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Impressões de um Boticário de Província

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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

wild 

A ler, do Joaquim Sá Couto, no Portugal contemporâneo:

«Civilizar o capitalismo é como tirar uma puta da vida. Aqui no Porto, já alguns se arrependeram disso. Podemos tirar uma puta da vida, mas não podemos limpar a vida da puta.
O capitalismo é o que é. Com defeitos e borbulhas, permanece o único sistema produtivo viável. Pensar que o capitalismo pode ser "civilizado" é uma perspectiva infantil. Ou abraçamos o capitalismo e aceitamos os seus altos e baixos, as crises, as falências e o risco, ou rejeitamos o capitalismo e acolhemos a miséria.
O socialismo, atenção, não é uma alternativa ou o oposto do capitalismo. O socialismo é apenas uma perversão, uma sociopatia da laicidade, uma manifestação de impotência ou um simples devaneio juvenil

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Peliteiro,   às  13:52

Comentários:

 

1 - Civilizar o capitalismo pressupõe que este sistema não é civilizado, logo vivemos numa sociedade civilizada regida por um sistema não civilizado.

2 - Capitalismo pressupõe desenvolvimento produtivo com base em capital. Existem várias formas de o interpretar:
a) no liberalismo, pretende-se que o capital esteja em mãos privadas e que o Estado não intervenha nem regule o mercado
b) no socialismo e na social-democracia, pretende-se que o capital esteja em mãos privadas e do Estado e que este regule e intervenha no mercado quando for necessário
c) no comunismo, pretende-se que o capital seja o do Estado

Ou seja, teremos, ou um capital liberal, ou um capital social ou, então, um capital comum. Tão só. E são as circunstâncias históricas e geo-estratégicas que ditam a forma de escolha, pelos povos, da gestão do capital disponível.

Claro que se percebe, vindo dum blog de Pedro Arroja, aquela perversão de conceitos ...

 

 

 

Essa definição não é a usada.
Esta sim: Capitalismo - sistema econômico, político e social no qual os agentes econômicos (empresários), proprietários dos meios de produção permitem que esta produção seja comercializada num mercado, onde as transações são de natureza monetária.
# por Anonymous Anónimo : quarta-feira, outubro 22, 2008

 

 

 

O capitalismo não é um bom sistema, mas ninguém inventou coisa melhor.

Lech Wałęsa
# por Anonymous Anónimo : quarta-feira, outubro 22, 2008

 

 

 

Pois.... viva então a prostituição!
# por Blogger mfc : quarta-feira, outubro 22, 2008

 

 

 

Joaquim, no Portugal contemporâneo:
«O capitalismo é a forma natural da livre organização económica em sociedade. É o resultado, diria, da natureza humana em acção. Tanto que podemos conceber que este regime de trocas sempre existiu.
Contrariamente, o socialismo é uma invenção ultramoderna, um constructivismo social, um modo de forçar os seres humanos a produzirem num enquadramento que lhes é estranho. É por isso que considero o socialismo uma perversão.
Nas sociedades socialistas a estrutura produtiva é diferente do capitalismo, mas a natureza humana permanece a mesma. Os indivíduos continuam a lutar pelos seus interesses pessoais e a competirem com os demais. Só que, como a acumulação de capital está interdita, passam a competir por poder.
Com poder, nas sociedades socialistas, é possível ascender ao consumo e até viver em grande luxo. A manada (não há cidadãos nas sociedades socialistas) esforça-se portanto por conseguir poder, com a mesma ganância e determinação que nas sociedades capitalistas os indivíduos se esforçam por enriquecer.
Portugal, enquanto País socialista, é um exemplo disto mesmo. A classe política aufere rendimentos e um estatuto superior ao comum dos mortais e, como já devem ter reparado, não há crise que os afecte. As crises, no socialismo, são para a ralé.
»
# por Blogger Peliteiro : quinta-feira, outubro 23, 2008

 

 

 

Só uma dúvida, este "Joaquim Sá Couto" tem alguma coisa que ver com o "Magalhães"?
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, outubro 23, 2008

 

 

 

O Joaquim é cómico. E abusa dos "clichés", defendendo o indefensável. Quando caiu o Muro de Berlim, o meu pai (militante do PCP) também era assim. Contra todas as evidências, ele garantia que o comunismo não tinha morrido; estava apenas em crise.

O Joaquim acha que o capitalismo sempre existiu, tanto que até o confunde com regime de trocas. Para ele, o capitalismo é um regime de trocas. Estamos conversados.

Depois, o liberal Joaquim acha que Portugal é um país socialista. Bom, por este andar, a Venezuela é uma ditadura do proletariado e os EUA são um regime socialmente justo. Como Portugal é um país socialista, nós (a manada, pois no Portugal socialista não há cidadãos) estamos interditados em acumular capital e, consequentemente, passamos a competir por poder. Assim, ascendemos ao consumo e até poderemos viver em grande luxo.

E o que pensa Joaquim da natureza humana? Os indivíduos lutam por interesses pessoais e competem com os demais. Até rimou.

E se falhar o capitalismo? Não há problema. Com defeitos e borbulhas, permanece o único sistema produtivo viável e devemos (nós, a manada do Portugal socialista) resignarmo-nos. Alan Greenspan é um traidor para o Joaquim. O discurso dele que vem nos jornais desta sexta-feira não vai abalar as convicções do Joaquim. É que, ou abraçamos o capitalismo e aceitamos os seus altos e baixos, as crises, as falências e o risco, ou rejeitamos o capitalismo e acolhemos a miséria. Assim, sem mais nem menos.

Meus caros, a crise financeira provocou uma crise económica que, em 2009, pela sua dimensão global, vai abalar muitas destas convicções. Porque o que estamos a fazer é não rejeitar o capitalismo e a acolher a miséria.

Da primeira crise do capitalismo (ler livros de Charles Dickens) resultou o comunismo. As injustiças eram tais que degeneraram na Primeira Guerra Mundial e na Revolução de Outubro.

A segunda crise do capitalismo deu origem à Segunda Guerra Mundial.

Esta crise actual vai levar à falência dos EUA (e confesso que não fico nada contente com isso). O que significa o fim do Império e não vai ser de forma pacífica. A manada irá levantar a cabeça? A ocidental, duvido.

Era isto que deveria estar a ser discutido. Mas a inteligência está mais interessada em se agarrar aos últimos resquícios do capitalismo tal como o conhecíamos.

Pedro Faria
# por Anonymous Anónimo : sexta-feira, outubro 24, 2008

 

 

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