Lá fizemos uns quilómetros a pé, porque dentro das cidades é difícil a boleia, e colocamo-nos na saída para a Via Norte. Já eram umas 5 da tarde. Por sorte tinhamos comido uma sopa, no Pompeu dos frangos, que um dos nossos patrocinadores nos tinha oferecido. Azar, a concorrência era enorme, uma fila bem ordenada, por ordem de chegada; e muitos magalas, que tinham sempre mais saída.
E foi aí que aconteceu a dita sensação de não existência. Passaram duas, três, quatro horas, fez-se noite e toda a gente apanhou boleia. Nós não descolávamos. Usamos todas as tácticas, separámo-nos, escondemos as malas, desviámo-nos para o início da via, afastámo-nos, enfim, tudo! De início os carros ainda faziam aquele gesto mentiroso mas reconfortante, apontando com o indicador para baixo, em sinal de que iam para mesmo para ali a seguir.
Depois não. Nem nos viam, passavam a conversar, puxavam os óculos, olhavam para a esquerda e para a direita, ligavam o rádio. Ignoravam-nos completamente, a partir de dada altura, desaparecemos para o mundo.
Ainda optamos por fazer como a malta do râguebi que andava sempre a mostrar o rabo, por tudo e por nada, mas antes disso resolvemos sentar-nos.
Não valia a pena o esforço, iamos ficar ali para sempre, como numa espécie de magia negra, tinhamos sido transformados em pedras da valeta.
Ficamos sentados um bom pedaço, calados, já não nos viamos um aos outro. Geralmente vinhamos aos pares porque ensaiávamos teorias, filosofia “du café” (ainda não havia blogues), falávamos de política, namoradas, projectos para o futuro e esperanças, díziamos mal dos profes, ou seja, conversávamos, coisa para que hoje há pouco tempo. Mas a conversa esgotou-se.
A partir daí, hoje, não me lembro de mais nada. Mas cheguei a casa por certo, tarde mas cheguei.
Curioso como a memória apaga os maus momentos e deixa apenas as venturas.

Peliteiro,   às  00:16
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sexta-feira, 26 de setembro de 2003

Apreciem, meus caros, o ódio e a inveja que destila um blogueiro médico relativamente aos farmacêuticos. Já aqui falei na "Guerra das Cruzinhas"; ora aqui está um magnífico exemplar do fel expelido pelo médico explica medicina a intelectuais.
O tipo não fala de mais nada. Nada de interesse, pelo menos (mesmo assim foi classificado como o melhor da semana no Mata-Mouros, grande amigo). Obsessão.
O blogue até tinha um projecto de intenções com algum interesse. Mas a pose não enganava; arrogava-se o meco, desde logo, como um sabe-tudo, e a terminologia é a de um supra-sumo, um ser iluminado "São tantos os dislates que se ouvem e lêem...".
Em tempos fartei-me de o aturar e mandei-lhe um imeil a informá-lo que ia processá-lo por difamação e calúnia. O homenzinho assustou-se e acalmou-se. Como se eu fosse perder tempo com uma alimária destas.
Deve ser um clinicozeco-geral enterrado num centro de saúde, escriturário de receitas, um médico do 25 de Abril, que pediu transferência de História para Medicina e fez o curso em 4 anos, à custa de passagens administrativas.
Agora está tramado, acabaram-se as férias nas Maldivas à custa dos laboratórios. Tem que viver com o miserável ordenado de funcionário público e conviver com os colegas Ucranianos (de dia estão nas obras, à noite fazem bancos nas urgências), Guineenses e Espanhois.
Doutorzinho explique-me lá o que quer dizer cotovelalgia?
Deixe lá os farmacêuticos em paz, preocupe-se com os problemas da sua classe.
E interesse-se mais pelos doentes.

Peliteiro,   às  23:54
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quinta-feira, 25 de setembro de 2003

Este servidor anda muito falheiro. Já perdi três ou quatro textos, prontinhos, que quando carrego post e publish, desaparecem.
Um enorme esforço de criação que já foi desperdiçado, uma perda para a humanidade. Quero uma indemnização. A culpa é do governo. O ministro devia demitir-se já.
Os responsáveis pelas desgraças que volta e meia acontecem, deviam ser demitidos em cascata. Não tem interesse nenhum demitir um director geral se não forem demitidos antes os reponsáveis mais directos pelas tragédias.
No caso da ponte da IC19, por exemplo, o engenheiro que fiscalizou a obra de via ter demitido os operários que andaram lá na ponte a examinar as obras. O engenheiro era, a seguir, demitido pelo chefe de operações. O chefe de operações era demitido pelo chefe de divisão. Este pelo director de zona, que a seguir era demitido pelo director regional. Finalmente o Director do Instituto, o secretário de Estado, até chegar numa espécie de princípio de Peters, ao máximo nível da incompetência.
Doutra forma os incompetentes mantém-se na cadeia e não adianta nada despedir o chefe, ele nem faz ideia do que se passa, estava entretido numa inauguração qualquer, numa vernissage ou numa festarola. A seguir vem outro como ele e tudo fica na mesma.
De que adianta cortar o rabo à lagartixa?

Peliteiro,   às  10:09
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quarta-feira, 24 de setembro de 2003

Em dias de futebol não há doentes. É um fenómeno que observo há anos, quando ocorre alguma coisa que prende a atenção das pessoas, das massas, os doentes desaparecem .
E não se trata só de doenças ligeiras, com tratamento adiável, tipo: thenho umass coissass na phontha ba linghuass mass nom shei o que é!!
Dizem que em certas tribos o feiticeiro decreta a morte de um indivíduo, ele morre pela certa, passado algum tempo, com uma paragem cardíaca.
Presenciei dois casos, próximos no tempo, quando era um jovem analista clínico, num hospital de província profunda, que nunca mais hei-de esquecer e que muito marcaram no que respeita ao encarar da doença e da morte.
Sempre que havia suspeitas de enfarte de miocárdio, era chamado com urgência para entre outras análises fazer a determinação das enzimas CK e CK-MB. Um dia deu entrada uma mulher, nos 60, obesa, muito agitada, que dizia enérgica e repetidamente que ia morrer; parecia bem; o laboratório era mesmo ao lado da sala de OBS, e eu ouvia bem a sua voz; de repente deixei de a ouvir. Passados uns tempos, entrou um homem calmo e sereno, idoso, da montanha, que no Domingo passado sentira uma forte dor no peito, que irradiava para o braço esquerdo; era quarta-feira, e ele esperara pelo dia da feira, único dia em que passava a "carreira" lá na aldeia, para ir ao hospital; era um enfarte do tamanho de uma casa, mas ele sobreviveu.
Coincidência, destino?
Outra história no mesmo local. Um Domingo logo pela amanhã fiz uma colheita a um doente, e no fim disse-lhe carregue com o dedo neste algodão (no braço). E fui à minha vida. Liguei as maquinetas, fui cumprimentar as médicas, calibrei as maquinetas, fui tomar café com as médicas, preparei os reagentes e lá fiz as análises que havia para fazer. Mais uma urgência, mais isto, mais aquilo, aparece uma enfermeira simpática a perguntar se eu sabia do Senhor; não não sei, já despachei as análises dele há muito. Lá fui almoçar com as médicas, cafézinho, como é que está a urgência, está calma, vamos ter um bom resto de dia, ainda bem, estamos fartos de aqui estar, um dia de sol tão lindo e nós aqui presos, todo a gente a passear, pois é, é a vida. A sala de colheitas era ao pé da minha casa de banho, ia eu para lá, a escovar os dentes, quando vejo o velhinho. Surpreendi-me. Lá estava ele a segurar o algodão, com o dedo espetado no braço.
Estou muito melhor, já não me doi nada, até já tenho fome, posso ir-me embora?

Peliteiro,   às  11:51
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terça-feira, 23 de setembro de 2003

Val de Pereiras 

A propósito das Feiras Novas de Ponte de Lima, romaria minhota em que não pude estar este ano por motivos de trabalho - mas que recomendo a todos os que gostam de uma festa rija - lembrei-me de fazer mais um espaço publicitário.

Bem sei que é contra todas as regras da blogosfera. Mas quero lá saber. Afinal, sou um blogueiro independente, um out-sider, com muita dificuldade em andar em rebanhada e cumprir regras consensuais. Por acaso irrita-me a panelinha dos bloguistas portugueses: lincam-se e citam-se uns aos outros numa espécie de curto circuito, elegeram alguns gurus que veneram desmesuradamente, dizem as mesmas coisas, no mesmo estilo, e por aí fora. Ao menos a mim mandam-me imeiles a dizer que eu sou um parvalhão, um parolo, que tenho uma "imaginação delirante a roçar a paranoia", que o trenguices é uma porcaria, etc, etc.

Bom, mas a verdade é que este apontamento publicitário de hoje, se deve ao facto de eu não ter nada que me perspective algum prazer na escrita. Ou seja, não tenho nada que valha a pena para escrever, estou oco e bacoco, sem veia, murcho, acéfalo, como de costume aliás.

Então, lá vão as normas ás ervilhas, vou falar na "Casa do Farmacêutico" de Ponte de Lima, a "Quinta do Convento de Val de Pereiras". Embora propriedade dos Farmacêuticos está aberta aos turistas em geral.
Vale a pena lá passar um fim de semana.
A cinco minutos a pé do centro da vila (e dos restaurantes, das papas e do arroz de sarrabulho, do loureiro branco, dos doces minhotos), fica situado num ambiente campestre e sossegado que nos permite desligar completamente do bulício do dia a dia.
O complexo está bem conservado, com bons quartos, contando ainda com piscina, quadra de ténis, e acesso a várias actividades e comodidades: "Clube Naútico, Clube de Golfe, Montanhismo, percursos de bicicleta, percursos pedestres, passeios a cavalo, passeios de Jipe, e ainda provas de Vinhos".
Os preços não nada caros, são normais para a categoria deste turismo rural.
Aproveitem a vida, meus caros.











Peliteiro,   às  23:55
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domingo, 21 de setembro de 2003

Terrorismo biológico 

Era mais um jogo do campeonato, o fêquêpê esmagava uma equipeca qualquer, hoje à tarde, quando percebi uma mensagem subliminar.
Havia ali imagens que me eram familiares. Humm. O meu sexto sentido chamava-me a atenção para qualquer coisa de importante.
Lá fui puxando pela minha memória ram, procurando nos ficheiros mais antigos, eis senão quando se faz luz:
Era uma cabala, uma imensa cabala, maior que a dos socialistas.
O estádio das Antas estava a ser invadido! Não por extraterrestres, nem pelos da Al Quaeda, nem sequer por Espanhois. Muito pior.
O estádio das Antas estava a ser invadido por parasitas intestinais. Disfarçados, claro. Havia imensos ovos embrionados por todo o lado. É um golpe mesmo muito sujo. Parasitas intestinais, quem se lembraria de um plano tão diabólico?
Fica aqui o alerta para o mundo, de uma nova forma de terrorismo biológico. Terrível, nojento.

Aqui ficam os indícios que eu captei, mas se calhar haverá mais, muitos mais.



Ovo de Ascaris lumbricoides disfarçado de Galp













Ovo de Schistosoma mansoni disfarçado de Vodafone
















Gentes de bem fiquem alerta!

Peliteiro,   às  22:18
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sexta-feira, 19 de setembro de 2003

Estava de férias, ao fim de uma tarde de praia, entra-me pela casa dentro um meco que vinha para consertar umas persianas. Muito bem.
Fui tomar uma banhoca, creme hidratante, barba bem feita, camisinha bem passada, calcinha branca e:
o Dr. ajuda-me aqui a subir esta persiana que é muito pesada para um homem só?
Concerteza.
Se quiser instalo aqui um sistema de elevação eléctrico, automático e inteligente... Erga mais. Assim. Não. Chega. Para baixo. Para cima...
Sujei-me e suei-me todo, e no fim, toma lá 45 "ouros" por meia hora de trabalho e material Aki.

Hoje estava eu bem ferrado a sonhar com os amanhãs que cantam, toca à campaínha outro meco. Lá vou abrir estremunhado e diz ele:
Venho soldar uma cama de ferro e aplicar uns reforços.
Não sei de nada, digo eu, tem a certeza que é aqui?
Tenho, diz ele, não é a casa de fulano de tal?
Sou eu de facto. De certeza que me avisaram mas não liguei meia, e é verdade que tenho umas camas de ferro antigo e os rapazes estão a ficar mais pesados. Faz favor de entar.
E lá me deitei eu para gozar o quinto sono.
Nem me tinha revirado duas vezes, batem à porta do meu quarto. Olhe, está pronto, vou-me embora.
Vai lá vai, pensei.
São 50 "ouros".
50 "ouros"??? As pupilas dilataram, os pelos eriçaram, as orelhas arrebitaram, os musculos contraíram, a pele descorou e esfriou, o ritmo cardíaco acelerou, um cheiro a adrenalina exalou, a cricóide oscilou, a boca secou e vociferei: vai roubar pá estrada ó pederasta!!!
Não disse nada!...
Paguei como um cordeirinho, factura para quê, só os pategos pagam impostos, muito bom dia, até uma próxima, obrigadinho.

E ainda há quem se mate a estudar para tirar um curso de aconselhamento psicossocial ou de gestão da comunicação empresarial?

Peliteiro,   às  23:34
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No meu zapingue entre o jornal das 10 na 2 e o das 11 na 5, estive a ouvir na 1 um casal de putos a cantar uma versão do "com um brilhosinho nos olhos" do Sérgio Godinho.
Muito bons os jovens, gostei mesmo, boas vozes, boa interpretação, boa coreografia, talento.
Muito melhor que os canastrões de sempre, que já dá fastio ver na TV e em todo o lado; convidam-se para os programas uns dos outros e são sempre as mesmas carentonas. Está na hora de mandar para o lar do comércio alguns deles. Venham os novos.
Se há quem diga que esta geração é rasca e a juventude está perdida , deve ser porque tem medo da concorrência, já que há rapaziada nova com muito valor.

Peliteiro,   às  23:14
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Hoje ouvi um anúncio de um iogurte que desde que comido uma vez por dia, seria responsável pela redução da colesterolémia em 15%, em apenas duas semanas, . Mais ou menos isto.

Eu por acaso consigo melhor, basta deitar o paciente durante uma meia hora, e por hemodiluição consigo os ditos 15%.

Mas vamos ao que interessa. O anúncio é verdadeiro? O que tem este iogurte que os outros, desnatados, não tem? Quem o atesta, onde estão os resultados dos ensaios clínicos? Que leis regem este tipo de publicidade, que responsabilidade tem os seus emissores?
Um novo medicamento que se vangloriassse destes resultados teria um longo e tortuoso caminho até ser aprovado e lançado no mercado farmacêutico. E um iogurte? O iogurte é seguro, tem efeitos secundários, contraindicações ou interacções?

A margarina becel também diz que reduz o colesterol; e há também chás e ervas e óleos e trinta por uma linha. E temos o aloe vera que dá para o cancro, males da figadeira e bisicula (no Porto diz-se: estou foleiro), hártrojes e bicos de papagaio, espinha seca (fiz um taco e um roxis, sabe?), sangue gordo e costrol, iisgutamentos, cinlulite, cicatriza feridas e chagas, e agora o aloés até é usado como detergente para limpar tijoleira e louça de casa de banho.

A conversa está a ir para o lado dos remédios naturais, mas não era para aí que eu queria ir - nada mais estúpido que dizer: é natural por isso não faz mal -, nem sequer para a charlatanice que campeia nas medicinas alternativas. Um destes dias falo nisto.

Resumindo, o que eu quero dizer é que se deve distinguir bem o que é um alimento, um suplemento nutritivo, nutriceuticals e medicamentos. E que não se devem enganar as pessoas.

Peliteiro,   às  00:12
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quinta-feira, 18 de setembro de 2003

Nãao gosto nava do novo coordenador nacional da luta contra o SIDA.
Um pavão, o Meliço Silvestre.
Em Coimbra era conhecido pelo "Melicinho", um exemplo vivo de que na velha Universidade, filho de profe tinha que ser profe, mesmo que fosse um cretino.
Fala muito para o espelho e vê-se que se tem em altíssima consideração.
A ver vamos.

Peliteiro,   às  00:17
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quarta-feira, 17 de setembro de 2003

Ontem tive uma ideia para ganhar mais uns trocados.

Não é nada elegante e funcional um profissional diligente, logo pela manhã, ter que sujar as maõs e perder tempo a ler os imensos jornais diários, pejados de inutilidades. Se for o jornal comunitário do bar da empresa ou do café do bairro, ainda tem que se sujeitar às migalhas do croissant e às dedadas da meia-torrada do antecessor e a esperar pela vez. Nada cómodo, vulgar.

Era muito melhor entrar, com uma certa distinção e categoria, no escritório, no dito bar ou café, no metro ou no táxi, a ler umas finas folhas A4 impressas a laser e com apresentação esmerada. Fino; sem vulgaridades.

A ideia era eu acordar cedo, comprar uns diários e fazer um “Público DIGEST”, um “Jornal de Notícias DIGEST” e um “Diário de Notícias DIGEST”, enviar por imeil para os meus assinantes, que imprimiam os textos, e voilá: notícias com um toque de requinte. Um sucesso.

Pegava nos jornais e eliminava a publicidade, os artigos de opinião, a necrologia, as notícias da aldeia de para-trás-do-sol-posto e da república de o-quinto-dos-infernos, os editoriais, suplementos e classificados. Escaneava então as notícias relevantes do dia, apagava ainda umas linhas de considerandos jornalísticos, e hélas: o extracto objectivo do que há de novo hoje.

Um cêntimo por dia, daria para o cliente 3 euro por mês; acessível. 10.000 assinantes daria, para os meus cofres, 30.000 euro num mês. Fantástico, genial!

Ontem tive a ideia, hoje desisti. O despertador tocou às 6 e eu não acordei; quando saí à rua, comprei um jornal, fui para a esplanada ensaiar o projecto, mas o meu poder de síntese resumiu o jornal a duas linhas. Um destes dias tento outra vez.

Peliteiro,   às  23:50
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terça-feira, 16 de setembro de 2003

Para perceberem como um farmacêutico, desde que conheça o medicamento, lê uma receita médica:


De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, nao ipomtra a odrem plea qaul as lrteas de uma plravaa etaso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo.
O rseto pdoe ser uma tatol csãofnuo que vcoe pdoe anida ler sem gnderas pobrlmea. Itso é poqrue nós nao lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.

Cosiruo não?

Peliteiro,   às  23:38
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segunda-feira, 15 de setembro de 2003

Pá!
Este blogue, o muito mentiroso, do GOVD, Grupo Operacional de Vigilância Democrática, está forte!
Alguém se arrisca a muito.
Calúnia, contra-informação, verdade?
A parada deve estar bem alta.

Peliteiro,   às  23:31
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Hoje tive uma enxaqueca com aura, com uma intensidade brutal.
Não, não foi uma ressaca. Esta é bem pior.
Van Gogh; Starry nightPressente-se que qualquer coisa se vai passar, presumo que uma sensação parecida com o início de uma crise de epilepsia. Depois vem as perturbações de visão, um desfocamento inicial e depois, de uma forma insidiosa, uns brilhos incomodativos, uns pontos de luz repetitivos que nos atormentam. A capacidade de concentração desaparece e como que saímos do nosso próprio corpo em levitação externa; as mãos parecem-nos estranhas e distantes, as vozes distorcidas e diabólicas; é como estar a ser possuído por um espírito malígno; e fico sempre à espera de vociferar umas profecias, como um bom aúgure. A seguir vem a dor. As meninges descolam do cérebro, as conjuntivas secam e mirram, a mucosa nasal aquece e espessa, os musculos perdem o tónus e rangem. Aflitivo!
Felizmente só me acontece de longe a longe.
Mas isto é incapacitante, mesmo com um cocktail de drogas não abrandou; por isso no fim de almoço fugi para o meu ninho, bem escuro, e dormitei umas horas.
Acordei meio obnubilado e lá arranjei vontade para vir dar um passeio com a minha prole.
Que inveja, já há muito que não saía à rua ao fim da tarde. Tanta gente que tem uma vida tão bonita, saem cedinho do trabalho, passeiam, vão ao ténis (lá ia o futuro eterno candidato à câmara do Porto, Dr. Fernando Gomes, impecavelmente penteado e aprumado), à natação, ao parque infantil, brincam e conversam com os filhos, andam de bicicleta, fazem compras... Bem bom.
Um fim de tarde agradável mesmo assim, soube bem, no pain no gain. E entretanto já consigo olhar para o ecran do PC.

Peliteiro,   às  22:57
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domingo, 14 de setembro de 2003

Esta tarde uma espécie de mini-helicóptero, com motor de secador de cabelo, tipo libelinha amarela, meteu-se a fazer piruetas em cima da praia. Milhares de banhistas ficaram em posição de “ó parolo olha o balão”. E o parvo do piloto, empolgado por tão numerosa assistência, insistia e repetia as proezas.
Por acaso o camelo estava mesmo por cima de mim, e não desarmava, voltava sempre ao mesmo sítio. Eu só pensava na maquineta a cair, a explodir, e as hélices a deslizar pela areia como uma ceifadora, a cortar braços e pernas e pescoços.
Disse para o meu filho: Vai a casa buscar a caçadeira de canos cerrados. E lá foi ele. Quando chegou, armei uns zagalotes de chumbos nº1 e sal grosso, fiz mira e esperei que ele se afastasse para cima do mar. Disparei seis pares de cartuchos, e a libelinha, como que parou no ar, ouviu-se uma pequena explosão, seguida depois por uma enorme e estrondosa. Alguns estilhaços chegaram ainda ao pé de nós. Poucos segundos depois a carcaça fumegante afundava-se lentamente, no mar revolto.
A praia inteira, levantou-se e numa enorme gritaria saudou os meus certeiros tiros. Todos a bater palmas, numa unânime aclamação. Carreguei a caçadeira e disparei mais umas quatro morteiradas para o ar. No fim soprei o fumo com cheiro a pólvora que saía dos canos. Um delírio, um sucesso.
Ora, não foi bem assim, mas é quando menos se espera que ocorrem os acidentes. Depois lá tinham que vir os directores gerais e ministros, os da capitania e os reguladores de tráfico aéreo, dizer que a culpa não é de ninguém, que é tudo uma questão de teoria do caos.
Quem deve punir o irresponsável do piloto? Eu, na tropa, tirei a especialidade de morteiros, da arma de Cavalaria. Para a próxima uso mesmo o método da morteirada.

Peliteiro,   às  23:34
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O bem mais precioso dos nossos dias é a atenção.
Se tempo vale escudos, atenção vale euros.
Ninguém nos ouve, ninguém nos liga, somos muitos.
Os publicitários devem sentir isso de uma forma angustiada, já ninguém ouve, lê, ou sequer vê os anúncios. Os nossos cérebros estão programados para eliminar as mensagens publicitárias: num jornal não adianta fazer um anúncio de página inteira, porque passamos por ela e nem a vemos; na TV, nos espeaços publicitários mudamos automaticamente de canal ou vamos à casa de banho.
Quem ouve os políticos, quem liga ao conflito Israelo-Palestiniano, à ocupação do Iraque, aos incêndios florestais, e às notícias dos jornalistas? Quem quer saber do deficit, do buraco de ozono, do tratado de tordesilhas, da questão de Olivença, ou das conferências do Prof. Marcelo? Tudo isto, ouvido uma vez, atinge uma dimensão distante, impessoal, longínqua, estranha. Quem quer saber disso?
Mesmo os conteúdo sexuais já não movem ninguém, maminhas ao léu e coisas que tal já não perturbam nem os menos avisados. Quem, hoje, iria até Madrid para ver o censurado “O último tango em Paris” ou quem muda de canal para ver o NUtícias?
A informação é imensa, e cai-nos em catadupa. Se formos ao “google” e pesquisarmos uma palavra, por mais rara que ela seja, por exemplo priapismo, somos inundados por incontáveis referências mais ou menos contaminadas por lixo e contrainformação. Há mais de 2.000 blogues em Portugal; ninguém os lê. Todos sabem falar de tudo mas, é sempre pela rama. A nossa capacidade de memória é limitada; só sabemos os títulos, as gordas, nunca aprofundamos a matéria. Excesso de informação gera superficialidade.
Falta de atenção rima também com solidão. A solidão é um fenómeno massivo, vivemos rodeados de pessoas e, no entanto, cada vez mais sózinhos; a solidão não é um sentimento exclusivo dos mais velhos, manifesta-se nestes, de uma forma mais aguda, mas atinge-nos a todos.
Os pais não dão atenção aos filhos, e pagam isso em Barbies ou Action Man. Os filhos não dão atenção aos pais, e pagam isso metendo-os em lares de luxo. Os maridos nem olham para as mulheres, mesmo que elas pintem o cabelo e façam lipoaspirações, e pagam isso em joias e futilidades. As esposas desprezam os maridos, mesmo que eles façam ginásio para derreter a barriga, e pagam em ingenuidade falsa e botões-de-punho.
Um dia vi uma senhora, numa bicha interminável á entrada do Porto, a gritar por socorro, em pânico, aterrada, histérica, pois o seu carro, encostado à berma, estava a começar a arder. E estava mesmo, a avaliar pelo fumo que saía do capot. Pois ninguém a ajudou, ninguém tinha um extintor, ninguém a sossegou, ninguém se dispôs a perder o lugar na bicha e a chegar atrasado mais uns minutos. Eu, covardemente (ou cobardemente, tanto faz), também não, e depois senti remorsos e vergonha. Mas ela não existia, era um holograma, não mereceu a atenção de nem um condutor.
Estamos cada vez mais isolados na nossa ilha deserta.

Peliteiro,   às  22:50
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Afinal esteve mais calor do que o previsto.

Peliteiro,   às  22:46
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quinta-feira, 11 de setembro de 2003

Mentirosos, andam para aí a dizer que vem uma vaga de calor, para nos hidratarmos bem e comprarmos muita cerveja, para faltarmos ao trabalho e fugir para lugares frescos, e afinal:


Dia-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Máx (C) Mín (C)

Qui 11 Set----------------------------------------------------------------------Predom. de sol------26°C------17°C
Índice UV: 7 Alto

Sex 12 Set---------------------------------------------------------------------Parcial. nublado------27°C------16°C
Índice UV: 7 Alto

Sáb 13 Set---------------------------------------------------Parcial. nublado-----27°C-----16°C
Índice UV: 7 Alto

Dom 14 Set-------------------------------------------------Parcial. nublado-----26°C-----15°C
Índice UV: 7 Alto


Seg 15 Set---------------------------------------------------------------------Parcial. nublado------24°C------15°C
Índice UV: 7 Alto

Ter 16 Set----------------------------------------------------------------------Parcial. nublado------23°C------15°C
Índice UV: 6 Moderado

Qua 17 Set---------------------------------------------------------------------Parcial. nublado------23°C------15°C
Índice UV: 6 Moderado

Qui 18 Set----------------------------------------------------------------------Parcial. nublado------24°C------14°C
Índice UV: 6 Moderado

Sex 19 Set----------------------------------------------------------------------Parcial. nublado------23°C------14°C
Índice UV: 6 Moderado

Peliteiro,   às  00:24
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quarta-feira, 10 de setembro de 2003

A cidade que nunca dorme. Uma cidade nunca dorme.
As cidades logo pela manhã enchem-se de pessoas. É incrível ver a multidão que anda na rua logo pela manhã. Uns acordam para trabalhar; outros não sei. É que acordar cedo não é sinónimo de ser grande trabalhador. Por exemplo, os funcionários públicos e os manga de alpaca levantam-se cedo, picam o ponto pontualmente, e depois bocejam o resto do dia para cima de umas papeladas bolorentas. De manhã vê-se sempre gente a deambular pelas ruas, a ver montras, a preencher totolotos, a ver passar carros e o povo. Ao domingo a mesma coisa, uns a lavar carros, outros de fato de treino largo para esconder a barriga, a olhar para lado nenhum. De Verão e de Inverno. E assim vai passando o dia.
Porque despertam tão cedo algumas pessoas? Não é muito melhor ficar na caminha, quentinha, naquele limiar entre realidade e sono? Devem ter o sono leve, insónias, ou então não gostam da casa ou das pessoas onde moram. É um mistério. Devem deitar-se cedo também; mas, e as telenovelas?
Depois há os gandulos da noite. Gosto de apreciar aquelas figuras que ficam pela noite dentro a não fazer nada, num cafezinho sem interesses, quase vazio, a beber uma mini e a enrolar o fumo do tabaco, sem falar com ninguém, pálidos; depois o café fecha, ficam só as moscas e baratas e eles saiem para a rua, encostam-se a uma esquina e lá ficam; de vez em quando aparece um parceiro, mas quase não falam, já foi tudo dito há uns meses atrás. Outros há que ficam em casa. Conheço um especimen no Porto que fica na janela, até às cinco da manhâ, a fumar muitos cigarros, sózinho, deve ser vampiro ou espião do KGB; só o vi uma vez de dia, de cor macilenta, barba por fazer, unhas amareladas – terá uns quarenta anos -, dentes cariados, escanzelado. E há a outra fauna nocturna, da farra, das boites e bares de alterne, dos copos. E os larápios, malabaristas e vigaristas, e os da droga. E aqueles que passeiam cães a sujar os jardins e os passeios. E há gente nova, que se diverte, sem compromissos de horários, de férias, enamorados. Este ano apercebi-me até de um fenómeno engraçado, como iluminaram a praia, há grupos a jogar futebol às três da manhã, a fazer piqueniques à hora do jantar, a ir à água à meia noite, a jogar às cartas pela alvorada; gente que gosta de praias sossegadas.
É a diversidade de ritmos circadianos. Os horários são cada vez mais desencontrados, falta espaço para tanta gente. Já não se respeita o sol.
A tendência, adivinha-se, será a das cidades que nunca dormem, com horários para todos os gostos e necessidades.
Eu, se me for permitido escolher, fico com o turno da noite, deitar às 4 e levantar às 12!

Peliteiro,   às  23:53
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terça-feira, 9 de setembro de 2003

Porto das Francesinhas 

É verdade, as melhores francesinhas do mundo - petisco típico do Porto e arredores - saboreiam-se no Brasil. Mais precisamente na cidade de João Pessoa, capital do Paraíba, mais precisamente ainda no "Porto das Francesinhas".
Incrível! Ou talvez não. Se calhar não é assim tão extraordinário, pois se a melhor pizzaria do mundo não é no sul de Itália, porque é que a melhor francesinharia do mundo teria que ser no norte de Portugal. É a globalização!
Sendo assim, qualquer português que se preze quando for para o Nordeste Brasileiro, tem que visitar a "Meca" das francesinhas. E vale a pena ir a João Pessoa, porque para além de ser uma cidade calma, pacata e amistosa, tem também a praia mais fantástica e sensacional onde já estive: a "praia da areia vermelha", ao largo quando a maré baixa, emerge uma suave colina que se transforma numa praia maravilhosa, e onde é possível estar deitado na areia, tendo como toalha uma fina película de água tépida e como vizinhos cardumes multicolores de peixinhos simpáticos; quando a maré desce, como por magia, a praia lentamente desaparece, os turistas e os vendedores ambulantes (aqui são todos ambulantes) zarpam nos seus barcos para terra firme.
Mas voltemos ao “Porto das Francesinhas”. Neste embaixador da culinária Portuguesa é possível ainda, apreciar outros pitéus que nós tão bem conhecemos e tanto apreciamos, como por exemplo: pataniscas, bolinhos e punheta de bacalhau, filetes de polvo, chouriço assado em aguardente, bacalhau à Braz, pastelinhos de nata e uma boa lista de vinhos do douro e verde.
Uma delícia, imperdível.






Para terminar, é mandatório fazer aqui um post scriptum (ainda tentei fazer em letras miudinhas, mas não consegui), pois muito embora a apreciação seja objectiva e verdadeira, convém sublinhar que o Porto das Francesinhas é da minha irmã Paula e que eu, modestamente, participei na elaboração da fórmula do molho, o segredo, fazendo benchmarking junto do cozinheiros do "Capa Negra", do " Galiza" e de outros afamados mestres, e mandando bitaites numas férias de Natal em que fizemos uns ensaios pantagruélicos em série.

Peliteiro,   às  00:05
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domingo, 7 de setembro de 2003

Que significado tem, nos dias de hoje, uma aliança de casamento?
Variará, concerteza, de pessoa para pessoa ao longo de uma vida e ao longo dos tempos. Para alguns, se calhar, não tem significado, é um hábito.
Uma aliança é uma forma de piercing, não invasivo, um piercing externo.
Mas perdura no tempo e o seu uso é generalizado, novos e velhos, urbanos e rurais, ricos e pobres, cultos e analfabetos. Mesmo as várias tribos de jovens, contestatárias e radicais, não abandonam as velhas alianças. Pode mudar o modelo, a espessura, o brilho mas o anel lá figura em toda a gente, talvez demostrando que no fundo no fundo, os anseios mais básicos são iguais para todos.
E o significado, a mensagem implícita?
Olha lá, eu sou casada, não te metas comigo, não me "amandes" piropos nem me faças olhos de carneiro mal morto;
Olha lá, eu sou casado, podes perfeitamente falar, jantar, dançar e sei lá que mais comigo, que eu não conto nada a ninguém, muito menos ao teu marido;
Eu sou um homem feliz e emocionalmente estável, bem me pode dar o emprego que eu não saio da rotina das 9 às 5, nem armo confusões;
Nem com a clássica desculpa da alergia aos metais a minha mulher me deixa andar desanilhado;
Eu já não sou nenhum bébé, até já sou casada;
Eu não sou assim tão horrível, consegui casar;
Sou católico, casado, fiel e com muito gosto;

Cada caso é um caso, cada casa é um caso.

Peliteiro,   às  22:18
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E o troféu das modas mais irritantes deste Verão vai para: trotinetas eléctricas e fios de chaves ao peito.
De repente meio mundo, aparece com um fio ao peito servindo de porta-chaves. De onde surgirá esta moda? só reparei neste Agosto, e quando reparei, passei a ver centenas, por todo o lado.
As modas tem uma força brutal, e o efeito de imitação é enorme. Todos diferentes, todos iguais?

Peliteiro,   às  22:18
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Olivença é nossa!

Peliteiro,   às  22:00
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sexta-feira, 5 de setembro de 2003

Dantes era tudo mais simples.
Por exemplo,
o virus herpes simplex tipo 1 era o herpes labial, e o herpes tipo 2 era o genital.
"HSV-1 is found primarily in and around the oral cavity and in skin lesions above the waist, whereas HSV-2 is isolated primarily from the genital tract ans skin lesions below the waist."
Mas agora isto está tudo muito mais confuso.
Ainda hoje vi umas análises, que determinavam o HSV-2 como agente causador de uma faringite, num homem.
Como é que eles lá chegaram?

Peliteiro,   às  01:34
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Saí de casa às 8 e cheguei às 23 H, com um intervalo para um prego no pão. Amanhã, hoje aliás, sexta, "pego" ao meio dia e "despego" às 21 H de Sábado; non stop.
Mas então nunca mais chega a reforma?

Peliteiro,   às  01:13
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quarta-feira, 3 de setembro de 2003

Para chegar ao Porto, desde a Póvoa, passam-se por três (três!) zonas de obras: Mindelo, Leça e nó de Francos. Três! No mínimo, noventa minutos para trinta e tal quilómetros. Inacreditável! Quem foi o idiota que se lembrou de trazer para cá o Euro-2004? Que falta de respeito por quem trabalha. Não podiam diferir a execução das obras?

E como posso continuar a ter tempo e ideias para escrever blogues?
E como hei-de ter paciência e energia para ouvir os velhinhos e os depressivos?

Por falar em doentes depressivos, julgo que os doentes de psiquiatria são dos mais difíceis para o farmacêutico, são aqueles que mais necessitam de apoio e incentivo, até pela resistência usual em aderirem à terapêutica.
E seria aqui, que equipas pluridisciplinares, constituídas por farmacêuticos, psiquiatras, psicólogos e clínicos gerais trariam sinergias benéficas para o doente. Mas não, cada um no seu quintal, cada um em cima das suas tamancas, cada um a puxar dos seus galões, e o doente de maço para cabaço.
Então, desde que se instalou a fraticida “guerra das cruzinhas” (na receita) - potenciada pela esperta e sabida indústria - as relações estão cada vez mais azedas. O que se discute é quem escolhe o laboratório, quem tem o poder que há-de resultar em mais uns tostões e umas esferográficas e umas férias nas Caraíbas. E o doente, desorientado, sem perceber nada, que nem uma barata tonta.

Para ilustrar a ideia que na farmácia se devia ter mais tempo e atenção para com os doentes, lembro-me de um episódio triste, dizem que verídico, que poderia ter sido evitado:
- Diz um farmacêutico júnior para um farmacêutico sénior: Dr., este senhor vem do médico e agora diz que se vai matar.
- O sénior passa distraído, atarefado, apressado, e diz, bem disposto: faz muito bem, eu um dia destes também me vou enforcar (e ri-se) esta vida é difícil, complicada, e doi-me tanto a cabeça… e continua o seu caminho, completando as parvoíces, meio a falar consigo mesmo, meio a falar com ninguém, numa conversa de ocasião e sem sentido.
Passadas umas horas, o homem é encontrado morto.
Suicídio por enforcamento!

Peliteiro,   às  00:09
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terça-feira, 2 de setembro de 2003

A evolução tecnológica no século XX foi vertiginosa; nos últimos 10 anos essa evolução foi ainda mais rápida. Um exemplo simples: quem há dez anos imaginaria que os Portugueses andariam, quase todos, na rua de telefone na mão?
No entanto, os medicamentos realmente inovadores que surgiram nos últimos anos são escassos. E mesmo assim, verifica-se que as inovações se dirigem, sobretudo, a doenças crónicas típicas de sociedades de abundância e, temos também, o Xenical para a obesidade, o Viagra e o Cialis para a disfunção eréctil, o Propecia para a queda de cabelo...
Será que está tudo inventado? E os milhões que morrem de malária? Porque quebrou a espiral de evolução no desenvolvimento farmacêutico?
Uma das razões é o facto de as grandes empresas multinacionais farmacêuticas - uma indústria realmente global - gastarem cada vez mais em marketing e publicidade (o orçamento de marketing destas empresas parece que é maior, mesmo percentualmente, que o da Coca-Cola) e cada vez menos em investigação.
As outras razões não sei - suspeito apenas - mas vou tentar descobrir.

Peliteiro,   às  00:04
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segunda-feira, 1 de setembro de 2003

O Dr. Hipólito de Aguiar, farmacêutico, escreve no 2º caderno do “Expresso” um artigo muito diplomático, em que afirma que “no nosso país gastamos cerca de 27% do orçamento da saúde com medicamentos, o montante mais elevado de todos os Estados da União Europeia”.
É muito!
Mas parece-me sobrestimado.
Quem sabe com rigor qual a parcela que é gasta com medicamentos nos hospitais? Quanto se gasta em horas extraordinárias no ministério da saúde? E quem sabe ao certo qual é a despesa total da saúde?
Diz também que este ano se espera uma poupança de 60 milhões de euros pelo aumento do consumo de genéricos. E que mais poupanças se esperam? Quem mais vai participar no esforço para viabilizar e melhorar o SNS? E para onde vão ser reencaminhadas estas poupanças?

Peliteiro,   às  00:00
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