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Amanita muscaria

Impressões de um Boticário de Província

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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Se o hospital fosse privado 

Presidente do hospital de São João podia prescindir de mil funcionários

«Temos um problema de produtividade do Serviço Nacional de Saúde. É preciso um sistema que garanta produtividade com qualidade. Há várias mudanças que proponho: uma é a ideia de exclusividade, a outra é de avaliação do que se faz e a implementação de políticas de reconhecimento ou incentivo. Podemos discriminar as pessoas pelo trabalho e qualidade do que fazem.»

Enfim, o que o Prof.º António Ferreira, corajosamente, quererá dizer é que «conseguia cortar recursos humanos em 20%» se... os gerisse como funcionários do sector privado.
É uma grande verdade, embora tal choque muita gente.


Peliteiro,   às  13:00

Comentários:

 

O que o Prof. também disse é que os gastos com recursos humanos pesam no orçamento do SNS apenas 30%, sendo que 40% vão para fornecimentos externos e os restantes 30% para medicamentos e outros recursos consumiveis. Logo, 70% dos gastos dependem directamente de negociações com fornecedores. Podia-se começar por aí, mas como choca muita gente que orbita em torno desse SNS, é melhor começar a despedir funcionários. A tipica escolha dos cobardes.

E também falou umas verdades sobre medicamentos inovadores e como diminuir o problema dos gastos excessivos com essas terapêuticas através de uma coisa que os ingleses têm que se chama NICE (http://www.nice.org.uk/). Mas isso também não interessa implementar, porque só são mais tachos para socialistas... O que interessa mesmo é despedir médicos e enfermeiros e outros técnicos para irem trabalhar para o estrangeiro enquanto nós teremos de contratar cubanos, argentinos, moldavos, ucranianos e outros que queiram vir trabalhar para o SNS pelo ordenado minimo. Porreiro, pá.

 

 

 

30% é imenso. É mais que muito em qualquer empresa privada.
# por Blogger Azrael : terça-feira, janeiro 08, 2013

 

 

 

Green, quanto desses FSE são a empresas de subcontratação de RH (note que eu ouvi o Prof.º Ferreira numa palestra prévia a todas estas notícias num restaurante nas Antas onde estes números foram detalhados)?
# por Blogger Peliteiro : terça-feira, janeiro 08, 2013

 

 

 

A resposta a essa pergunta não a sei, não estive nessa palestra. Podia elucidar-nos? E convinha saber também de quem são essas empresas... Vai-se a ver e quantas serão dos amigalhaços dos aventais?

O Profº Ferreira não adiantou esses números ontem na TVI24. A histérica drª Judite e o sorumbático Profº Medina também não deixaram o homem falar a partir do momento em que ele disse que podia dispensar 20% dos funcionários, se houvesse exclusividade. E se bem me lembro, quando ele falou que podia dispensar 20% dos RH, referia-se ao hospital de S.João onde estes representam 50% dos custos (ele próprio ressalvou isso mesmo). E depois? Dispensa RH do quadro para sub-contratar a um FSE de um amigalhaço do avental, como o Macedo já anda a fazer com os enfermeiros a 5 euros/hora?

E o que ele disse sobre inovações terapêuticas que pouco têm de inovador e que custam 10x mais (ou mais)? Além da óbvia re-utilização de alguns dispositivos que tem forçosamente de avançar (ontem ja era tarde), não interessa também averiguar como se pode poupar nesse mercado?

# por Blogger GreenMan : terça-feira, janeiro 08, 2013

 

 

 

"Amigalhaços dos aventais".
O que é isso, GreenMan ?
Não se importa de nos explicar ?

Tarso C.
# por Anonymous Tarso C. : terça-feira, janeiro 08, 2013

 

 

 

Só não percebi se, cortando 20% de funcionários, vai cortar 20% na despesa tb...
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, janeiro 08, 2013

 

 

 

Quem trabalha nos hospitais sabe perfeitamente que existe uma quantidade elevada de supostos funcionários públicos que andam a "roçar-se pelas paredes"! Entram às 9h e vão logo para o bar até às 10-11h..... Conheço tantos assim.... e em posições de chefia! Concordo inteiramente com o Prof. António Ferreira...... com isso e com a política de mérito que deve ser instituída...! Um profissional de saúde que trabalhe bastante e bem ganha exactamente o mesmo com o que trabalha pouco e mal.... simplesmente não compensa....
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, janeiro 08, 2013

 

 

 

"Amigalhaços dos aventais" = conjunto de tropêgos que orbitam em torno de lojas maçónicas, ligadas sobretudo (mas não em exclusivo) ao bloco central. Mas também podem não ser. Podem ser só amigalhaços do "doutor" Relvas. Há muitos empreendedores na área da exploração de recursos humanos...

Não contesto que há funcionários pouco produtivos e que depois são muito produtivos na sua clinica privada. A exclusividade devia ser obrigatória, e se o sr. doutor quiser exercer na clinica privada, que o faça nas horas vagas e nas folgas. Parece ser uma medida bastante simples, não sei como é que o Macedo ainda não se lembrou. Ou talvez se tenha lembrado, mas acobardou-se.

# por Blogger GreenMan : terça-feira, janeiro 08, 2013

 

 

 

O prof. António Ferreira disse o óbvio, apesar de politicamente incorreto.
Há 8-10 anos escrevi no Sol o que o Estado pouparia se os fp tivessem um horario normal de trabalho de 8 horas/dia. É só fazer as contas como diria o "excelso" Guterres: 700.000fp X 5h/semana x 47 semanas.
Aliás considero esse o principal erro de Passos Coelho, quando decidiu que os governantes não podiam viajar ao serviço do Estado em classe executiva(o que discordo em absoluto), não ter nessa mesma altura harmonizado as leis do trabalho do setor privado e publico(onde me incluo) e extinguido esse seguro de saúde pago por todos os contribuintes que se chama ADSE.
# por Anonymous Carlos F : quarta-feira, janeiro 09, 2013

 

 

 

Parece que há alguém com vontade de fazer parte dos "amigalhaçoos dos aventais".

Quanto ao NICE é tão novo, como são novas as Oligarquias da saúde, das Orens, aos administradores hospitalares, passando pela vetusta ANF.

Quanto aos médicos cubanos e espenhóis, vieram porque a oligarquia médica convenceu os políticos de serviço, que havia falta de médicos. Claro que havia falta de médicos em Alcoutim e em Penedono. Mas, em Santa Maria, em Santo António ou nos HUC, existem milhares de médicos a mais, há muitos anos. E ninguém os consegue pôr a trabalhar.
# por Anonymous Anónimo : quarta-feira, janeiro 09, 2013

 

 

 

"oligarquia médica convenceu os políticos de serviço, que havia falta de médicos." - quer-me parecer que foi mais ao contrário. O que a oligarquia médica sugeriu foi uma coisa chamada "numerus clausus". Além da vergonha que é o planeamento das vagas das especialidades médica.
Como consequência desse regabofe, vai haver falta de médicos nos cuidados de saúde primários. Há uma geração inteira que está em falta porque "ser médico de clinica geral era mal visto, era ser um médico de 2ª". São os tais que estão nos HUC, no Santo António, no São João e noutros sitios a coçar a micose de manhã e à tarde no seu consultório. De facto, ninguém os consegue por a trabalhar porque não há quem diga a um excedente dermatologista, cardiologista ou cirurgião "O senhor agora passa a ser médico de clinica geral". Já para não falar que para a Ordem dos Médicos nunca há falta de médicos, mas não nos consegue dizer ao certo quantos dos seus associados estão efectivamente a exercer a profissão. Mais uma vez, a palavra chave é Coragem.
Mas essa falta de médicos até poderá ser uma oportunidade para os farmacêuticos agarrarem, se não se quiserem continuar a confinar ao espaço das boticas. Se não formos nós, serão os enfermeiros. Depois não se queixem que não nos ligam nenhuma...
# por Blogger GreenMan : quarta-feira, janeiro 09, 2013

 

 

 

Quais "numerus clausus"!

Porque estão os especialistas no Egas Moniz ou em Santa Maria a coçar a micose?

Se calhar, a Directora Técnica de uma farmácia não atende pessoas? Só por isso, será ela caixeira?

Se não te trabalho para fazer no Egas Moniz, vai trabalhar para Sernancelhe. Se não quer, emigre.

Viva a Tróika. Os credores não vão aceitar estes burgueses, protegidos pelos bons dos sindicatos e pela oligárquica Ordem.

Esperemos que os contribuintes não aceitem este bacanal médico.
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, janeiro 10, 2013

 

 

 

Greenman, sinto-me forçado a fazer-lhe um reparo.
O farmacêuticos não tem dados objectivos sobre a situação profissional difícil que a sua classe atravessa, mas sabem-no de forma empírica que as coisas não vão bem.
Do mesmo modo, fazendo parte da outra classe lhe posso dizer com bastante certeza que, apesar de não haver nada de quantitativo que possa usar para o provar, o que sentimos na pele é cabalmente oposto ao que tem vindo a ser papagueado na ultima década sobre a temática "falta de médicos" em portugal. Se há falta de médicos nos serviços não será com certeza pela sua escassez, pois eles existem, muitos em condições de subemprego (compreendendo-se agora o porquê desta vaga de emigração para países como França).
A situação terá tendência para se agravar, não tenha qualquer dúvida. Já no próximo ano terá provas disso quando vir a quantidade de jovens médicos que ficará fora do concurso para a especialidade.
A diminuta carência de médicos em algumas especialidades, como medicina geral e familiar, vai ser largamente corrigida nos próximos 2 ou 3 anos. Se nada se fizer, num futuro próximo, com cerca de 2000 jovens médicos (os de cá e os de fora) a entrar no mercado por ano, vamos ser os novos enfermeiros.
# por Anonymous Anónimo : sexta-feira, janeiro 11, 2013

 

 

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