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Impressões de um Boticário de Província

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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Cá está 

Bastonário dos médicos: «Variações nas substâncias e impurezas do medicamento podem pôr em risco saúde dos doentes»

Cá está, o bastonário da ordem dos médicos, representante dos médicos, afirma que nos medicamentos genéricos há variações nas substâncias, há impurezas e que esses medicamentos podem pôr em risco a saúde dos doentes. Uma clarificação que fazia falta, que explica o crescimento anémico desse mercado em Portugal: os médicos dizem não crer na eficácia e na segurança dos genéricos, consequentemente os médicos estão - sempre estiveram - contra os genéricos.

Como não há notificações de farmacovigilância nem evidência científica que suporte tal posição - não há mais paciência para esta discussão! -, conclui-se que tudo isto se resume a interesses comerciais. Elementar.

Peliteiro,   às  21:10

Comentários:

 

Leia-se: A perca de privilégios e o ódio aos farmacêuticos (que diga-se de passagem souberam por-e a geito)
-Moita Carrasco-

 

 

 

Afinal se os genéricos não têm qualidade ou se fazem mal, o INFARMED não está a cumprir o seu trabalho... Já que estamos numa de poupança... Acabe-se também com este organismo público ;)
# por Anonymous André António : quarta-feira, outubro 26, 2011

 

 

 

Para quando um comunicado oficial do Infarmed a por ordem nisto tudo?
E já agora do governo???

Ora, estamos a ver médicos pagos pelos nossos impostos a querer deliberadamente que os nossos impostos sejam desperdiçados e de outro temos uma entidade pública a não mexer um dedo para evitar este desperdício e com isto, não cumprir as funções para que foi criada.
Em seguida, gasta-se um balúrdio na DGS em normas de boas práticas de prescrição, elaboradas com membros da OM, devidamente remunerados, para serem rasgadas pela ordem em frente ao país que lhes dá dinheiro, em horário nobre nos telejornais das televisões públicas.
E as queixas dos médicos no Infarmed sobre o perigo dos genéricos??? Onde estão? Vive-se muito bem à conta de boatos!
E sejamos honestos, o problema da dupla prescrição de genéricos não se resolve unicamente pela imposição de uma marca de genéricos. Outras abordagens, gratuitas e sem sobrecarga da dívida do estado deveriam ser esgotadas.
Helena Lopes
# por Anonymous Anónimo : quarta-feira, outubro 26, 2011

 

 

 

Só me consigo lembrar de uma frase que o Dr. Peliteiro uma vez referiu. Certos humanos devem nascer com um HPLC no nariz!
# por Anonymous Anónimo : quarta-feira, outubro 26, 2011

 

 

 

O INFARMED? Mais manso que mansos! Eu acho que está tudo numa de não falar nem chamar a atenção, não se vá fazer algum corte ou mandar alguém para a rua...

Se estão medicamentos a serem comercializados sem qualidade ou sem bioquivalência e segurança então que se investigue, que se apure responsabilidades e que os suspeitos sejam levados a tribunal!

Se o Infarmed não está a cumprir a sua função fiscalizadora nem de regulador então que se extinga!
# por Anonymous André António : quarta-feira, outubro 26, 2011

 

 

 

Estas bestas de bastonários não se calam com a mesma lengalenga. Se estes sucessivos senhores acreditam veemente nas parvoíces que vociferam, então temo pela saúde dos portugueses caso se lembrem de praticar medicina da mesma maneira. Tenham medo dos que se instruem na medicina via o diz-que-disse dos colegas e delegados, sem qualquer fundamento obtido em fonte fidedigna.
# por Anonymous MedStudent : quarta-feira, outubro 26, 2011

 

 

 

Pensei que os médicos se iam deixar ficar, mas afinal decidiram ir à guerra; agora vamos ver qual a fibra do ministro.
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Pena o bastonário dos farmacêuticos andar a defender as farmácias tão abertamente; devia deixar estas guerras comerciais para a ANF.
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

O Infarmed é um antro, um bordel.
# por Anonymous Semedo : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

O bastonário da OF devia limitar-se a exigir que se investigue e prove o que é dito. De resto devia distanciar-se dos interesses dos donos de farmácias e deixar esse papel para a ANF. É que com tudo isto quem leva por tabela é toda uma imagem dos farmacêuticos, quando o que aqui está em causa são os interesses COMERCIAIS quer dos srs. vendedores de diagnósticos quer dos srs. comerciantes de medicamentos. DEIXEM OS FARMACÊUTICOS FORA DISTO.
# por Anonymous Estagiário : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

???!!! Os Farmacêuticos fora disto???!!!
Ora então, não é o mesmo Sr. Estagiário que se acha dono do saber e de toda a sapiência farmacêutica e que não pode vender chupetas??? Então agora também não se deve imiscuir em discussões sobbre os genéricos? Então vai discutir o quê com os médicos? Qual é o melhor diagnóstico?
Claro que os farmacêuticos devem puxar dos galões e explicar como se outros fossem muito burros (tipo ministro das finanças), o que é um genérico.
Se nem para isso servimos, então não servimos para nada!

A faculdade deve ter mudado muito nos últimos anos, para andar a parir gente desta!
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

A lei da prescrição por DCI vai vai avançar porque tem que avançar, por imperativos de diminuição da despesa pública.

Os médicos, apoiados e incentivados por detrás pelos laboratórios farmacêuticos; vai perder, aceitando alguma concessão mínima do governo para não perder a face.

Também para as farmácias não irão beneficiar tanto como esperavam; terão de dispensar um genérico de um grupo de mais baratos, dando assim uma vantagem na negociação aos laboratórios que tiverem medicamentos nesse grupo.
[A adicionar a isso, a flexibilização (e não a liberalização) da abertura de farmácias, que não é prioridade, mas está na ordem do dia e irá afectar negativamente algumas farmácias existentes (fala-se de ajuste para baixo das distancias, população e o passar da iniciativa do pedido de alvará para o privado que pretende abrir: " first come, first serve").]

Ganham claramente os farmacêuticos, que verão a sua responsabilidade acrescida.
# por Anonymous Paranoico com o Belmiro : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Metade dos empregos comerciais na indústria farmacêutica portuguesa vão ao ar, nisso os médicos têm razão.

Agora não estou em crer que é justo para o resto da população pagar mais caro pelos medicamentos para os delegados terem emprego, embora o desemprego de quem seja me deixa triste.

Da mesma maneira, as mudanças das margens dos medicamentos e outras mudanças e aí podem vir podem levar algumas farmácias a ganhar menos ou ir á falencia. Mas também não é justo para o resto da população estar a pagar mais pelos medicamentos ou ter de ir mais longe para encontrar uma farmácia para os farmacêuticos andarem de BMW X5, quando não é de Porche 911, e não são poucos.
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Farmacêuticos não são poucos com bmw x5 e porches?

Tá muito enganado. Não confunda farmacêutico com dono de farmácia. A larga maioria dos donos de farmácia são farmacêuticos mas a larga maioria dos farmacêuticos não são donos de farmácia.

Eu ando num 1000 de cilindrada, de segunda mão.
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Ó homem, eu quis dizer deixar os farmacêuticos fora de dicussões de índole comercial... Obviamente que o bastonário da OF deve explicar e clarificar o que são genéricos e todo o processo de averiguaçao de bioequivalência a que estão sujeitos (ou, pelo menos, deviam, que o INFARMED não me inspira confiança). Mas daí a dar a entender que nas farmácias não se trocam medicamentos por motivos comerciais e a desafiar a OM a denunciar caso tenha conhecimento... Não acredito que o bastonário da OF não saiba do que se passa em largas farmácias por este país fora em que ao invés de se dispensar o genérico mais barato, se tenta sempre passaro ao doente o genérico do laboratório que dá mais bonificações à farmácia. O bastonário que deixe esse tipo de conversa, à comerciante, para os comerciantes, ou seja, a ANF.
# por Anonymous Estagiário : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Impurezas ! !
Este bastonário não tem vergonha!
Puxe lá a brasa à sua sardinha mas não diga asneiras.
Os genéricos dos hospitais não têm impurezas?
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

O que me irrita neste estagiário é o seu asco visceral ao "comerciantes". Quem é que acha que lhe vai pagar o ordenado? A indústria é o quê? Uma cambada de cientistas puros que só procuram o bem da sociedade? Os médicos estão preocupados com o quê? Com o bem-estar dos doentes? Só podem estar a brincar!
Eu bem vejo o que ganham "por fora" os médicos por prescreverem os genéricos de "confiança".

Ou seja, meu caro, deixe-se de utopia e caia no mundo real! E neste mundo actual, acredite que o dinheiro vai passar a ser um bem raro e escasso, pelo que há que aproveitar aquilo que tem e não cuspir na sopa do vizinho... Pois pode ter a que vir a comer!
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Eu não sei nada da vida e ainda sou um bocado parvo.

Os meus pais pagam as minhas contas e nunca tive que ganhar dinheiro para viver.

Falo por inveja porque sei que vou ser um falhado e nunca conseguir ser dono de uma farmácia, mesmo que a liberalização fosse total.

Desculpem-me porque falo só para não estar calado.
# por Anonymous Estagiário : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Como é óbvio näo fui eu que fiz este último comentário, mas algum aziado.
# por Anonymous Estagiário : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

É preciso ter paciência com este Estagiário...
É um D.Quixite de la Mancha quando os tempos infelizmente obrigam a ser Sancho Pança.
Ainda não percebeu e até amua!
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

A discussão é já amanhã na assembleia da republica.

Do ponto de vista da comunicação, os médicos começaram um pouco tarde as suas mensagens para a comunicação social. Tentar mudar a lei depois vai ser mais difícil.

A ANF foi mais eficaz a preparar a opinião pública para os debates que estão para vir (aquela farmácia à venda por 1 Euro tem tido ampla divulgação), focalizando muito imediatamente no das margens comerciais (e deixando a Ordem dos Farmacêuticos pegar na questão da DCI).

Claramente a ANF está melhor assessorada do que a Ordem dos Médicos em termos de comunicação e obviamente, o Dr Cordeiro é o mestres do lóbi, embora na actual conjuntura isso não vá fazer grande diferença. É que, por pressão da troika, não há voltar atrás e cheira-me que estão mais mudanças para vir e que não serão boas para as farmácias estabelecidas nem para os jovens farmacêuticos.
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

a altura para colocar a farmácia à venda é já, em Navarra foi como foi
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Os médicos têm razão nos efeitos negativos que isto da dci terá sobre os laboratórios portugueses especialmente em termos de despedimentos de comerciais. Mas o dinheiro vem sempre do estado e sai mais barato ao estado comparticipar medicamentos mais baratos e pagar directamente o subsidio do desemprego aos delegados do que pagar medicamentos mais caros aos laboratórios, que depois fazem chegar parte do dinheiro aos delegados em salários. É a infeliz realidade.

Quanto ao resto que aí vem, que vem vem, mas ninguém em toda a verdade sabe o quê, nem o Paulo Macedo resolveu ainda tudo, nem a troika disse tudo o que tinha para dizer. Agora é uma boa altura para se ficar quieto.
# por Anonymous M Quiteiro : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Quero lá saber dos "delegados" comerciais da IF. Por mim podem ir todos parar à caixa do CONTINENTE. Mas que a nova lei não beneficie nem médicos, nem IF, nem donos de farmácia, isso é que é preciso garantir. Não pode haver transferência de "regalias", mas sim eliminação das mesmas!
# por Anonymous Estagiário : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Este projeto Lei tem feito correr muita tinta nos jornais, mas na verdade não muda assim muito. O médicos vão continuar a poder escolher ou a marca ou o laboratório do genérico nos tratamentos crónicos (superiores a 28 dias), que são muitos, muitos doentes. Isso deixa livre para substituição os analgésicos, os antibióticos e mais quê?
Nem as farmácias vão ganhar muito, especialmente com a restrição de terem de ter 3 dos cinco mais baratos (e a maior parte não estar ligada a centrais de compras, que sim, poderão tomar partido de alguns negócios), nem os médicos vão perder muito. O utente pagará globalmente um pouco menos tal como o estado, mas o efeito maior até vai ser a diminuição dos preços.
O ministro não precisava de os ter grandes para isto. É uma evolução zinha, não uma revolução.

A Ordem dos Médicos está a vender caro cada palmo que cede, mas não está a ceder muito.
# por Blogger @boticando : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Volta-se a falar, aqui nos comentários (e também um pouco lá fora em alguns meios) de liberalizações e flexibilização de aberturas de farmácias.

Este não me parece um ministro para grandes aventura. Está a seguir o plano da troika, só isso. Esperem uma tômbola e meia duzia de alvarás.
# por Blogger @boticando : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Peço desculpa pelos comentários sucessivos, mas já agora...falei à pouco com alguém que geralmente sabe o que se passa nessas coisas da política e me disse que estou muito enganado, que a vai ser DCI a sério; vou dar o beneficio da duvida ao ministro e esperar para ver. Não quero ser injusto...
# por Blogger @boticando : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

«Claramente a ANF está melhor assessorada do que a Ordem dos Médicos em termos de comunicação.»

Claramente, 5 a 0. Até dá dó assistir à argumentação do BOM; qualquer pessoa minimamente esclarecida conclui da fragilidade da sua argumentação. E depois, como pretendo notar neste post, deica claro que a OM não defende, nunca defendeu, os genéricos, esses impuros - e isto fica para memória futura...
# por Blogger Peliteiro : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Pois sim Peliteiro mas acabei de ouvir na RTP o B.O.M. É o mesmo discurso, apoiado no bem dos doentes e nos maleficios dos genéricos "não são iguais mas similares" e nos doentes descompensados.

Para um leigo isso colhe.
O medo é mau conselheiro.
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, outubro 27, 2011

 

 

 

Que os genéricos não são todos iguais é uma evidência: recentemente, uma grande multinacional americana contratou com uma multinacional low-cost de genéricos a produção de algumas moléculas para a sua linha genérica e quase nenhuma passou no controlo de qualidade...
Os genéricos low-cost não são iguais aos outros: só o Infarmed é que parece que não sabe! E o Governo não quer saber...
O curioso é que os médicos só prescrevam trancado as Tetrafarmas e Biosaúdes da vida, e variem a marca ao sabor da compensação, mas tenham a lata de vir com esta argumentação para a praça pública.
Se só receitassem Ratiopharm, Mylan, Mepha e afins ainda os compreendia, agora assim...
# por Anonymous Anónimo : sexta-feira, outubro 28, 2011

 

 

 

Esta guerra que a O. M. desencadeou contra a prescrição por D.C.I., utilizando, recorrentemente, os argumentos mais incríveis, tem apenas e só uma única justificação :
O receio de perder as comissões, normalmente em espécie, tais como fins de semana, "congressos", viagens, etc, e, mesmo em dinheiro directo, que sempre receberam da I.F.
E no Hospital,como é ? Tambem "prescrevem" a marca ?
Vicêncio.
# por Anonymous Anónimo : sexta-feira, outubro 28, 2011

 

 

 

Os médicos isto, os médicos aquilo, mas farmácias também recebem comissões em espécie. É verdade. Ainda ontem o delegado de uma empresa de genéricos da IF (não divulgo aqui porque não sei se o proprietário do blogue concordaria) trazia uma bela máquina de café da DELTA, certamente num valor superior ao de uma esferográfica, não é verdade? Para além dos jantares pagos e muito mais. Se é ilegal, que se investigue e se responsabilize judicialmente! Onde pára a justiça neste país? As leis são só para fazer vista?
# por Anonymous Estagiário : sexta-feira, outubro 28, 2011

 

 

 

Esta já foi, agora falta as novas margens para as farmácias e os concursos para novas farmácias. O homem está a cumprir.
# por Anonymous Anónimo : sexta-feira, outubro 28, 2011

 

 

 

A resposta do Infarmed em Comunicado à OM.
Pode ser que se aprenda alguma coisa... Convinha todos lerem!!
# por Blogger Opaco : sexta-feira, outubro 28, 2011

 

 

 

Peço desculpa pela falta de pontuaçao na frase (A resposta do Infarmed, em comunicado, à OM.)..., mas percebe-se o que quero dizer...
Claro que falta o link...
http://www.infarmed.pt/portal/pls/portal/docs/1/6778250.PDF
# por Blogger Opaco : sexta-feira, outubro 28, 2011

 

 

 

Por agora está o problema médicos/genéricos resolvido!
# por Anonymous Anónimo : sexta-feira, outubro 28, 2011

 

 

 

Na farmácia onde estou em estágio foi decidido este mês que os "funcionários" vão ser submetidos a duas avaliações de desempenho mensais, e um dos parâmetros a avaliar será o volume de vendas de determinados produtos. Ou seja, por outras palavras, avaliar o "vendedor" que há em cada um dos "funcionários" (como lhes chama a mulher do proprietário da farmácia, farmacêutico). Ora, pergunto ao proprietário deste blogue se, de acordo com a deontologia da profissão e, mesmo, com a legislação laboral, tal é permitido? Gostaria mesmo de saber, pois caso não seja após terminar o estágio tomarei as devidas providências. Agradeço uma resposta. Obrigado.
# por Anonymous Estagiário : sábado, outubro 29, 2011

 

 

 

Estagiário:
Veja se percebe: O mundo real não é aquele em que V.Exa vive. As farmácias, mesmo sendo um espaço de saúde, e mesmo comercializando um bem que exige controlo técnico e que deve ser cedido com o seu devido aconselhamento, é um espaço comercial! Cada vez mais, até por imposição governamental, as farmácias passaram a ter que assumir este papel, em virtude da pressão a que estão a ser sujeitas e, nalguns casos, a pressão é facilmente detectável. Veja por exemplo o caso dos descontos. Quando eu terminei o curso era proibido dar descontos, agora não só é legal como incentivado! E foi por iniciativa do Estado que se caminhou para esta situação.
Perante isto, das duas uma: Ou a farmácia pára e vê o comboio passar, ou então adapta-se. E isto não é vender a alma para sobreviver. Claro que haverá alguns casos em que as medidas tomadas são gritantemente comerciais e, portanto chocam. Mas todas as farmácias terão que passas a ser geridas (algumas nunca foram!) e, claro, cumprindo escrupulosamente as regras deontológicas.

Posto isto tenho a dizer:
1) A farmácia fazer avaliação de desempenho, não só é legal como é aconselhável;
2) Os critérios para essa avaliação poderão ser os mais diversos, mas não choca ninguém (a não ser a uma virgem inocente) que algum desses critérios possa ser relacionado com a venda de determinado montante em produtos;
3) Claro que se esse sistema for criado com critérios éticos, não deve incentivar a venda de MSRM.
4) No entanto, pode perfeitamente, dizer o seguinte: O dextrometorfano que quero que se venda, porque comprei melhor, é o XPTO, logo quem vender mais XPTO e não outros dextrometorfanos, será valorizado. Isto é correcto.
5) Com os genéricos, a mesma coisa! Isto é, não se deve premiar a venda de omeprazol, mas obviamente que se se comprar melhor ao laboratório A e não aos outros, deve ser promovida a venda desse laboratório em deterimento de outro e, portanto avaliar se os funcionários vendem aquilo que a farmácia comprou.
6) Já sei que vai ficar com os cabelos em pé com isto que acabei de escrever.
Mas já agora explique-me porquê! Sabe escolher a marca do laboratório de acordo com a receita que o doente lhe traz? Vai avaliar o RCM na altura da dispensa para fazer essa avaliação? Acha que o facto do seu patrão querer que venda genéricos de determinado laboratório vão contra os seus deveres éticos? Explique-se por favor, porque pelo menos eu, já não o entendo!
# por Blogger Farmasa : sábado, outubro 29, 2011

 

 

 

Caro Farmasa,

Gostei muito da sua exposição e estou 100% de acordo.

Penso que existe uma informação adicional que interessa ter em conta.

O limite de 4 farmácias por proprietário é algo que está em perigo, não por via legislativa mas por via judicial. Não sei bem os pormenores, mas sei que um grupo económico da grande distribuição está a contestar a legalidade de sociedades anónimas não poderem ser sócias (sem acções identificadas nominalmente?). Isto poderá abrir o caminho para redes de farmácias, à semelhança da que a ANF teve ou tem na Polónia a meias com o Pingo Doce.

Se isso acontecer, mudará o panorama da farmácia em Portugal.

O que sei
# por Anonymous Anónimo : sábado, outubro 29, 2011

 

 

 

Até que enfim que estamos de acordo numa coisa... mas só em parte!
É que o negócio não vai acabar!!!
O negócio para aliciar os médicos a receitarem determinado medicamento vai ser transferido para as farmácias para fornecerem uma determinada marca que comercialize o princípio activo contido na receita!

Estás de acordo comigo?!
É apenas mais uma ilusão de óptica!
Desta vez venceu o lobby das farmácias aos dos médicos, com o dos laboratóprios a sorrirem cinicamente!

Um abraço
# por Blogger mfc : sábado, outubro 29, 2011

 

 

 

"6) Já sei que vai ficar com os cabelos em pé com isto que acabei de escrever.
Mas já agora explique-me porquê! Sabe escolher a marca do laboratório de acordo com a receita que o doente lhe traz? Vai avaliar o RCM na altura da dispensa para fazer essa avaliação? Acha que o facto do seu patrão querer que venda genéricos de determinado laboratório vão contra os seus deveres éticos? Explique-se por favor, porque pelo menos eu, já não o entendo!"
____

Farmasa, é muito fácil perceber. A profissão farmacêutica está legalmente definida como uma profissão liberal, inclusivamente o Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos refere isso mesmo, bem como a independência técnica e científica do farmacêutico e o dever deontológico desde de recusar quaisquer interferências no exercício da sua actividade. Ora, o meu problema é exactamente esse. Eu estudei para ser um profissional libera. No entanto, se eu vendo, preferencialmente, do laboratório que o DONO da farmácia (seja ele farmacêutico ou talhante ou empreiteiro) quer, porque é o mais vantajoso comercialmente para a farmácia, e não de acordo com o julgamento que faço de acordo com a informação científica que tenho à minha disposição (e que é meu dever conhecer!), então estou a infringir o código deontológico da minha profissão. Ou será que o código deontológico foi elaborado a pensar apenas nos farmacêuticos proprietários? Uns são farmacêuticos de 1.ª e outros de 2.ª? Parece. Não me choca que se faça avaliação de desempenho, se bem que como suposto profissional liberal seja da minha opinião que, a existir avaliação, só os meus pares me possam avaliar, e o que se passa é que, apesar desta farmácia ser propriedade de um farmacêutico, a mulher deste, que não tem nada a ver com farmácia, é co-proprietária e também mete a colher. Eu nem quero imaginar como seria se a farmácia fosse só propriedade da dita senhora! E sim, não concordo que o volume de vendas deste ou daquele produto seja critério a avaliar, nem que o caso seja como o que deu como exemplo: "comprei este melhor, por isso quero que vendam deste preferencialmente". Não me parece que se coadune com a ética e deontologia profissionais e julgo que os farmacêuticos, pelo menos os farmacêuticos, não deviam ser sujeitos a tal (sujeitassem antes os técnicos e auxiliares, esses sim, que façam esse trabalho). Espero que num futuro próximo os farmacêuticos comecem a acordar e a não seguir tão cegamente a ANF, porque a ANF não os representa e cada vez representará menos os seus interesses - a Ordem dos Farmacêuticos, enfim, por arrasto também dela não se pode esperar grande coisa. Talvez dinamizar o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos fosse boa ideia. Também eu defendi a ANF cegamente enquanto fui estudante... Bastou-me um mês de estágio para mudar radicalmente de ideias.
# por Anonymous Estagiário : sábado, outubro 29, 2011

 

 

 

Tendo em conta que não sou médico nem farmacêutico, apenas alguém interessado em temas ligados à saúde e não estou a defender o B.O.M. que no meu entender não argumenta bem de facto, gostaria apenas de colocar uma questão:

Tenho conhecimento de pelo menos um genérico que é totalmente ineficaz- o que substitui o Lasix. Como me parece muito grave que haja um diurético à venda que não produz qualquer efeito, pergunto: é caso único?
# por Anonymous Anónimo : domingo, outubro 30, 2011

 

 

 

Essa estória do lasix é como a das 1800 farmácias na falência; um mito urbano.
# por Anonymous Anónimo : domingo, outubro 30, 2011

 

 

 

Miguel Sousa Tavares no "Expresso" de 29-10-2011:
..."propaganda indecente da Ordem dos Médicos...
...desesperada tentativa para boicotar os genéricos, tentando fazer crer à população que a sua saúde está em perigo se os médicos deixarem de receitar os medicamentos que lhes pagam os bailes de piratas em Santo Domingo, os congressos no Dubai, os cabazes de Natal e sabe-se lá que mais".
Mais palavras para quê ?
Estes são os verdadeiros artistas portugueses...
# por Anonymous Anónimo : domingo, outubro 30, 2011

 

 

 

Os donos das farmácias idem...
# por Anonymous Anónimo : domingo, outubro 30, 2011

 

 

 

Mito urbano?
Bem, é um argumento tão bom como os do bastonário! Fiquei na mesma!
# por Anonymous Anónimo : domingo, outubro 30, 2011

 

 

 

Acabem com essa canalha dos delegados da PROPAGANDA e ponto final. E fiscalizem, mas fiscalizem a sério as ofertas dos laboratórios aos médicos e aos DONOS de farmácias, que enchem tanto ou mais o papo que os médicos e que depois condicionam os seus colaboradores, na farmácia, a vender A ou B porque lhes enche mais a pança. Honestidade intelectual, precisa-se!
# por Anonymous Estagiário : domingo, outubro 30, 2011

 

 

 

«Na farmácia onde estou em estágio foi decidido este mês que os "funcionários" vão ser submetidos a duas avaliações de desempenho mensais, e um dos parâmetros a avaliar será o volume de vendas de determinados produtos. Ora, pergunto ao proprietário deste blogue se, de acordo com a deontologia da profissão e, mesmo, com a legislação laboral, tal é permitido?»


Uma das pricipais e mais importantes funções do farmacêutico na farmácia é não vender e recusar vendas.

Assim, avaliações de desempenho assentes em factores ligados a vendas de medicamentos, sejam MSRM, MNSRM ou DM, porque contrariam o princípio do uso racional do medicamento e o princípio da autonomia técnica e científica, são, na minha modesta opinião, ilícitos e ilegais.

Quanto à escolha dos genéricos, pressupondo que são todos equivalentes, não faz sentido avaliar o montante das vendas do MG X ou Y porque dependem de uma receita médica, mas o gestor pode ir mais além e indicar qual o laboratório, ou laboratórios, que se devem ceder para uma determinada molécula, desde que no lote das mais baratas.

Quanto aos outros produtos que se vendem na farmácia, julgo que pode haver avaliação de desempenho pelas vendas, ainda que tal faça cada vez menos sentido, já que é um desperdício de recursos alocar um farmacêutico à venda de pó-de-arroz ou chupetas.
# por Blogger Peliteiro : domingo, outubro 30, 2011

 

 

 

«O negócio para aliciar os médicos a receitarem determinado medicamento vai ser transferido para as farmácias para fornecerem uma determinada marca que comercialize o princípio activo contido na receita! Estás de acordo comigo?!»

Não completamente. O farmacêutico já há muito era decisor nesta questão da "marca" do MG, porque muitos médicos já tinham um papel desinteressado na escolha do laboratório e deixavam à farmácia a liberdade de selecção. Com a nova legislação o princípio será, julgo, o da obrigatoriedade da escolha do mais barato, segundo decisão do doente. Portanto, é verdade que o poder decisão penderá mais para a farmácia, mas haverá um maior equilíbrio entre a posição do médico, do doente e do farmacêutico.
Por outro lado, se o medicamente a escolher estiver sempre entre o lote dos mais baratos a indústria farmacêutica já não terá margem para dar tantas comissões de venda, como acontecia até agora.
Abraço, Manuel.
# por Blogger Peliteiro : domingo, outubro 30, 2011

 

 

 

«Essa estória do lasix é como a das 1800 farmácias na falência; um mito urbano.»

Concordo. Não há evidência; que eu saiba não há notificações de farmacovigilância consistentes, nem aqui nem na Europa.
# por Blogger Peliteiro : domingo, outubro 30, 2011

 

 

 

Como complemento fica o artigo da autoria de José Guimarães Morais, Professor Catedrático de Farmacologia (Farmacocinética), Director da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL) e co-autor da guideline europeia em vigor sobre bioequivalência de medicamentos, e de Maria Rosário Lobato, Professora e Investigadora na área da Farmacocinética na FFUL e avaliadora de medicamentos (Infarmed) na área da Farmacocinética
http://www.ordemfarmaceuticos.pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/Docs31.pdf
# por Anonymous Anónimo : segunda-feira, outubro 31, 2011

 

 

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