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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Punheta de bacalhau genérico 

O Pós e Contras de ontem - ver aqui e aqui - brindou-nos com magníficos momentos científicos, tais como a brilhante explicação da superioridade dos medicamentos de marca sobre os genéricos através da descrição - sempre entremeada pelo repúdio à teoria, à moda do Bruxo de Fafe - da diferença entre bacalhau à Braz e punheta de bacalhau.
O programa procurou promover uma luta de galos entre o B.O.F e o B.O.M. e, na minha opinião, o primeiro, Maurício Barbosa, estava claramente melhor preparado e foi mais mais assertivo e convincente - aliás como seria de esperar, ou não fossem os farmacêuticos quem mais obrigação têm de saber de medicamentos.

Procurando ser isento - não vivo de medicamentos - concluí, uma vez mais, que esta estafada discussão se resume a uma luta de estatuto, poder, dinheiro e privilégios. O povo perceberá facilmente isto.

Peliteiro,   às  14:22

Comentários:

 

Devia ter ido para cozinheira a dita senhora do bacalhau. É que sobre fabrico de medicamentos sabe zero. Mas ainda bem que falou, ao menos demonstrou o quão (pouco) sabe a generalidade dos médicos sobre a tecnologia do medicamento. E também não têm de saber.

 

 

 

O Prós e Contras de ontem (que só consegui ver parcialmente) foi um penoso exercício de auto-flagelação. O bastonário da Ordem dos Médicos (BOM) expôs-se numa guerra que não poderia ganhar e da qual só poderia sair ferido. Mostrou falta de solidez científica, alguma desonestidade intelectual e não conseguiu descolar da imagem de associação aos interesses da indústria farmacêutica (IF). O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (BOF) aproveitou o tempo de antena para reivindicar uma medida que quando for aplicada será economicamente ruinosa para as farmácias, mostrou falta de urbanidade na forma pouco educada como conduziu o debate e reduziu os farmacêuticos, mais uma vez, a um grupo de profissionais essencialmente orientados para o lucro (pois todos sabem que os genéricos proporcionam margens muito superiores às dos restantes medicamentos - e a possibilidade de escolher o genérico ainda aumenta mais essa possibilidade).
No fundo, o BOM e o BOF perderam uma excelente oportunidade para estarem calados. Aliás, basta um olhar rápido pelo Facebook do Prós e Contras para perceber que, com a excepção dos comentários clubísticos, há um sentimento quase unânime de reprovação do triste espectáculo de ontem.
Ainda está para chegar o primeiro debate sobre genéricos que não me deixa irritado. Há apenas uma questão de base e à qual ainda ninguém me deu uma boa resposta: faz algum sentido exigirmos à IF níveis de rigor e modernização tecnológica elevadíssimos para no final dizermos que uma variação de 80% a 125% é perfeitamente aceitável e clinicamente irrelevante? Mesmo que o seja, não faz.
# por Anonymous Vladimiro Jorge Silva : terça-feira, novembro 15, 2011

 

 

 

Tudo inútil !
Os leigos só perceberam que se deve desconfiar dos genéricos.
Foi um bom serviço prestado ao país!
Para os farmacêuticos não serem acusados insidiosamente de "negócios" só há uma solução: Taxa fixa por cada receita.
Ao fim do mês contadas as receitas, entregar ao estado o excedente, (se houver) como o iva!
--Leigo--
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, novembro 15, 2011

 

 

 

O Saul é que tinha razão. O bacalhau quer'alho.
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, novembro 15, 2011

 

 

 

Com a liberalização adiada (não passa de 2013), as farmácias ganham folego com os genéricos.
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, novembro 15, 2011

 

 

 

Não sejam Toinos!!!
Os genéricos, a sério,no futuro; não benificiarão as farmãcias.
Batam-se antes por medidas realistas como a remuneração das receitas sem olhar ao preço dos medicamentos!
Os médicos só são remunerados por consulta e não pelo número de doenças do doente,(às três pancadas,é certo, mas o médico é um ser superior dono da saúde de todos nós).
Abram os olhos.
O futuro não se compadeçe com capelinhas!
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, novembro 15, 2011

 

 

 

«As 1001 maneiras de cozinhar bacalhau

No “Prós e Contras” dedicado à prescrição por denominação comum internacional, em vez do doente, o bacalhau veio a revelar-se o verdadeiro centro das atenções

Quem teve oportunidade de ver o debate não ficou certamente indiferente às declarações da Dr.a Teresa Rodrigues, médica internista, comparando medicamentos com “bacalhau à Brás”. A alguns pode ter feito crescer água na boca. A mim, ver uma profissional de saúde, com responsabilidades na adequada educação da população, fazer este tipo de comparação tirou-me o apetite.
Em circunstâncias normais, esta comparação seria, no mínimo, irresponsável. Tendo em conta o actual estado do país e das carteiras dos doentes que têm de escolher os medicamentos que podem comprar na farmácia, a declaração de que um medicamento de marca é feito com “ovos caseiros” e “batatinhas portuguesas” e um medicamento genérico é feito com “ovos em pó” e “batatas de supermercado” é criminosa.
Já o disse anteriormente e repito-o. Os medicamentos genéricos têm qualidade, são eficazes e são seguros. Em suma, são bons. Tão bons como os medicamentos “de marca”. A saúde não se compadece com “ovos em pó”. As autoridades de saúde nacionais e internacionais assim o garantem.
Pôr em causa a idoneidade e o funcionamento destas autoridades foi também prato do dia. Não deixa de ser interessante que se alegue que a relação médico-doente não pode ser questionada, mas acusar o Infarmed de não cumprir a sua missão de protecção da saúde do cidadão já se pode.
Permitam-me fazer aqui uma declaração eventualmente polémica: o doente não é de ninguém. O doente é de si próprio e merece que lhe reconheçamos o direito de decisão. Após ter sido devidamente informado. Por todos os profissionais de saúde em uníssono. Ou pelo menos por quem saiba a diferença entre medicamentos e alimentos.
Os médicos precisam de formação e deve ser o seu empregador (na maior parte dos casos o SNS) a providenciar os meios para que se cumpra este seu mais que legítimo direito. Caso contrário, o Estado demite-se de um dever e arcamos todos nós com as consequências.
Não é altura para mensagens contraditórias em relação à qualidade dos medicamentos – genéricos ou de marca. A legislação que prevê a prescrição por DCI tem claras vantagens, nomeadamente económicas. A despesa com medicamentos nas farmácias da Região Autónoma da Madeira baixou 40,5% em Setembro face ao mesmo mês de 2010, após aprovação de legislação semelhante.
Também envolve riscos, é certo. A duplicação da toma de medicamentos por terem caixas e formas diferentes é um deles. Já com a legislação actual acontece. Há que reconhecê-lo e adoptar estratégias integradas de redução dos riscos já identificados.
Façamo-lo, mas não tenhamos quaisquer dúvidas: o país e os doentes precisam de poupar para ter pão para a boca.
# por Anonymous Ema Paulino : quinta-feira, novembro 17, 2011

 

 

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