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Impressões de um Boticário de Província


rendeiras de bilros, com os emaranhados retorcidos das algas e com as fintas e as cabriolas dos cavalos-marinhos fizeram desenhos muito airosos, os marinheiros encontraram-se numa manhã com o cadáver de uma mulher jovem e bonita afogada, parecia bonita ainda que tivesse uma má cor, com uma corda ao pescoço, quando lhe fizeram a autópsia o forense nada pôde averiguar porque a morte desfazia-se como se fosse sabonete, a única coisa que se supõe é que a tenham enforcado e que a tenham atirado ao mar, há razões desconhecidas para enforcar uma mulher e atirá-la para a água, os guias das montanhas necessitam de material mais duro, mais consistente e mais saudável, o carneiro de Marco Pólo vive e morre num outro remoto canto do mundo no qual a morte também se ri da morte dos outros, pode ser que o homem não o faça mas a morte sim, sempre, nas montanhas onde vive o carneiro de Marco Pólo não chegam as confusas notícias do resto do mundo, há vários lugares da Terra em que se passa o mesmo e ninguém se altera nem se emociona nem começa a chorar, qualquer um pode morrer de coração mas não acha que isso seja razoável, os enforcados, os tísicos, os invejosos, os cornudos, os excomungados e os defuntos parvos podem contagiar com o seu mal os inocentes, e nessas coisas há que andar sempre com muita atenção, você pensa que o demónio tem o caralho como o dos homens, Ave Maria Puríssima, que lembrança, uma servidora pensa que sim só que deve ser mais afiado e em forma de torniquete, ou seja, como o dos porcos, que me perdoem a maneira de falar, toda a gente sabe que a história teve um começo incerto e um final confuso, se isto se recordasse ninguém sairia para navegar, os cornos do carneiro de Marco Pólo que o meu tio caçou estão cheios de teias de aranha, reconhece-se que ninguém passa o espanador e isso dá pena, ao princípio não se nota mas depois sim e isso dá muita pena e até peso da consciência ainda que também não houvesse razão para isso, o Cemitério dos Ingleses no Porto foi devorado pela incúria e também mete dó vê-lo tão digno e tão abandonado, Caim sentiu-se desprezado por Abel e desenterrou as queixadas de burro para pôr as coisas no seu lugar, um irmão pode ser o pior inimigo do irmão e é triste ver as famílias dizimadas por quem vem de fora e que não querem a paz mas pelo contrário cultivam o rancor, convém saber rezar orações sem pés nem cabeça porque os milagres não têm razões que os justifiquem.
escrevo para mim, e ainda tenho a vantagem de não precisar de subsídios, pelo menos enquanto não se pagar no blogger, Psiquiatria, ramo esquizofrenia, nunca mais tive autoridade sobre os Cabos, hoje será o dia, pressinto em que nunca mais terei autoridade sobre os dedos, nem que venda a alma ao diabo, as guerras religiosas causam-me espanto, há vinte anos nunca adivinharia que pela religião se mata e se morre no século XXI, ainda me lembro da série Espaço 1999 e de 1999 ser um data distante, quando somos crianças, ou mesmo adolescentes, um homem de 40 anos é um velho, e se calhar é mesmo, as crianças não mentem, e quase sempre têm razão, a lição dos Cabos foi difícil de tomar mas tem-me servido de âncora, Jorge Mário não podemos ser humildes demais, disse-me muitas vezes o meu pai, mas os Cabos ensinaram-me que não devemos pensar que conseguimos correr até sempre, mais vale fazer planos mais rasteiros, muitas pessoas confundem o meu nome, uns chamam-me Mário outros Jorge mas poucos sabem que me chamo Jorge Mário, como Jorge Mário Pedro Vargas Vargas Llosa, ele é conhecido sem o Jorge e sem o Pedro, só em Coimbra me chamaram Mário, como Mário de Sá Carneiro, ainda hoje alguns me chamam, como o Feliz que tem Farmácia numa aldeia de Rio Maior e semeia cabaças para dar aos amigos, quando lá passamos a caminho de Lisboa, nesse aspecto sou um traidor, gosto mais de Lisboa do que do Porto, Lisboa é uma cidade bonita, tem um clima excelente, das pessoas já não gosto tanto, não se podem fazer generalizações sobre conjuntos de pessoas, nem sequer sobre uma pessoa só, ninguém é todo feio ou todo mau ou todo falso, mas aqui já não sou traidor, gosto mais dos Tripeiros do que dos Alfacinhas, o que fará as borboletas como a Agrotis puta a borboletar à volta da luz, será ânsia de vida, duplicar o tempo de vida, vivendo sempre de dia, no fundo mesmo os animais mais primitivos estão convencidos que conseguem ludibriar a mãe natureza, mas não conseguem, nem nós conseguimos, ela é que é dócil e indulgente e deixa-nos pensar que sim, que podemos mudar o curso à vida, numa insónia o fenómeno deve ser parecido, não queremos que o dia acabe assim, aquando ainda há tanto que podia ser feito, inconscientemente queremos, numa insónia, fazer mais do que nos é permitido pelas limitações da nossa natureza, nos e-mails de gente que me conhecem mal nota-se um certo desconforto em chamarem-me Jorge ou em me chamarem Mário, tanto me faz, estou habituado a que me troquem o nome, Peliteiro, já deu origem a todo o tipo de enganos, dantes adormecia sempre a ler, agora é mais difícil, Jorge Luís também me agrada, talvez consiga alguém a deixar-me ser padrinho de uma criança que se chame, ou a que chamarei, se me deixarem, Jorge Luís, como o Borges, que morreu cego, não tenho muitos afilhados, o meu padrinho, Mário é que tem, quase não há família lá na aldeia que não o tenha como padrinho, também gosto de ler na Missa, em casamentos e baptizados, deve ser difícil escrever um livro estando cego, gosto de fazer uma pose solene, mas os que me conhecem sabem que por dentro me estou a rir, não por desrespeito, nem sei explicar porque gosto de ler em baptizados e casamentos, o Luís de Camões escreveu os Lusíadas sem computador, deve ser mais difícil que um cego, hoje, ditar um livro, o Fernando Pessoa, com aquela figurinha desprezível não me faz acreditar que tenha sido ele a escrever poesia tão reconhecida e apreciada, por certo em que o etanol teria algum poder de atracção mediúnica, há pessoas que se gostam de ouvir, sente-se muito nos locutores de rádio e nos políticos, mas também nos taxistas ou até nas costureiras, há borboletas bonitas e há as feias, nem sempre quem fala melhor é quem consegue fazer melhor, depende, tudo depende.
Etiquetas: O absurdo das convenções
Etiquetas: Propriedade e instalação de Farmácia
Etiquetas: Propriedade e instalação de Farmácia
Nunca reservem hotéis pela Bookings.
O Ministério da Saúde anunciou hoje que dentro em breve efectuaria o anúncio do novo Cartão FarmaGold. Correia de Campos está muito preocupado com os recebimentos das Farmácias, a tempo e horas, assim, depois de ter prometido a criação de um fundo público (o que quer que isso seja...) para pagamento das dívidas do Estado surge agora este cartão destinado aos doentes que não possam pagar os seus medicamentos no acto da dispensa:
Temperaturas medidas na estrada entre as 13 e as 13:30H

Parabéns Itália
Não é por causa disto que Zidane deixa de ficar para a história como um grande atleta e artista. Mas Figo tem mais jeito prás cabeçadas...
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Que ganhe a Itália. Embora preveja que o Graal continuará por lá.





Não gosto de dizer o que todos dizem. Mas não há outra solução - ainda bem. Viva Portugal, viva o Ricardo.
Portugal England



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