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Impressões de um Boticário de Província

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domingo, 2 de junho de 2013

É a estupidez, estúpido! 

À primeira vista podemos pensar que é apenas da economia a culpa destes problemas - «Farmácias deixam esgotar medicamentos baratos para crianças» - mas não é só, é muito mais de uma legislação caótica e ignorante, iniciada pelo Ministro Correia de Campos - acompanhada e criticada neste blogue - e ainda não contrariada por este Governo nem pelo Infarmed que continuam a produzir pérolas de tipo Chavista como: «Laboratório militar disponível para produzir remédios para crianças».
Enfim...

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Peliteiro,   às  23:24

Comentários:

 

É de facto ingrato,para quem gosta do que faz, ter de lidar/aturar uma estrutura legislativa/reguladora com este grau de amadorismo/falta de capacidade...

...entretanto o sector e os seus profissionais definham, é notória a desmotivação de todos, e os utentes acabam sendo mal servidos.


 

 

 

Olhe que nas declarações onde o ministro falou sobre essa solução, apontou também a solução das empresas portuguesas produtoras entrarem também, não foi só o laboratório militar. Eu pergunto, qual é o problema afinal? Porque que é que o Lab. Militar, mas sobretudo as empresas portuguesas que fabricam genéricos, não devem ser chamadas a produzirem o que for necessário, mesmo que afronte alguns poderes instalados da IF?
# por Blogger GreenMan : segunda-feira, junho 03, 2013

 

 

 

Green, não haverá patentes para as moléculas em causa, donde se as empresas farmacêuticas não produzem já os tais medicamentos é porque não querem, não julgam rentável, não é negócio, não dá dinheiro - é a economia...
# por Blogger Peliteiro : segunda-feira, junho 03, 2013

 

 

 

Se não dá dinheiro, mas os medicamentos ainda são precisos, deixa-se de os produzir de todo? Ou, em havendo ainda produção patenteada, e o laboratorio se recusar a fornecer, não podemos fazer nada? Não concordo com esta abordagem à Saúde Pública.

Sabemos bem que a industria deixa de fornecer por "temer" a exportação paralela, logo o "não dá dinheiro" é relativo. Não dá tanto como podia, mas dá, na Dinamarca e assim... Se o Estado licenciar a 1 ou 2 laboratórios, conseguirão fabricar produto na quantidade necessária ao mercado português. Alem disso, ainda poderão produzir mais e competir noutros mercados, como o africano, desesperadamente necessitado de medicamentos baratos. O know-how existe, a industria farmacêutica portuguesa desenvolver-se-á. Novos mercados poderão ser abertos. Win-win situation.
No caso de medicamentos ainda sob patente, a acção a tomar necessita de coragem. É preciso tê-los no sitio! Mas é possível de fazer - basta evocar suspensão da patente por determinado periodo de tempo. Os indianos e os brasileiros fizeram-no para alguns anti-retroviricos. Seria caso para dizer "Dá-lhe Macedo!" Mais uma vez, a industria farmacêutica portuguesa desenvolver-se-á. Win-win situation...
# por Blogger GreenMan : segunda-feira, junho 03, 2013

 

 

 

Green , julgo que está a misturar duas situações competamente diferentes: a dos medicamentos muito baratos - que ninguém quer vender a esse preço - e a dos medicamentos muito caros - que ninguém quer vender cá.
# por Blogger Peliteiro : segunda-feira, junho 03, 2013

 

 

 

E o estado paga à IF portuguesa para produzir coisas que "até agora não quis produzir mas até dá o jeito por especial favor" em quê? Títulos do tesouro ou dinheiro dos contribuintes?
# por Blogger Azrael : terça-feira, junho 04, 2013

 

 

 

O GreenMan é um lírico:
- acha que a IF ia ter contemplações com o mercado Português se fossem infringidas patentes? Acha que os mercados Brasileiro e Indiano são comparáveis ao nosso?
- quanto aos medicamentos já sem patente: se laboratórios de genéricos, eficientes e com dimensão, não os produzem de todo, acha que alguém lhes vai querer pegar?
Relativamente às parangonas, o que é que as Farmácias têm a ver como o assunto: se os Laboratórios não os produzem, ou os Grossistas os exportam, a culpa é de quem? (tentem arranjar Hidroxizina com facilidade...)
Esta notícia só serve para "atapetar" o caminho para outras, como a de atribuição de novos alvarás...
# por Blogger RMM : terça-feira, junho 04, 2013

 

 

 

O Greenman é um lirico de facto, mas ao menos não é cobarde. Ui! que a industria nao ia ter contemplações! Que medo! Enfim... Sei bem as pressões que sofreram os indianos e brasileiros. Mas ao menos não se vergaram aos interesses da IF que em muitos casos roçam a extorsão, e souberam defender a saúde publica nos seus países. Note que estamos a falar de patentes de medicamentos "inovadores" cuja inovação não ficou bem clara. Cá e nos EUA, pagamos esses medicamentos como "inovações de facto", lá eles abriram a pestana e lá viram que usar um enantiómero R em vez do S, acrescentar um radical metilo e siga, não é propriamente uma inovação.
Se de facto houver um concurso publico para atribuir licenciamento para produção desses medicamentos em falta, que traga beneficios (como um periodo de exclusividade, beneficios fiscais, etc.), queria ver se não lhe pegavam. No limite, nacionalizava-se uma ou duas fábricas. Apenas no limite, se nada mais resultasse, que os tempos não estão para revoluções...

Fora lirismos, penso que a solução passará por proibir a exportação de todos os medicamentos enquanto houver medicamentos em falta no mercado, sem motivo justificado, acabando com aquela história de "pode-se exportar, desde que não falte". Quando a situação normalizar, retomar-se-ia a exportação. Tudo isto com coimas e penas de prisão a condizer. É capaz de ser a solução mais viável para resolver o problema.
# por Blogger GreenMan : terça-feira, junho 04, 2013

 

 

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