<$BlogRSDUrl$> Impressões de um Boticário de Província
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Amanita muscaria

Impressões de um Boticário de Província

Desde 2003


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

Cloreto de Etilo 

exalar

Hoje ouvi (mal, estava a jantar) uma notícia num telejornal sobre a utilização do spray de Cloreto de Etilo para fins menos ortodoxos, na Guarda.
Grande notícia, essa é velha, qualquer Farmacêutico sabe que o Cloreto de Etilo que está indicado para conseguir analgesia rápida em lesões desportivas, é muitas vezes utilizado para inalações profundas com resultados nada Olímpicos.

Os Farmacêuticos conscientes recusam sistematicamente a venda desse produto. Como de muitos outros produtos. É que os efeitos de um medicamento não se limitam ao que vem escrito na bula... Estou a pensar num, vulgar de Lineu, que mata mesmo! E nos sais de fruto com sabor a citrinos que dispararam as vendas desde que perderam a categoria de medicamento e passaram a ser vendidos nas mercearias.

Esta é uma das razões para os medicamentos, mesmo quando aparentemente inofensivos, não se venderem indiscriminadamente nos hipermercados (há muito que não se fala nisso e eu julgo que sei porquê...)

Peliteiro,   às  22:55
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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004

O banho 

Abundância

Um dos mistérios desta vida, para mim, são os banhos. Alguém me explique como é possível não tomar banho todos os dias.
(Perdi cinco minutos a tentar arranjar uma forma de escrever este texto sem expor os meus hábitos higiénicos, mas vai ter que ser, pareço o Gomes.)
Eu, dia em que não tome um banho, bem quente, de vinte minutos, ao acordar, não é dia. Por três razões: é bom, desperta-me, e lava-me. Só esta interessa aqui. No Verão tem que ser dois banhos. No fim encharco-me de desodorizantes e perfumo-me com uma noz de Vicks Vaporub, que dá um aroma a feromonas...

Falando da função lavar: presumo que um adulto que não se lave todos os dias ficará sujo, engordurado e transpirado.

Então como é possível que alguns adultos não o faça e mesmo assim tal não seja óbvio, pelo menos ao nível olfactivo? Será que há uma situação de dependência do banho? Porque é que um cavador, depois de oito horas ao sol, chega a casa e só lava as extremidades? Eu ficaria com terra até ao pescoço e com um cheiro nauseabundo detectável a quilómetros!

Um dia, o ano passado no Verão, quarenta graus à sombra, estava a explicar uma receita complicada, de um dermatologista muito conhecido no Porto, a um doente.
- Dizia eu: ora, logo após o banho aplica este creme aqui e aquele acoli...bla, bla, e e ele a olhar para mim, angustiado.
- E pergunta o doente: e nos dias em que não tomo banho?
- Bom... Com este calor esse problema não se põe...
- Sabe, é que eu não sou muito dado a banhos, ouvi dizer que faz mal, estraga a pele!
- Mas sabe...
- E não me vai obrigar a tomar banho todos os dias, por um lado tratava-me, por outro estragava-me!
Apurei o olfacto, aproximei-me discretamente, e o que é certo é que o homem nem cheirava mal.
Mistério! Que explicação científica terá este fenómeno?

Peliteiro,   às  22:22
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Receitas electrónicas 

Receitas electrónicas: Claro que sim, não podemos ficar "atados" a práticas antigas e atrasadas.
Muito bem a Ordem dos Farmacêuticos ao promover uma evolução importante. Ainda por cima uma evolução fácil e imediatamente exequível; pelo menos por parte das Farmácias...

Peliteiro,   às  21:58
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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

Avanços tecnológicos 

Quando comecei a trabalhar em laboratórios - aí por 1988 (estou velhinho!), no Hospital de Fafe - era um mundo de tubos de ensaio, microscópios, corantes, precipitações, purificações, reagentes, matrazes e uma parafernália de aparelhómetros barulhentos que tinham que se calibrar, afinar e conhecer as manhas. Havia um certo ambiente de alquimia e arte, só ao alcance de alguns iniciados.
Hoje um laboratório parece uma casa de máquinas de uma nave espacial. De um lado entram amostras, do outro saem resultados. Rápido, limpo, silencioso.

Mas não, não sou dos que sofrem da nostalgia de tempos passados em que o homem era útil, ao contrário de hoje em que não passa de um mero adjunto da máquina. Talvez não sejam precisos tantos homens, mas o homem é que manda, é que pensa, é que sabe, que relaciona, que conhece.

Não sei quem obterá melhores resultados, se o modelo antigo se o moderno. Tudo dependerá do homem; nas mãos dele estará a diferença, nos dias de hoje, entre um Laboratório e um Resultório.

Peliteiro,   às  23:03
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Factos e opiniões 

Ainda haverá alguém que não concorde que o FCP é, de longe, a melhor equipa Portuguesa, a única de categoria Europeia?
Que jogaço este contra o Manchester! Nem sei porque não estive lá...
FCP

Peliteiro,   às  21:37
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terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

Compromisso Portugal 

Teriam ouvido as opiniões destes empresários no Compromisso Portugal?


Peliteiro,   às  22:17
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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

Certificação 

Ando a estudar a hipótese de certificar a qualidade deste blogue. Era engraçado ter um blogue certificado pelo IPQ, com símbolo e tudo...

Peliteiro,   às  00:56
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Fechado para férias 

Vou passar o Carnaval no Gerês, onde não terei acesso á Net. Portanto não editarei nenhum texto nos próximos dias.
O que não quer dizer que não anote algumas "Impressões", até porque para além de não ter Net, também não vou ter televisão, nem rádio, nem sequer energia eléctrica (a EDP é desesperante, que nervos!!!). Vou dar asas à introspecção e à imaginação.
Até breve.

Peliteiro,   às  00:55
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Pasteleiras 

Hoje estive a ver bicicletas. A minha pasteleira marca ye-ye está a desfragmentar-se, precisa de reforma.
Estes novos modelos são bizarros, desconfortáveis, não se consegue uma posição de sentado, parecem-me pouco ergonómicas. Mas estarei enganado, se toda a gente as usa, será porque são melhores.
Agora ao que nunca me conseguirei adaptar é aos selins. Duros, estreitos. Se fosse o Pipi diria que foram feitos para rotos; e quanto mais caras as biclas, mais duros e estreitos, quase lâminas...
Pensando bem, enquanto não sair uma roda, vou continuar com a pasteleira; além disso é bem pesada, enferrujada e sem mudanças, e como a intenção é fazer exercício - é o ideal!

Peliteiro,   às  00:47
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terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

Aveiro 

Continuo a pensar que são inadmíssiveis estas manifestações em frente aos tribunais.
Lá vi no telejornal os mesmos do costume. Mais o Dr. Strecht Monteiro, Director da Maternidade Julio Diniz, em cima de um palanque (é Director Hospitalar e Socialista, por isso tem prática))) a discursar para a povo.
Não é por eu ser contra a despenalização do aborto quando utilizado como método contraceptivo e por julgar que essa despenalização faria disparar o número dessas ocorrências.
É, simplesmente, porque penso que o tribunal deve ser respeitado e as discordâncias devem ser manifestadas bem longe...

Peliteiro,   às  22:36
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Massacre 

Suspeito que o jogo com a Inglaterra é o pontapé de saída para um massacre memorável.
Todos os dias, a toda a hora, vamos ter oportunidade de enjoar de futebol até que termine o Euro; nas televisões, nos jornais, nas rádios o tema vai sempre ser o mesmo.
Não há notícias? Tomem lá com futebol!

Se neste país se desse tanta importância a áreas estratégicas e vitais como se dá ao futebol, de cereteza que não estavamos na "cauda da Europa".

Peliteiro,   às  22:22
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004

Já toda a gente viu 

world press photo 2004
Já toda a gente viu esta imagem, mas quem é pai percebe-a melhor.

Peliteiro,   às  22:06
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Estou a perder leitores! 

O mercado tem sempre razão. Se estou a perder leitores é porque estou a perder interesse.
Hoje já vi o telejornal da TVI e apreciei, com atenção, os tiques da Manela.
Vou mudar de temas. Estive a analisar os termos de entrada desta página na procura do Google e cheguei à conclusão que a palavra com mais sucesso era sexo, depois pipi (o que teria contecido ao meu - dele - pipi?); curiosamente havia uma procura com "bichas" + "Porto" - demorou 5 segundos por cá, ainda bem.
Amanhã vou comprar o "24 horas" e depois o "Tal e Qual", a "Maria", a "Nova Gente"...
E falar muito de sexo. As audiências justificam-no!

Peliteiro,   às  21:58
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Puartoo! 

Fez muito bem o Mourinho em deixar-se empatar com o Benfica.
Este país detesta quem se destaca pelo mérito.
Se tivesse perdido teriamos que aguentar com horas e horas de reportagens, manchetes gloriosas e discursos inflamados. Se tivesse ganho, mortificavam-se os árbritos, ressuscitava-se o "sistema", havia cortes de relações e muitas ralações.
Assim, tudo na mesma como a lesma, o povo é sereno, e somos todos cinzentos-cinza.
Aprende Mourinho, eles gostam é de tipos simpáticos. Se são incompetentes, ou aldrabões, ou hipócritas, ou ladrões, isso não interessa. A simpatia é que interessa.
Ri-te Mourinho, mostra os dentes e diz umas baboseiras, que eles têm a memória curta e daqui a pouco já te adoram.

Peliteiro,   às  21:54
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sábado, 14 de fevereiro de 2004

Clonagem 

A Ciência é livre e indomável, cumulativa e irreversível.

Livre e indomável porque são inatas e irreprimíveis, no homem, a curiosidade e a ambição; nenhum regime político, credo religioso ou constrição social poderá eliminar o progresso científico.
A Inquisição contrariou a ciência, mas “contudo a Terra move-se”; Mao, no “Grande salto em frente” e na “Revolução cultural” tentou eliminar o desenvolvimento e o saber mas apenas atrasou o inevitável.

Cumulativa e irreversível porque a ciência se constroi num processo de estratificação de conhecimentos, atingindo níveis cada vez mais altos.
Qualquer estudante universitário sabe mais Física do que Newton; as suas descobertas revolucionárias, à época, são hoje facilmente entendívéis por todos.
Uma regressão científica é impensável e só seria plausível num cenário catastrófico.

É por isto que o domínio da tecnologia da clonagem humana é inevitável. Uma questão de tempo.

A Ciência pode ser detida e utilizada por aquilo a que se pode chamar as forças do bem e as do mal. Juízos subjectivos, claro. Compete-nos apenas tentar limitar os efeitos daquilo que contraria as nossas convicções éticas e que desrespeita a vida humana.

Peliteiro,   às  01:24
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Póvoa do Ave 

A Póvoa do Ave ainda dá que falar.
Desta vez regista-se o excelente trabalho do jornal Terras do Ave que ausculta as opiniões dos Presidentes de Câmara, dos dirigentes de Instituições sociais, Associações comerciais; Comunicação social e Desporto.
De reter os números quando analisados no âmbito da Área Metropolitana do Porto, especialmente: "A nova área seria a maior, com 231,1 km2, praticamente um quarto de toda a AMP."

Peliteiro,   às  01:05
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Bloga-me mucho 

Caro Besugo:
Ontem estava a redigir um texto em resposta ao seu quando o meu blog estourou. O que tinha escrito, hoje já me parece ultrapassado e, aliás, estou farto de falar de Farmácias.
De maneira que hoje, o que lhe quero dizer é que já há muito tempo leio Vosso blogue e que muito o aprecio pela espontaneidade dos autores, pela postura correcta e pelas matérias tratadas. Não me parece um desses blogues alinhados, em curto-circuito, do politicamente correcto e da hipocrisia.
Quando se lê alguém, fica-se com uma ideia da sua personalidade, da sua maneira de pensar e agir. Ora a ideia que tenho de si é que é um homem frontal mas tolerante, inteligente e bom profissional mas humilde, que gosta das coisas boas da vida mas responsável, amigo leal do seu amigo mas que não as guarda para dizer numa próxima... Ou seja, aquilo que faz a imagem de um transmontano típico; eu gosto de transmontanos.
Muitas vezes não concordamos um com o outro. Eu ás vezes excedo-me nas palavras, mas não leve a mal. Os Médicos e os Farmacêuticos andam desavindos. Quanto a mim mal, uma guerra fraticida que não convém nem a uns nem a outros, muito menos aos doentes; agora está-se na fase de quem começou primeiro...
Mas isso não interessa, discórdias à parte - que também são úteis - quero dizer-lhe que o respeito como Homem e como Médico e que espero que continue a dar-nos muitos e bons escritos.
Quanto ao café no Enseada, será quando o quiser. Melhor, fica(m) convidado(s) - à boa maneira Minhota - a um Rodovalho grelhado "à Peliteiro", em minha casa.

Peliteiro,   às  00:23
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004

Abruptamente 

Agora também no Abrupto se fala de Farmácias.

Começa a ser um assunto transpartidário. E eu começo a sentir-me mal na profissão de Farmacêutico, é quase um estigma, pondero seriamente a hipótese de mudar de vida. As minhas úlceras varicosas agradecem.

Já que toda a gente critica, gostava de ver propostas de alteração do regime das Farmácias que beneficiassem os doentes e a população, que melhorassem a rede de serviços farmacêuticos no país.
Propostas concretas e sérias, não palpites à Portuguesa, que avaliassem os benefícios e contemplassem as desvantagens e os potenciais "efeitos colaterais".
Eu avanço com a primeira:

Nacionalizem as Farmácias! Como é um sector dito tão rentável, uma mina de ouro, e o Estado está falido, parece ser ouro sobre azul...

Peliteiro,   às  18:43
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Que irritado estou ! 

Mar revolto

Começo a ficar farto do blogger. Até espumo de raiva!!!
Estava eu calmamente (depois de ouvir o Aurelino Costa a declamar o Cântico Negro, bem, muito bem, como nos bons velhos tempos, ali no Vermar) a escrever um texto respondendo ao Besugo quando desaparece o texto, desaparece o "Trenguices", desaparece tudo. O template endoideceu!
E eu sem cópias de nada. Sou um desmazelado. Eu é que sou o culpado!
Quem me salvou foi a memória cache do Google. Tive que andar a colar códigos-fonte e por tentativas, parece que está tudo.
Tão tarde!

Peliteiro,   às  03:15
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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2004

A leveza do que nos rodeia 

Muitas vezes penso em textos para aqui editar e depois esqueço-me. Morrem antes de nascer.

Muitas vezes não damos atenção ao que nos rodeia. Somos um povo taciturno, pessimista, da saudade e do fado. Escapa-nos o bom, o belo, o admirável. Distracções. E a repetição acarreta banalização e uma ainda maior distracção.

Um belo pôr-do-sol é um espectáculo fascinante, irrepetível. Alimenta-nos de tranquilidade, serenidade, inspiração, emoção, recolhimento, reflexão e admiração.

Ontem estava na varanda, com os meus pensamentos, e vi uma moça a sair de um carro, a correr, esbaforida. Admirei-me. Foi para a praia, sempre a correr para o nada. Admirei-me ainda mais. De repente parou. Tirou da sacola uma máquina e furiosamente disparou para o horizonte. Várias vezes, de vários ângulos.Só então me apercebi daquele pôr-do-sol. Imponente, belíssimo, incendiando o mar e os céus de tons vermelhos, como um Imperador a olhar para o Mundo, para nós, para mim. E eu não o tinha visto.

Como é possível estar na presença de um fenómeno tão esmagador e nele não ter reparado?

A vida é assim, nem sempre vemos o bom do que nos rodeia.

Procurei a minha máquina para imitar a rapariga e registar aquele momento simbólico de distracção. Pouco depois inseri a imagem, do pôr do pôr-do-sol, aqui no “Trenguices” com o título “Uma luz ao fundo do dia” e alinhei a primeira frase: “Muitas vezes não damos atenção ao que nos rodeia.”

A vida é um vendaval.
Mar bravo em maré baixa

Peliteiro,   às  22:32
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Vancomicina 

"Dez idosos internados com bactéria multi-resistente têm «prognóstico reservado»."
"Pombal: morreu um dos idosos internado"

Infelizmente, meus amigos, esta é uma notícia que havemos de ler cada vez mais vezes.
O uso racional dos antibióticos é uma miragem; tratam-se constipações com azitromicina e amigdalites com claritromicina…


Peliteiro,   às  21:18
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

Correntes d'Escritas 

Destaques para amanhã, no Correntes d'Escritas:

Escrever porquê? Escrever para quê? Às 17:30H

Apresentação do livro Embarcações de Luís Serguilha, um poeta, e velho amigo, de Famalicão que está a revolucionar a poesia Portuguesa, às 22:00H.

E mais uma sessão de poesia, pelas 23:00H, no "Vermar".

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Peliteiro,   às  23:11
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Esquerda folclórica 

À falta de propostas realistas, com utilidade prática, e simultaneamente seguindo os ideais da liberdade, igualdade e fraternidade, a esquerda abraça repetidamente causas que proporcionam parangonas e um ar fátuo de modernidade mas que são de uma utilidade mais que duvidosa para os cidadãos.

É o caso da proposta do Bloco de Esquerda sobre "prescrição médica de cannabis para cuidados paliativos nos casos de doença crónica e terminal".

O Deputado Dr. Miguel Coleta, Farmacêutico, disse na audiência parlamentar de ontem, que "não há ensaios clínicos que documentem os ganhos de saúde que tal medida poderia introduzir", realçando o "enorme desconhecimento sobre os 400 compostos constituintes da planta Cannabis sativa". Pois se há fármacos alternativos, bem conhecidos e documentados, eficazes, seguros e com qualidade, porque hão-de os políticos interferir num assunto que é, essencialmente, dos técnicos?

Os doentes crónicos e terminais bem mereciam mais respeito e atenção sob a forma de propostas que, efectivamente, os auxiliassem. Basta de folclore!

Peliteiro,   às  22:43
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Causa Nossa 

O Profº Vital Moreira não gostou nada do meu texto.
E no "Causa-nossa" diz que o seu artigo "desencadeou a fúria trenga de um boticário de província".
Não é fúria Sr. Professor, sou mesmo assim, às vezes as minhas convicções jorram em impulsos.
Com o devido respeito...

Peliteiro,   às  19:54
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Uma luz ao fundo do dia 

Varanda


Peliteiro,   às  18:38
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Correntes d'Escritas 

Hoje, a não perder:

Conferência de Eduardo Lourenço, a partir do tema: O lugar da literatura no século XXI.
Apresentação de José Carlos Vasconcelos. Pelas 15:30.

Sessão de poesia, aqui ao lado, no Novotel Vermar, a partir das 23:00H.

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Peliteiro,   às  01:24
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What's up doc? 

Não quero passar o tempo a falar de Boticas e mezinhas.

Mas ciclicamente há uns ataques cerrados (deve ser a cabala de que fala o Ferro Rodrigues!) que me obrigam a escrever novamente sobre este tema. A semana passada ouve a atoarda da Ordem dos Médicos dizendo que os farmacêuticos, malandros, substituíam as suas receitas; depois foi desenterrado um processo de 2002 e falou-se ma megaburla das Farmácias, quando apenas uma, e não propriedade de farmacêutico, estará implicada; e hoje - a cereja no cimo do bolo - uma eminência parda da esquerda bolorenta, o Profº Vital Moreira, assina um artigo no Público cujo título é sugestivo: "Mina de ouro"!

São opiniões. Cada um tem as suas, e desde que devidamente fundamentadas, todas são de respeitar. Se ele acha que um espaço de saúde com uma média de 4 funcionários é uma mina de ouro, e que essa mina de ouro lhe merece mais atenção do que os grandes empórios do capitalismo global, então lá terá as suas razões. Esperemos é que não esteja enganado...

O que me merece mais atenção e espanto é a defesa de um liberalismo económico, ainda para mais no sector da saúde, vindo de um comuna empedernido!

O Professor está muito bem informado, não há duvida, nota-se, nos pormenores, que dedica muita atenção e algum estudo a estas questões. Vou apenas - e de uma forma breve, que se faz tarde, e a mim ninguém me paga - comentar alguns pontos, em que não estou de acordo com o Profº Vital Moreira e em que penso que não foi rigoroso:

1 - O "peculiar regime" de propriedade e instalação de Farmácias em Portugal não é nada peculiar! Não conheço nenhum país na Europa em que seja completamente livre a instalação e a propriedade das Farmácias. Repare-se que são dois conceitos diferentes: instalação e propriedade. Só um liberal empedernido, ou um neoliberal excitado, é capaz de propor modificações de tanta monta a um regime que produziu um sector Farmacêutico dos melhores e mais evoluídos do mundo. É verdade, é reconhecido como tal, internacionalmente.

2 - A restrição da propriedade das Farmácias aos Farmacêuticos assenta num princípio simples que está no espírito da lei de 1965: Não há Farmácias há Farmacêuticos; aquelas são o lugar onde estes exercem a sua profissão. Em Portugal há perto de 3.000 Farmacêuticos Portugueses, donos de perto de 3.000 pequenas empresas que prestam um serviço de superior qualidade e importância às populações.
Enganem-se os que pensam que este princípio a ser alterado iria permitir o acesso ao "negócio" a investidores avulsos; quem espreita atento é o capitalismo - sim capitalismo, Profº Vital Moreira - sob a forma de cadeias de distribuição e "retalho" das multinacionais farmacêuticas, aliás já instaladas, algumas, em Portugal, tais como a Boots ou a Unichem ou a OCP, num processo de forte verticalização.

3 - A restrição da instalação das Farmácias tem como objectivo exactamente o contrário daquilo que à primeira vista se pode concluir: se fosse livre a instalação, o que aconteceria é que eu, (modéstia à parte))) profissional cuja competência técnica é reconhecido pelos doentes, fortemente competitivo portanto, não iria abrir botica em Boticas, antes o faria mesmo em frente ao H.S. João ou, se na Póvoa, junto da consulta de paramiloidose. Em Boticas será difícil encontrar um Médico, ou um Enfermeiro, mas encontra-se de certeza um Farmacêutico, seja neste preciso momento ou no dia de Natal.
Além disso a Farmácia é o único "negócio" em que sistematicamente se recusam vendas. Muitas. Todos os dias. A toda a hora. Saúde pública, tem que ser... Expliquemos isso a um patrão, ou ao senhorio!

4 - Por fim, que tenho que acordar cedo, a ditadura da lei da oferta e da procura, a influência da concorrência das Farmácias no preço dos medicamentos é mais um puro engano. É sabido que o preço dos medicamentos não é estabelecido pelos Farmacêuticos, é-o pelo estado e pela poderosa Indústria Farmacêutica.


Obviamente que nem tudo é perfeito, muito há que fazer se quisermos manter a excelência. Uma delas está precisamente no início do artigo do Professor, abrir concursos para novas Farmácias, muitas, especialmente no interior e em zonas onde a cobertura Farmacêutica é insatisfatória.

E uma explicação, minha, um pressentimento, para tanta atenção às Farmácias - veja-se o último parágrafo do artigo do Profº Vital: "Já deu para ver que só um "choque externo", desencadeado pela União Europeia, é que pode fazer alterar a indefensável situação existente neste país.": a Irlanda um país com uma prática liberal na área da Farmácia comunitária - não tão liberal quanto o Profº, no entanto - poderá propor uma harmonização da legislação respectiva a Farmácias Comunitárias - uma directiva como tanto gostam os Europeístas - durante a sua Presidência na Comunidade Europeia...

What's up, doc?

Peliteiro,   às  01:08
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2004

Correntes d'Escritas 

Começa amanhã o Correntes d'Escritas V, na Póvoa de Varzim.
Hoje é a apresentação do filme "Fascínio" de José Fonseca e Costa, baseado na obra do escritor brasileiro Tabajara Ruas.
Vou lá e já volto.

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Peliteiro,   às  21:07
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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2004

Quem quer ser milionário? 

Procurando estar atento às tendências deste nosso país, venho revelar as minhas conclusões sobre o único modo de se fazer dinheiro, hoje, em Portugal.
Como conseguir, num quadro de crise económica, comprar um ou dois palacetes, um grande Mercedes e um Ferrari, passar férias de sonho na Polinésia e nas Bahamas? Isso ou qualquer coisa à respectiva escala, se for um picheleiro da Trofa pode reduzir isto a uma casa na Aguçadoura, uma mota de água em segunda mão e umas férias na Quarteira. De qualquer das maneiras a fórmula é sempre a mesma.
E qual é então a fórmula? Chega de suspense!
Bom, então, pelas constatações do meu observatório unipessoal, vejo que os únicos que estão a ganhar a dinheiro, seja qual for a área de actividade, baseiam a sua actuação num princípio muito simples:

Não pagar a ninguém.

Fácil, ovo de Colombo, evidente, óbvio, simples, echo!
O método não é completamente novo, mas era usado em pequena escala e nunca de uma forma sistemática.
Agora não. Não há que ter vergonha, é tudo a eito. Faz parte do sistema económico vigente.

Surpreendentemente, agora, e dada a disseminação do método, surgem até cadeias de não pagadores:
Imaginemos uma elegante dona de casa que vai a uma loja da moda comprar uma camisola. Claro que não paga, esqueceu-se do livro de cheques. Não há problema. O comerciante também não tinha pago ao industrial de confecções, que por sua vez não tinha pago ao industrial têxtil, que por sua vez não tinha pago ao importador do fio, nem ao fisco, nem aos empregados, nem....

Está criado assim um mundo perfeito sem necessidade de moeda, a não ser para uns quantos, antiquados, que insistem em pagar e que portanto não se podem queixar por não serem milionários.

Peliteiro,   às  21:44
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domingo, 8 de fevereiro de 2004

Era do conhecimento 

Há uns anos atrás disseram-nos que o conhecimento era a chave de sucesso para o futuro. Que saber era mais importante que ter.

Foi então que muitos desataram a estudar, a fazer cursos, formações extra-curriculares, pós-graduações, mestrados e doutoramentos. Acreditaram que assim se construía um futuro melhor para eles próprios e para o país.

Para muitos, hoje é a frustração. Imensos jovens e hoje-já-não-muito-jovens possuidores de títulos académicos elevados arrastam-se em empregos medíocres. O investimento e o esforço em formação em muitos casos não serviu para nada e é origem de muita desilusão e desânimo.

Isto acontece por duas razões:

Primeiro, porque as formações escolhidas não correspondiam a nenhum plano de necessidades estabelecido, e os jovens, tal como um rebanho sem pastor, estudaram matérias "ao calhas", sem interesse para o mercado de trabalho, muitas vezes numa fuga para a frente ao desemprego que os perseguia.

Segundo, porque em Portugal, salvo excepções claro, não há emprego para funções altamente diferenciadas. O nosso tecido empresarial é frágil e vulnerável, e assenta em pequenas e médias empresas de valor mais que duvidoso. O que faz um doutorado numa empresa Portuguesa? Muitas delas bem dispensam os licenciados... Quem faz I&D? Quem está na crista da evolução tecnológica? Quem investe em cérebros?

É claro que estas duas razões principais estão interligadas, e funcionam como pescadinha-de-rabo-na-boca, os graduados não têm qualidade e as empresas não os procuram; logo as empresas não têm potencial e portanto não precisam de graduados.

E é assim, que, paradoxalmente, a força de trabalho que em Portugal está desadaptada da realidade, não sendo competitiva e portanto candidata ao desemprego, é a mais qualificada e a mais indiferenciada. Enquanto que aquela ainda pode aspirar a ver ser reconhecida e utilizada num futuro mais ou menos breve; esta é de certeza um caso perdido já que a competição de mão de obra de valor igual e custo muito inferior, dos países mais pobres, torna o futuro muito sombrio.

Peliteiro,   às  23:30
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2004

Admirável Mundo novo? 

Admirável Mundo novo não é o nosso, ainda, de certeza.
Ontem vi um documentário sobre os meninos-soldado na Libéria.
Um deles aparecia num carro militar, a beber cerveja, com outros camaradas; de repente ocorre um tiroteio e ele é ferido na coxa, hemorragia extensa; é transportado ao Hospital.
A sua expressão não era de dor ou de desespero, era uma expressão de resignação triste, quase de calma.
Ele já sabia o que eu ainda não sabia.
O Cirurgião, ou lá o que era quem o recebeu, olhou para ele com uma expressão mista de impotência e indiferença. Não tinha suturas, nem sangue, nem soro, apenas uma enxerga imunda onde o rapaz aguardou, com o mesmo ar resignado.
Disse o narrador que o rapaz morreu, passadas duas horas.

Peliteiro,   às  18:57
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Mundo novo, 1806 

Pra aqueles que se julgam protagonistas de um nova era, de um dobrar da história, único e irrepetível, actores de um novo tempo e de uma nova forma de viver e de pensar, ouçam o que diz Hegel em 1806:

"Estamos no limiar de uma importante época, de um tempo de fermentação, em que o espírito dá um salto em frente, transcende a sua antiga forma e toma uma nova. O conjunto das anteriores representações, conceitos e elos que articulavam o nosso mundo dissolveu-se e desmoronou-se como uma imagem de sonho."

Peliteiro,   às  17:10
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Sardaniscas 

Está uma tarde de praia formidável. O meu bronze começa a ficar afinado.
É incrível como há tanta gente sem fazer nada. Onde estariam estas pessoas todas? Parecem sardaniscas, o sol desponta e há que sair para a rua...

Peliteiro,   às  15:28
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2004

Medice, cura te ipsum 

"Ordem dos Médicos denuncia substituição ilegal
Há substituição ilegal de medicamentos por genéricos nas farmácias, à revelia dos médicos. A denúncia é feita pela Ordem dos Médicos, com base num estudo em que foram inquiridos médicos de clínica geral."

"O presidente da secção regional Sul da OM, Pedro Nunes, diz que «a alteração de receita médica é um crime»."

"Pedro Nunes pede ainda ao Ministério da Saúde que retroceda na Lei do Medicamento porque não é a lei de Substituição que vai baixar o preço."
TSF


Até dá pena ver como a Ordem dos Médicos representa tão mal uma classe com tanto prestígio social! Como é possível que um conjunto de profissionais, com elementos de tão grande valor, não consigam organizar-se por forma a conseguirem ter quem os represente convenientemente?

Esta Ordem fixou-se na problemática da implementação dos medicamentos genéricos, e de uma forma completamente irracional, com argumentos primários, fracos, muito fracos, não consegue discernir nem intervir em mais nada que não seja os "Ginéricos". É uma luta perdida meus caros, basta olhar para o lado.

Só umas pequenas considerações sobre as declarações dos dirigentes médicos, começando pelo fim:
Dr. Pedro Nunes, em Portugal não vigora a lei da substituição. Tinha obrigação de saber isso. muito embora eu - embora sendo suspeito, reconheço - pense que a forma mais expedita para os doentes e o Estado diminuirem as despesas em medicamentos seria aprovar a lei da substituição, no seu todo, e não com cedências aos amuos e arrufos reivindicatórios dos médicos. Até porque os farmacêuticos sabem mais de medicamentos que os médicos!

E julga, Dr. Nunes, que este "estudo" - já lá vamos ao "estudo" - é suficiente para pedir ao Governo que altere medidas que já provaram diminuir significativamente a factura da despesa em medicamentos, sem relatos de iatrogenia. Sim, Dr. Nunes, não se trata de "estudos" nem de impressões, trata-se de facturas, em euros, dinheiro, money, daquele que serve para pagar as suas horas extraordinárias.

Já agora, Srs. Drs. Médicos, parem de olhar de soslaio para o trabalho dos Farmacêuticos, olhem para os Vossos próprios problemas, pensem mais nos doentes e menos nas Vossas carteiras, trabalhem mais e pensem menos em férias, pagas. De facto, os Farmacêuticos é que ganham dinheiro a vender medicamentos, é o seu trabalho (não só...); os médicos ganham dinheiro a ver doentes.

Quanto ao "estudo". Mas que irresponsabilidade é esta? Como é possível, num assunto tão sensível como é a saúde das populações, uma entidade lançar para a comunicação social um "estudo" baseado em impressões de uns quantos profissionais? Como se podem colocar os interesses inconfessados de uma corporação por cima da tranquilidade e da segurança de uma comunidade? Que confiança podem ter os doentes, amanhã, quando forem ao médico e depois ao farmacêutico, qual dos dois será o mais vigarista?

Erros na dispensa de medicamentos há muitos. Erros graves. Sobre isso é que deveriam fazer um estudo, e constatar o impacto causado na saúde dos doentes. E deviam tentar diminuir, por todas as formas, esses erros, tentar que tendessem para zero. Isso sim era um serviço ao país.
Um desafio: vamos analisar (eu ofereço-me já) 10.000 receitas, aleatoriamente, e observar os erros, apurando responsabilidades e implementando medidas para os evitar.
Duas provocações: sabem porque os médicos não receitam por princípio activo? Porque não sabem, só sabem o que o delegado lhes impinge! Sabem porque os médicos escrevem com aquela letra miserável? Porque não sabem a forma correcta de escrever o nome do medicamento e assim disfarçam...

A alteração de receita médica é um crime. A difamação também. Portanto:

Provem! Já! Vá provem! (cachaçada) Já disse: provem o que disseram. (cachaçada) Provem! Agora, imediatamente, seus badamecos!

Nescit vox missa reverti

Peliteiro,   às  22:56
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Petição «Aposentação igual para todos» 

Os privilégios, exclusivos de alguns mas pagos por todos, têm que acabar.

Por isso sou contra os benefícios na saúde para os funcionários públicos, tal como escrevi aqui.

Se fosse possível atribuir a todos os benefícios de alguns seria óptimo; mas como parece que não é...

Por isso, também, sou contra os benefícios exclusivos da "classe" política. Melhor, neste particular muitas das benesses são um descaramento, um despudor, já que são decididas em favor próprio e porque a função política se deveria pautar por nobres ideais de serviço público, desinteressado.

Sendo assim, aqui vai mais uma petição electrónica: «Aposentação igual para todos».

Parece-me justa, senhores políticos!

Peliteiro,   às  22:55
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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2004

Durão e Portas 

Era uma vez um lacrau chamado Portas que se abeirou de um sapo, chamado Durão, e lhe disse:
- Ó sapo Durão, porque é que não me deixas subir para o teu dorso e, juntos, dominamos este charco.
- Lacrau Portas - disse o sapo -, nem penses, eu conheço-te, tu és bicho venenoso, ainda me picas e matas.
- Ó Durão, nem penses nisso, eu quero é dominar o charco, ser poderoso e admirado pelas minhas façanhas. E isso só é possível com a tua colaboração, sabes que eu não sei nadar...
- Está bem lacrau, essa ideia agrada-me, eu sou grande e nado bem mas não sou letal como tu. Nós dois podemos fazer uma aliança poderosa, e assim vingo-me dos meus inimigos.

E de facto, quando o lacrau Portas subiu para o dorso do sapo Durão, todos os seres que pululavam no charco, de imediato, se recolheram, fugindo.

O charco estava conquistado!

Eis senão quando o sapo Durão mergulha, repentinamente, sacudindo o lacrau que fica assim à deriva.

- Sapo Durão, acode-me que me vou afundar!
- Pois, a ideia é mesmo essa... Diz o sapo.
- Então não somos aliados? Eu sou teu amigo, isto é uma traição, vou morrer, não sei nadar!
- Ó lacrau, mas tu pensas que eu sou tolinho ou quê? Já conheço a tua história há muito. Tu ias era espetar-me uma ferroada e depois vinhas com a treta de que te estava no sangue, que era da tua natureza... Mas essa já é velha, muito velha!
- Salva-me que me afundo...
- É a vida lacrau Portas, é a vida, quem o Ferro mata, com o Ferro morre...

Peliteiro,   às  18:21
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domingo, 1 de fevereiro de 2004

Os discursos do Presidente 

Determinemos o limiar de resistência a um discurso.

- Preparar solução isotónica e apirogénica de morfina* a concentrações de 1; 2 e 3cg/mL.
- Utilizando agulha de 25G administrar, I.M., a uma população de 7 grupos de 3 cobaios, de peso e idades equivalentes, doses compreendidas entre 0 e 3cg, em intervalos de 0,5cg.
- Colocar os cobaios num espaço físico não hostil, silencioso, a temperatura e humidade controlada.
- O tempo entre a administração da morfina e o início do ensaio deve ser de 15'.
- Iniciar um discurso recente do Presidente a 50dB.

Avaliar as reacções dos cobaios.

Da análise dos resultados verificou-se que imediatamente após o início do discurso os cobaios a quem tinham sido administradas dose inferiores a 2cg investiam, violentamente, contra os limites do espaço a que estavam confinados, numa atitude de fuga desesperada. O grupo de cobaios de 2,5cg mantiveram-se, aparentemente, calmos durante cerca de 3' e o grupo de cobaios de 3cg, durante 4'; passado este tempo demonstraram atitudes similares aos das restantes cobaios.
Aos 15' a experiência foi interrompida dado o evidente mau estado de todas os cobaios que tinham recebido doses inferiores a 2,5cg.

Extrapolação de resultados - Com base em cálculos A.D.M.E. concluiu-se da reprodutibilidade de resultados para humanos com a equivalência: 0,5cg morfina= 1 garrafa de vinho tinto Souselas.



* A morfina utilizada foi comprada à Abortadeira da Maia, a que foi indultada pelo Presidente, dada as incomensuráveis complicações legais no manuseamento deste fármaco.


Peliteiro,   às  23:07
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Opções políticas 

Analisemos os seguintes dados:

Procedeu-se à descerebração de 6 gastropodes aquáticos.
Foram colocados num meio húmido em conjunto com outros 6 indivíduos da mesma espécie, intactos, em distribuição aleatória.
Numa disposição radial foram colocadas fotografias de vários políticos Portugueses.

Tempo da experiência: 15'.

Resultados:
Verificou-se que o grupo de gastropodes a quem não tinha sido infligida qualquer excisão se distribuiam pelo espaço em trajectos fortuitos.
O grupo dos gastropodes descerebrados concentraram-se, todos, no local onde estava afixada a fotografia de Ferro Rodrigues.

Peliteiro,   às  23:01
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Portugal e os Portugueses 

Façamos a seguinte experiência:

I)
- Aquecer água num vaso com 5 cm de altura até atingir a temperatura de ebulição.
- Introduzir, abruptamente, uma rã adulta e saudável na água contida no vaso.
Observação: A rã, de imediato, energicamente, salta para fora do vaso.

II)
- Introduzir uma rã adulta e saudável no mesmo vaso contendo água à temperatura ambiente.
- Fornecer calor ao vaso por forma a que a temperatura da água seja elevada, de uma forma constante.
Observação: A rã mantém-se no vaso, mesmo quando a temperatura aumenta, e acaba por morrer, cozida.

Peliteiro,   às  22:52
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Porto das Francesinhas, João Pessoa, PB 

Porto das Francesinhas

Eu é que devia ser o dono do "Porto das Francesinhas", e não a minha irmã!
BobFlash

Peliteiro,   às  18:10
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