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Amanita muscaria

Impressões de um Boticário de Província

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segunda-feira, 26 de maio de 2008

Da formação e profissão farmacêuticas 

(opinião por um estudante)


A opinião de um futuro colega sobre a formação e profissão farmacêuticas:

«Tenho-me deparado, infelizmente, e em diversos meios (incluindo o meio escolar pré-universitário), com uma grande falta de conhecimento (galopante) entre a população estudantil pré-universitária (e não só) sobre o Curso de Ciências Farmacêuticas e sobre a Profissão Farmacêutica. Noto com preocupação que há por parte de quem está "por fora" uma frequente associação - de quase exclusividade - entre a profissão de Farmacêutico e a Farmácia Comunitária, não no sentido natural do Farmacêutico enquanto o responsável máximo e necessário pela dispensa de medicamentos e sua supervisão, mas sim do Farmacêutico como mero lojista, em pé de igualdade com um mero técnico de farmácia ou ajudante técnico, sem que lhe seja reconhecida a sua formação universitária de 6 anos (5 anos com a adaptação a Bolonha), os seus saberes técnico-científicos e a devida nobreza associada aos seus actos profissionais na Farmácia Comunitária, diminuindo-o junto de outros profissionais de áreas similares.
Igualmente, noto que ao longo do tempo (com particular ênfase nos últimos anos) tem havido uma diminuição progressiva do número de candidatos ao Curso de Ciências Farmacêuticas (algo que pode ser verificado empiricamente no site oficial do Acesso ao Ensino Superior disponibilizado pela Tutela, que contém as mencionadas estatísticas), diminuição que tem sido concomitante com a criação recente de vários novos cursos na área das ciências da saúde e das ciências da vida (como Ciências Biomédicas, Ciências da Saúde, Engenharia Biomédica), que têm "conquistado" potenciais candidatos ao Curso de Ciências Farmacêuticas por total ignorância por parte destes quanto à realidade do Curso e da Profissão Farmacêutica. Existem casos de candidatos a preferirem a Licenciatura em Bioquímica ou a recém-criada Licenciatura em "Ciências Biomédicas" (!!!) face ao Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas por desconhecimento de todo o universo da Profissão Farmacêutica. A própria Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) abriu um curso bizarro denominado "Ciências Bioanalíticas" e parece estar em vias de abrir outro ainda mais bizarro denominado "Farmácia Biomédica". Não duvido que a palavra "biomédica" seja um foco de grande atracção para muitos, mas não me parece que jogue em favor do Curso de Ciências Farmacêuticas nem da própria FFUC enquanto instituição formadora de Farmacêuticos por definição. Estamos, portanto - acho que se pode concluir - a perder bons candidatos para outros cursos e, concomitantemente, a nota do último colocado nas faculdades de Farmácia tem vindo a descer ano após ano.
Face a esta situação, que considero preocupante, tomo a liberdade de sugerir às várias instituições de ensino farmacêutico, sobretudo às Clássicas, que realizem por sua iniciativa junto da população estudantil pré-universitária dias abertos a "prospective students" em que se cumpram os seguintes pontos (bem como a actualização dos respectivos sítios na Internet das mesmas instituições):
- Realçar o papel do Farmacêutico nas suas diversas áreas de actividade e actuação, com ênfase no seu estatuto de Especialista nas mesmas (Análises Clínicas, Indústria Farmacêutica, Regulamentação Farmacêutica, Farmácia Hospitalar bem como nas Análises Bromatológicas, Hidrológicas e Toxicológicas e na Distribuição Farmacêutica);
- Destacar o papel do Farmacêutico como cientista/investigador nas ciências da vida e da saúde/medicamento, com especial incidência sobre o perfil do Farmacêutico não só como profissional de saúde mas, também, como cientista;
- Promover os investigadores/cientistas Farmacêuticos e a sua produção científica junto da comunidade, conferindo-lhe maior visibilidade junto de todos e não apenas dentro de um grupo restrito de académicos e de outros investigadores/cientistas;
- Discriminar com a maior minúcia possível todas as saídas profissionais possíveis para o Mestre em Ciências Farmacêuticas e todas as oportunidades de carreira que a mesma formação, e correspondente Profissão, confere (i.e., onde houver um Farmacêutico, discriminar todas as possíveis funções/cargos/posições que este pode ocupar nessa área);
- Reafirmar, incansavelmente, o Farmacêutico como o único e legítimo profissional e especialista do medicamento em Portugal.
Não acho que se possa continuar a permitir a disseminação da noção do químico e do bioquímico (ou qualquer outro) como responsáveis pela criação de medicamentos quando é o Farmacêutico o especialista do medicamento. Não acho que se possa tolerar que o Farmacêutico seja relegado para outros planos que não o primeiro plano na comunicação social quando o assunto é debater matérias no âmbito daquele que é o seu principal objecto de estudo: o medicamento. Não acho que se deva aceitar passivamente e sem contestação a usurpação de saberes e funções que desde sempre pertencem aos Farmacêuticos por parte de indivíduos com outras formações (ou mesmo sem qualquer formação!).
De outro modo temo que, a curto prazo, o estatuto conquistado pelo Curso de Ciências Farmacêuticas e pela Profissão Farmacêutica ao longo de décadas e décadas se venha a degradar e esbater cada vez mais no seio deste "boom" de novos cursos e de perda de visibilidade e reconhecimento da componente com maior visibilidade pública e social da Profissão (vide liberalização da propriedade da farmácia e da venda de MNSRM em outros estabelecimentos que não as farmácias).»

RMO
(Estudante do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa)

Peliteiro,   às  19:32

Comentários:

 

De facto o que o colega diz é bem verdade. Talvez ligeiramente excessivo quando se refere à preterência de CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS em relação a outros. Provavelmente o que ocorre com frequência é a colocação dessas novas licenciaturas em opções subsequentes à de Ciências Farmacêuticas, e após o insucesso, o aluno infantilizado prossegue-se frustrado para outros cursos pelejando a sua primeira escolha. Não fosse o facto de presenciar em primeira mão casos de licenciados em biotecnologia, bioquímica, eng química, análises clínicas/farmácia (TDT) e até ex-alunos de medicina dentária (raro) a frequentarem o curso. É frequente verificar especialmente o caso dos bioquímicos e químicos que optam por seguir Ciências Farmacêuticas quando deparados com a ausência de progressão na indústria farmacêutica e laboratórios.
Concordo consigo quando diz que existe de facto uma ignorância abismal relativamente à actuação do farmacêutico tanto por parte do “público” como do próprio aluno.
Há quem ingresse na licenciatura politécnica em análises clínicas e saúde pública acreditando ingenuamente que no termo do seu curso é sem objecções, analista. Obvio que com tanta burrice insurgem-se quando deparados posteriormente na sua actividade profissional com um superior hierárquico, este verdadeiramente especialista em análises clínicas, pelo colégio da especialidade da sua ordem. Chegam ao cúmulo (os verdadeiramente acéfalos) de o acusar de exercício ilegal (!!!) enquanto que 50% dos laboratórios de analises têm direcção técnica farmacêutica. Um problema de semântica entre tantos outros (notar a inclusão do curso de Farmácia em mestrados e pós graduações que se referem à antiga licenciatura de 6 anos formadora de farmacêuticos) que facilmente se resolvia em alterar o nome da especialidade.
Igualmente denoto que (para além desta ignorância que mais cedo ou mais tarde acaba por se dissipar) o próprio aluno de Ciências Farmacêuticas não faz por credibilizar a sua profissão.
Os casos são frequentes de recém-licenciados, bons alunos, com convites para trabalhar a nível da indústria farmacêutica (desde o controlo de produção, qualidade, direcção e regulamentação), investigação (nas faculdades), distribuição e consultoria, que se acomodam ao trabalho em farmácia de oficina onde - aliada a uma atraente remuneração - podem “desligar” e deixarem-se levar sem terem de se sujeitar ao mínimo alvoroço profissional. Sendo que muitas vezes, este acomodamento não se trespassa apenas para o local de trabalho, mas também e para minha grande tristeza, para um exercer sem engrandecer o próprio ofício. Por outras palavras, o farmacêutico de oficina acaba por não estar para se chatear.
Todos nós temos culpa nisto, dá-me também a entender que a própria OF e as FF’s não têm grande noção do estado caótico em que se encontram as ideias dos alunos pré-universitários. Temos farmacêuticos a trabalhar desde saúde pública, passando pela genética até à investigação criminal, porque não discriminar “por miúdos” junto dos estudantes (sites das FF’s e afins) este facto e tantos outros referentes às actividades deste profissional liberal.
A noção do farmacêutico lojista rico com a esposa cheia de anéis e casacos de pele tem de acabar!
Pela natureza do local onde estudo não posso fazer generalizações mas são frequentes os alunos com negócio de família (farmácias & laboratórios) a arrastarem-se pelos semestres com o único objectivo de um dia herdar as posses dos pais. Felicito-me por encontrar algumas excepções.
Felicito-me também pela AE já ter tomado algumas iniciativas no esclarecimento de dúvidas em colóquios aos seus alunos.

Felicitando-o pelo seu excelente blog e dedicação ao mesmo,

Aluno de Ciências Farmacêuticas do ISCSEM.

 

 

 

Leitora assídua do seu blog como sou não me escapou este post. :)

Desde já queria dizer que vou tomar a liberdade de fazer re-blog a este post. Acho que é um assunto importante e que deve ser "espalhado", entre a comunidade farmacêutica, especialmente a pré-profissionalizada.

Como tal vou fazer comentário no meu ( e do meu colega) blog.

Espero que não haja problema neste espalhar da notícia.
# por Blogger Andie : segunda-feira, maio 26, 2008

 

 

 

Ficou implícito no texto anterior mas volto a salientar o facto de os próprios alunos não estarem sensibilizados para as vicissitudes da actividade profissional farmacêutica.
Eu e o rmo somos provavelmente os únicos alunos em Portugal continental e ilhas que se preocupam com este tipo de temáticas, caso grave que por diversas vezes já tentámos fazer chegar aos responsáveis da OF e FF’s.
À semelhança de outras faculdades, as de farmácia NECESSITAM de dias “do candidato” em que farmacêuticos de várias áreas palestrariam para um auditório cheio de alunos sobre o que fazem e como o fazem, professores que expliquem o que se aprende durante o curso e nas várias cadeiras.
Os tempos são outros, tempos de desinformação, neste momento precisamos de actuar nos berços dos farmacêuticos, precisamos de ser espertos.

Aluno de Ciências Farmacêuticas do ISCSEM.
# por Anonymous Anónimo : segunda-feira, maio 26, 2008

 

 

 

Muito satisfeito pelo interesse dos colegas e futuros colegas, em temas tão pertinentes.
As propostas de RMO são deveras interessantes e como alguns profes das Faculdades de Farmácia visitam este blogue espero que sejam tomadas em devida conta.

Os cursos de "Ciências Bioanalíticas" e "Farmácia Biomédica" - que eu desconhecia - são realmente bizarros, desligados das necessidades do mercado de trabalho e, obviamente, mais um triste fragmento do negócio do ensino, dos cursos criados a pensar nos professores e nada nos alunos.
# por Blogger Peliteiro : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Então o colega que repare no curso de "Ciências da Saúde" com a possibilidade de um segundo ciclo de Eng. Farmacêutica, e "Ciências Biomédicas" com um minor em regulamentação farmacêutica.
Além de pouca aplicabilidade e formação essencialmente técnica, são enganadores.
E mais uma vez digo, dias abertos são uma necessidade.

Aluno de Ciências Farmacêuticas do ISCSEM.
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Como leitor assíduo que sou deste blog - parabéns pelo mesmo! - obviamente que também a mim este post não me escapou. Não posso deixar de concordar com o que o colega escreveu. É um facto. Os farmacêuticos, muito por culpa própria, são rebaixados, em especial relativamente aos técnicos/ajudantes técnicos. Conheço um caso de uma farmácia em que os técnicos com aquela licenciatura em Farmmácia (sabe Deus o que é esta coisa) exigem ser tratados por Dr., o que, convenhamos, confunde ainda mais as pessoas. Isto é o que se passa em comunitária, porque existe outra situação ainda mais gritante... O que se passa em farmácia hospitalar. Nos hospitais chega a ser ridícula a atitude dos técnicos, querendo, quase à força, assumir o papel dos farmacêuticos. Aliás, foi entregue no CFH da OF uma proposta dos técnicos hospitalares para serem equiparados a farmacêuticos, passando os farmacêuticos a ser "farmacologistas"... Nem consigo comentar isto, tal não é a minha sideração perante esta vergonha.

Cumprimentos,
Recém-licenciado em CF da ULusófona
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Os técnicos nunca consistiram nem consistem uma ameaça para os farmacêuticos. Pelo contrário a classe técnica sempre serviu bem os interesses da classe médica e farmacêutica.
No caso dos técnicos de farmácia são perfeitamente distinguíveis dos farmacêuticos no conhecimento que dispõe, daí não os vermos em projectos de investigação nas faculdades nem muito menos na industria farmacêutica. Inclusive a sua actuação neste ultimo sector não passa de uma actuação meramente técnica e pragmática, ocupando cargos técnicos no verdadeiro sentido da palavra. A confusão no sector de oficina é compreensível mas em todas as farmácias que conheço não há nenhum que use o "Dr" no cartão, e nunca o admitiria numa farmácia a meu cargo, não pelos motivos que parecem óbvios - se bem que é discutível o uso do Dr em cursos não clássicos e pior ainda, politécnicos - mas pela possível génese de confusões de identidade profissional.
Da mesma forma falo dos bioquímicos que tanto nas analises como na industria (com a excepção da investigação feita na mesma) não têm progressão na carreira e são incluídos em quadros médios.
Nem muito menos estes cursos referidos de ciências do grão-de-bico consistem uma ameaça, existe de facto uma grande desinformação algo que é perfeitamente resolvível se a OF e Faculdades se mexerem.

Antes de estudar o que estudo, já frequêntei um curso de saúde politénico, antes das bocas de reacção por parte de alguns, se necessário tenho o prazer de relatar experiencais minhas e de colegas meus licenciados em farmácia/analises clinicas ou ex-estudantes que facilmente confirmam a diferença abismal que existe entre as respectivas licênciaturas politécnicas, e a formação regulada a nivel comunitário que é, as ciências farmacêuticas.
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Sou um leitor assíduo deste excelente blog há já algum tempo mas julgo ser a primeira vez que comento um post.

Ao contrário do que é dito no post original, não acho que seja assim tão preocupante o desconhecimento da população estudantil pre-universitária relativamente à profissão farmacêutica. Nem acho preocupante o facto de a média estar a baixar, pelo contrário, sempre achei a média exageradamente elevada e não acho de todo que uma média de entrada no curso mais elevada nos garanta "melhores candidatos" ou que a média mais baixa seja sinal que os estamos a perder para outros cursos.

Preocupa-me mais, isso sim, as dezenas de estudantes de CF que entraram neste curso porque não conseguiram entrar em medicina. Quem coloca CF na primeira opção é uma minoria de cerca de 30% (não estou a atirar números ao ar, se bem me lembro a percentagem era aproximadamente esta da ultima vez que verifiquei).

Além disso, não vejo de todo necessidade de captar mais estudantes para os cursos de CF. Haverá na opinião de alguém poucos cursos de CF em portugal? Ou poucos estudantes de CF? As faculdades têm por acaso recursos a mais que estejam a precisar de uso? Não me parece que tenham sequer condições para aceitar os alunos actuais, quanto mais um numero superior...

Enquanto se é estudante está-se naturalmente a marimbar para o prestigio da profissão ou para "o papel do Farmacêutico como cientista/investigador nas ciências da vida e da saúde/medicamento". Salvo algumas excepções das quais eu, por vários motivos faço parte, o estudante quer, dependendo do seu caracter, ou farra ou enterrar a cabeça nos livros qual avestruz na areia. Não digo que seja totalmente positivo, mas é natural.

O que me preocupa sériamente, isso sim, é ver muitos farmacêuticos sejam de farmácia comunitária, hospitalar, nálises clínicas, docentes ou investigadores fechados no seu pequeno mundo para além do qual não fazem a mais parca ideia do que se passa. Liberalizações, novos desenvolvimentos na área do medicamento, nova legislação, debates televisivos... tudo parece passar ao lado de alguns. Não generalizo, há excepções obviamente, mas há menos que as que gostaria que houvesse.

Em relação ao primeiro comentário, não concordo de todo com a parte em que referes o acomodamento à farmácia comunitária de forma negativa. Posso-te dizer com muita certeza que o "acomodamento" não é fácil dado que é uma profissão que exige muito de ti, ao contrario da ideia do que muita gente pensa, "vender caixinhas atrás de um balcão tem muito que se lhe diga e podes ter a certeza que se hoje em dia o curso e a profissão têm o estatuto que têm é em muito graças as farmácias de oficina. São elas que contactam directamente com a população e passam a imagem de excelência, não são os que trabalham "a nível da indústria farmacêutica (desde o controlo de produção, qualidade, direcção e regulamentação), investigação (nas faculdades), distribuição e consultoria" como pareces pensar, não desfazendo a sua importância.

Mais, não vejo de todo a relação entre o farmacêutico e essa extravagancia de que falas. Penso que os farmacêuticos são pessoas como as outras e alguns deles são ricos com esposas com aneis e casacos de peles (será que ainda alguém usa disso???) tal como há médicos com esposas com aneis e casacos de peles ou empreiteiros, politicos, professores, gestores, etc nas mesmas condições.

Também não vejo o lado negativo em ter um negócio de família e herda-lo. De facto, normalmente é assim que os "negócios" se dinamizam com maior solidez. Pensas que é de alguma forma diminuidor para alguém aspirar a gerir uma microempresa como é uma farmácia? Isso faz de algém menos activo ou menos defensor da camisola de CF? Não. Por muita (muita) experiencia própria te posso dizer que quase todos os que conheço nessa situação se preocupam com o tal bom nome do curso de CF de forma mais aguerrida que a generalidade dos restantes.

Cada um é livre de pensar aquilo que quiser e respeito a tua opinião, mas parece-me que vai para ai um reboliço de ideias fruto de opiniões pre-concebidas que não correspondem totalmente à realidade.

Filipe, estudante da FFUP
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Caro Colega Filipe (FFUP),

O cerne da questão é não deixar que o curso de Ciências Farmacêuticas se dilua neste "boom" de novos cursos nas áreas das ciências da vida/saúde - alguns deles um autêntico atentado aos saberes e funções próprios do Farmacêutico - e que deixam os estudantes pré-universitários extremamente confundidos. Não é uma questão de se captar mais alunos para o Curso de Ciências Farmacêuticas (de todo!), é uma questão de segurarmos os bons candidatos, de não os perdermos para esses cursos, por mera falta de informação, isto é, desinformação (pelos motivos que já expus).

Assim sendo, eu acho que seria sensato - e necessário - elaborar estratégias junto da população pré-universitária, como os tais dias abertos, porque - e não vale a pena tapar o sol com a peneira! - de há uns tempos para cá uma parece haver uma desinformação crescente sobre o Curso e sobre a Profissão entre os futuros candidatos ao Ensino Superior que eventualmente se interessam pelas Ciências Farmacêuticas. Uma posição autista (como parece ser a que tem vindo a ser tomada), consciente ou inconsciente, que pressuponha que tudo está bem, que somos os melhores e que ninguém é capaz de nos fazer "sombra" não é de todo, na minha opinião, a melhor estratégia nos tempos conturbados para o sector como são os de hoje.

De facto, "salvo algumas excepções (...) o estudante quer, dependendo do seu carácter, ou farra ou enterrar a cabeça nos livros qual avestruz na areia." É compreensível e até pode ter o seu "quê" de saudável (com moderação) mas começa a tornar-se preocupante quando o estudante não vê mais para além disso. É pena que cada vez haja menos estudantes "interessados". Há que haver peso e medida. Mas quanto a isso, eu próprio por vezes me interrogo sobre o paradeiro da APEF, que ultimamente mais parece uma central de festas e não uma associação de estudantes.

Cumprimentos,
RMO
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Muito satisfeito por assistir ao debate de ideias entre jovens colegas. Bom sinal.
# por Blogger Peliteiro : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Caros Colegas

O único comentário pertinente que me ocorre deixar sobre o texto do colega RMO, é que as suas declarações não acrescentam nada de novo e até devia procurar quem já as exprimiu ao longo dos últimos anos. Ah e que achei engraçado.
Saberá o colega que há estruturas representativas do estudantes a nível nacional e local no curso de Ciências Farmacêuticas, e que as mesmas têm ao longo dos últimos anos de uma forma permanente tentado mostrar o papel do farmacêutico à sociedade. E a da sua Faculdade deve ser das mais activas e mais inteligentes nesse papel a nível nacional. Conheço esse facto de experiência própria. Já internamente tentam mostrar quais as saídas e potencialidades da nossa profissão.
Mas ai ocorre algo caricato, os estudantes não participam, e não o fazem, por falta de tempo, mas por falta de interesse. Sabe porque? Duas razões: o que se procura actualmente são profissões estáveis e os estudantes sabem que, ainda têm acesso fácil ao mercado farmacêutico; segunda e a mais importante, arrisco que 89% dos estudantes que ingressam no curso principalmente nas clássicas como lhe chamou, não tinha como primeira opção Ciências Farmacêuticas.
Em relação ao decréscimo de estudantes a ingressar no curso. Não concordo, o que aumentou foram o número de vagas, quase em 100%, portanto é uma simples regra de exercício, a oferta foi de encontro à procura que existia. A tendência será que a oferta venha a ser maior que a procura, como acontece em todas as áreas. E aqui só há dois culpados: a nossa Ordem, e o Ministério do Ensino Superior.
Caro colega, percebo que a intenção do seu texto foi a melhor, mas aconselho-o a ser menos cooperativista. Isto, porque o futuro espera – nos, claramente com algo novo, esta na hora de começar a mudar. E aí os estudantes que deixem de ser comodistas e que exerçam o seu direito cívico de querer mais e melhor. Temos de dar brio a esta classe, não mantê-la num nível aceitável.
Daí, para finalizar deixo-lhe a minha ultima critica (ao texto), os cursos que foram criados e que se refere são feitos com uma única justificação: chamar gente à faculdade, que acontece por um único defeito: o modo de financiamento das faculdades públicas, logo culpa é do sistema e as faculdades adaptam-se. Mas é preciso mudá-lo, e há uma solução, cheque ensino (e se um dia quiserem posso deixar um texto sobre este tema) que para mim será estruturante para um Portugal melhor. Não são ridículos, respondem a algo que Bolonha pede, especialização… E se reparar bem são áreas que não são abordadas nos nossos currículos académicos, nem estão descritos em acto farmacêutico, são assim na minha óptica, embora criticável, muito inteligentes… Estão a abrir novas portas..

Deixo também o voto à Dra. Manuela... lol... Achei interessante o apoio publico do “dono” do blog...

Com os mais respeitosos cumprimentos

Luís António Pereira Pinto
Estudante de Ciências Farmacêuticas no ISCS-N
# por Blogger Luís Pereira Pinto : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Embora compreenda as preocupações de se realmente informar melhor a população pré-universitária acerca do que é de facto o curso de Ciências Farmacêuticas, eu devo referir dois pontos.

1º penso que a população pré-universitária de hoje está indubitavelmente mais inconsciente das decisões que tem de tomar do que em comparação à minha geração (aqueles que ingressaram à 7 anos num curso universitário). Os jovens pré-univ estão cada vez mais infantilizados. Óbvio que não podemos generalizar, mas podemos constatar isto, partindo de casos como a falta de educação cívica nas escolas secundárias que hoje em dia se verifica. Isto é um ponto importante, na minha opinião, a ser considerado. A maturidade tem um papel preponderante na escolha de um curso. Penso que uma maior informação é necessária, claro. Cada curso tem de saber vender o seu "peixe". Mas perante a imaturidade do aluno e a falta de acompanhamento cívico por parte dos pais, não compreendo como é que esperam que as gerações de hoje consigam vingar com boas escolhas na universidade, se no liceu são autênticas crianças egoístas e embirrentas?


2º Quando me candidatei à universidade, como disse anteriormente, à 7 anos atrás, lembro-me de deparar-me com os cursos de Engenharia Biomédica e/ou equivalentes tanto no IST como na FCUNL. Facilmente se via que as médias de entrada nestes cursos eram inflaccionadas. Isto porque uma percentagem (talvez a maioria) dos alunos que entravam, tinham escolhido em última opção num rol de opções onde Medicina era prevalente.
O mesmo se passou com Ciências Farmacêuticas (CF) não só no meu ano de entrada, como em anos anteriores. Talvez tenha diminuído ao longo dos anos, pois criaram-se estes curso que "diluem" as entradas de alunos em CF. Esta opinião, de que uma larga % de alunos caloiros em CF na realidade até queriam medicina, já foi aqui referida.
A minha questão é: Portugal tem uma liberalização, quanto a mim disparatada, em termos de criação de cursos universitários. São cursos que não têm qualquer reflexo no mercado de emprego! Um país tão pequeno, não só em tamanho territorial, como em visões futuras de criar oportunidades, nunca percebi como é que consegue ter tanto curso! No final, geram-se mais desempregados. OU pior, pessoas que não têm oportunidade de arranjar emprgo na sua área, pois as áreas não são assim tão versáteis, e vêem-se obrigados a acomodar-se a empregos totalmente diferentes da sua área de formação.

Apesar de tudo, em ciências farmacêuticas (ou farmácia, falando de modo mais geral), os licenciados não têm esta preocupação. Até hoje sabemos sempre que havemos de ter oportunidade de emprego nesta vasta área de farmácia.

[Ou então não! o meu caso e o de muitos que como eu não querem trabalhar nos empregos de comunitária, indústria, hospitalar ou análises, mas sim enveredar por um ramo mais científico, vêem-se preocupados com o seu futuro. Pelo menos eu estou.]

A auto-análise que os colegas que inciaram este debate fizeram é sinal de que se tem consciência desta "cogumelização" de cursos que não encaixam na realidade Portuguesa de trabalho.
Na minha opinião, e julgando por outros cursos que existiram e já deixaram de existir, acredito piamente que estas ciências analíticas e afins vão acabar por fechar. É triste afirmar isto, mas é a passividade que se observa e sempre se observou ao longo dos anos.


Outras duas coisas que queria referir muito rapidamente.

Primeiro, sinto que o comodismo [assunto aqui brevemente explorado em comments anteriores] é um "malefício" que não só depende do carácter do trabalhador como obviamente e em maior força depende do tipo de emprego. Farmácia comunitária ainda é "easy money". Cá em Portugal até nem acho que seja assim tão "easy", pois vejo os meus colegas a esfolarem-se em horários de serviços permanentes em dias úteis, fins-de-semana ou feriados, tendo como recompensa o pagamento de um salário por si bastante bom acompanhado do pagamento de horas extraordinárias. Há países na Europa onde o trabalho é das 9-5 e por hora ganha-se mais. Mas claro, estamos a falar de Portugal - uma realidade económica bem diferente.
Bom, mas comparativamente com a entrada na indústria, começar como 1º emprego em comunitária, é óbvio que o dinheiro a entrar na maior parte dos casos pode provocar algum letargismo. Mas, vejamos: estes horários extenuantes que se fazem para ganhar "bem", eventualmente cansam. A indústria oferece uma melhor alternativa, um emprego talvez mais descansado [as generalizações são inevitáveis e possivelmente incorrectas!]. Daí 7 cães a um osso quando os recém-licenciados querem ingressar na indústria à procura de um emprego menos cansativo, mas onde infelizmente na maioria das vezes lhes apresentam estágios e empregos temporários.
Resumindo, o que eu quero dizer é que comodismo estabelece-se em qualquer profissão. Basta a pessoa sentir-se pouco inclinada a mudar.

A opinião do post, fala da divulgação da actividade científica do farmacêutico.
Lembro-me de assistir a uma aula de micologia em que a professora praticamente implorava que nós, após conclusão do curso, dessemos uma olhadela ao mercado de trabalho científico. O problema a que esta professora tão preocupada nos chamava a atenção era que os lugares de ciência estavam a ser ocupados por licenciados em bioquímica, química ou biologia. Achava ela um escândalo.
Eu compreendi que, o escândalo é devido a duas simples causas: os farmacêuticos ao licenciarem-se, acham mais aliciante exercer um dos ramos da sua profissão pelo mercado do trabalho fora, do que continuar a investir no ramo académico, invariavelmente patrocinado pelo Estado [e portanto mal-pago, comparativamente com outras possibilidades de emprego]; os bioquímicos, químicos e biólogos, formam-se em maior número do que aquilo que o mercado de trabalho em Portugal consegue absorver, logo não é anormal que se expandem para áreas que não sejam directamente "suas".
O problema é que a via académica geralmente encerra-se em si mesma. Há um processo de autofagia. O aluno que se propõe a doutoramento é escolhido e após 4 anos de trabalho não tem qualquer prospecto do seu futuro. Não se formam cientistas para andarem a acumular títulos académicos (pós-doc, pós-pós-doc...). Quantas empresas cá em portugal empregam doutorados?
Para quê doutoramo-nos num ramo de investigação científica se não temos hipóteses de desenvolver as nossas capacidades liderando uma equipa de investigação, excepto em lugares proporcionados pelo Estado (institutos de investigação como o ITQB, por ex). A minha preocupação é esta. As causas são muitas: falta de empenho do Estado em incentivar financeiramente a prática da investigação científica em farmácia; falta da cultura de mecenato neste país; poucas ligações de indústrias com verdadeiras sedes de I&D por cá, e que possam estabelecer parcerias com as universidades.
Não digo que isto seja totalmente impossível de acontecer em Portugal - mas afirmo que, na nossa sociedade, estamos muito àquem daquilo que se passa na Europa (e só falo da Europa, pois estamos na UE!).

Desejo bom debate de ideias a todos! :) espero ansiosamente por novos comentários.
# por Blogger Andie : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Apenas um comentário ao colega LAPP. Não creio que o corporativismo seja algo de, necessariamente, mau. Até pelo contrário. Creio que uma profissão sem uma organização firme, face a toda uma conjuntura que se verifica, tenderá a ver a sua situação e reconhecimento piorar em vez de melhorar. É importante que esta seja uma classe pare de sofrer da doença auto-imune de que está, obviamente, acometida. Ser uma profissão virada para o público, no exercício das suas funções, não significa que tenha de estar vulnerável. Quanto ao facto da APEF ser uma central de festas... Creio que me parece óbvio que assim seja, já que algumas das próprias AEs também fazem disso a sua quase exclusiva razão de existir.
Quanto à abertura de novos cursos para fazer face aos pedidos de especialização de Bolonha... Discordo. Creio que se deveria fazer como é feito, por exemplo, em medicina - com as devidas distâncias, claro - onde há o curso e, depois, as especializações. Repare-se: não me parece credível existir uma "licenciatura em cirurgia cardiotorácica" sem haver um curso de medicina a priori.

Cumprimentos,
Recém-licenciado em CF da ULusófona
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Luís António Pereira Pinto:

Sei perfeitamente que existem estruturas representativas dos estudantes de Ciências Farmacêuticas quer ao nível institucional quer ao nível nacional. No entanto, daquela que é, alegadamente, a estrutura representativa de todos os estudantes de Ciências Farmacêuticas, a APEF, oiço muito, muito pouco. Lembro-me parcamente dos comunicados da mesma sobre a liberalização da propriedade da farmácia, da liberalização da venda de MNSRM e da abertura de novos cursos de Ciências Farmacêuticas. Louváveis, sem dúvida, mas duvido que, a maioria dos estudantes de Ciências Farmacêuticas as tenham lido sequer, porque não estão motivados para tal (seja qual for a razão por de trás disso – na verdade, são várias). Por isso mesmo penso que a APEF não pode ficar-se por palavras e por comunicados textuais pontuais tirados a ferro para não parecer mal. Havendo uma organização ao nível nacional que representa os estudantes de Ciências Farmacêuticas, considero ser função primordial da APEF, num período tão conturbado para o sector como o actual, elaborar estratégias de defesa do Curso que representa activamente, não pontualmente. É hora de defender o nosso Curso e a nossa futura Profissão e isso, passa por agir e, também, por mobilizar os estudantes. Uma APEF que vive quase exclusivamente só para a realização anual de um ENEF, à qual tudo o resto lhe parece passar um bocado ao lado, para mim é de pouca utilidade e é uma APEF na qual não me consigo rever (podemos começar por falar no sítio da mesma na Internet, que actualmente não passa de um álbum fotográfico online nos diversos ENEF – penso que seria mais inteligente dar maior utilidade a esse espaço, aproveitando-o para exprimir mais opiniões e transmitir mais informações quer aos estudantes de Ciências Farmacêuticas quer aos potenciais candidatos ao Curso quer à sociedade civil em geral – muito importante).

Andie:

Concordo com tudo o que foi dito sobre a investigação científica. Mas apesar do facto dos lugares nas carreiras de investigação científica serem pouco atractivos para os Farmacêuticos, porque ao depararem-se com oportunidades de carreira muito mais aliciantes (sobretudo ao nível monetário) optam pelas mesmas, relegando esses lugares para outros profissionais que não têm muito mais por onde escolher, digamos assim (biólogos, bioquímicos, etc.) existem ainda muitos Farmacêuticos, por paixão, na investigação científica. Eu acho uma pena que o seu trabalho não seja mais divulgado junto dos próprios estudantes de Ciências Farmacêuticas e até que muitos dos mesmos não dialoguem mais com os próprios estudantes fechando-se numa redoma de académicos e cientistas. Quantos de nós, estudantes (sobretudo os mais novos) sabem quem é a Prof.ª Dr.ª Odete Ferreira (uma das grandes cientistas portuguesas de sempre)? Ou a Prof.ª Dr.ª Patrícia Cavaco Silva? Ou o Prof. Dr. Amílcar Falcão? Ou o Prof. Dr. Nuno Taveira? Eu nem quero arriscar um valor! E quem diz estes, diz tantos outros cuja produção científica deveria ser mais divulgada entre os estudantes e, volto a frisar, entre os futuros candidatos ao Ensino Superior com interesse na área farmacêutica e com interesse na investigação científica. Não podemos permitir que se passe a ideia de que quem quer fazer investigação científica, seja numa área mais básica ou, sobretudo, numa área aplicada às ciências farmacêuticas, deve seguir um curso de Biologia, Bioquímica, Química, Engenharia Química ou essas tais recentes e bizarras “Ciências Biomédicas” ou “Engenharia Biomédica”, que alguém se lembrou, num dia não, de inventar. A imagem do Farmacêutico-Investigador é, cada vez mais, na minha opinião, essencial.

Cumprimentos,
RMO
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Só para acrescentar mais uma coisa: eu creio que o Curso de Ciências Farmacêuticas e a figura do Farmacêutico-Investigador deve ser sinónimo de investigação em Saúde como outrora, nos seus tempos áureos, já foi. É por isso que insisto tanto em que se dê destaque ao Curso entre estes novos cursos que nascem como cogumelos e que pretendem ocupar aquele que foi, é e será o Nosso lugar.
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

RMO,

Na minha opinião há alguma instransigência naquilo que dizes.

Vou ser concreta para me esclarecer melhor.
Em engenharia biomédica, pode haver uma sobreposição na formação dos futuros engenheiros, com aquilo que nós aprendemos nas FF. Antes de mais devo dizer q Engª Biomédica já existe há mais de 10 anos, é um curso que antigamente era um ramo da Engª Física. Pelo menos na FCTUNL.
Bom, mas como estava a dizer, o propósito para os futuros engenheiros terem de saber de ciências da vida ligadas à farmácia, acaba por se ligar ao objectivo de criar maneiras de ligar a física à medicina. Isso traduz-se em desenvolvimentos de intrumentação, imagiologia, dispositivos de medição...
Física aplicada às ciências da vida. Repito porque eu acho que isto é muito diferente daquilo que estudamos em CF. Por maior número de cadeiras que tivémos durante o curso, não conseguimos aprofundar todas da mesma maneira. O mesmo se passa com os engºs.
É só um exemplo.

Quando eu estudei com um grupo de farmacêuticos na Uni Bath, eu dei-me conta que todos eles estavam a entrar no campo da física. Bem explícito. E via-se que havia necessidade de aprofundar cada vez mais os seus conhecimentos em física.

Não há sobreposição? Os farmacêuticos não estarão também a ultrapassar os seus limites?

Não.

Na minha opinião penso que ninguém transpõe os seus limites, quando toca a ciência. A ciência é mesmo isso: ultrapassar as ideias e ter visão para além da caixa (out-of-the-box) para podermos resolver os problemas com os quais nos deparamos actualmente.

A contestação da "cogumelização" dos cursos chateia-me exactamente porque as pessoas vão lá parar sem saber o que podem fazer com o canudo na mão. Sem saber que muito provavelmente o seu curso não tem saídas profissionais. Isso entristece-me. Farmácia, como disse antes, não tem este problema [agora].

Quando falo da investigação farmacêutica em Portugal falo exactamente daqueles que correm por gosto. São de louvar, claro. COmo qualquer outro cientista nas mesmas condições em Portugal.

Agora dizer que a investigação tem de ser exclusivamente para farmacêuticos acho um bocadinho exagerado. Aliás, era isso mesmo que a prof de micologia dava a entender que a preocupava. O que contestei ali em cima, no meu comentário, foi a falta de incentivo. Obviamente face às saídas que farmácia tem, não podemos olhar para o assunto da mesma maneira que um engº ou licenciado em química olha.

A ciência é um sistema aberto. A todos.
:)
# por Blogger Andie : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Andie,

Acho que fui mal entendido, então.
O que eu quis dizer, e acho que o disse bem, é que quando toca a investigação científica na área da Saúde, nomeadamente na área farmacêutica, o Curso de Ciências Farmacêuticas deve surgir sempre em primeiro plano. Deve ser uma referência. Não acho que esteja a ser intransigente. Mas cada um é livre de ter a sua opinião. Eu tenho a minha.

Cumprimentos,
RMO
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Quando falam em depreciação da actividade farmacêutica em farmácia comunitária fico revoltado! A actividade em farmácia comunitária, quando desempenhada com responsabilidade, e num ambiente "ético", constitui uma actividade extremamente aliciante! Agora a realidade portuguesa actual, é que é desprestigiante! Assiste-se à contratação de pessoas sem qualquer qualificação (vulgos ajudantes de farmácia, pseudo-técnicos de farmácia, etc...já nem falo dos técnicos de farmácia licenciados, pois estes ao menos ainda tem uma formação de 4 anos, no politécnico) que dispensam medicamentos a par e par com profissionais com formação superior altamente qualificada. Conheço casos de empregadas de limpeza em farmácias de oficina, que começaram a limpar a farmácia e passaram rapidamente a dispensar medicamentos! Ora meus caros, sendo a direcção técnica de farmácias detida por farmacêuticos (ainda que a propriedade nem sempre seja partilhada actualmente), a culpa é de quem? Quem é que está a denegrir a nossa imagem, ao fazer ver aos utentes que qualquer um dispensa "caixinhas"??? Melhor, quantos de nós não assistiram durante o estágio curricular, a dispensas sem receitas medicas de antibióticos, ansiolíticos, etc, por estes ditos pseudo profissionais de farmácia? A resolução deste problema é muito simples: contratação exclusiva de farmacêuticos para farmácia. Os ajudantes, o máximo que poderiam fazer era arrumar os medicamentos, nada mais! Mas infelizmente a fiscalização é algo que praticamente não existe em Portugal, registando-se actualmente, em quase todas as farmácias, contratações de pessoas não formadas, para laborarem directamente com medicamentos!

Fala-se aqui também da reestruturação de alguns cursos e da criação de outros! E fala-se também da possível intervenção da ordem! Ora sendo a actual bastonária, professora catedrática da FFUC, acho que não tenho mais nada a dizer! Mais, verifica-se actualmente que a ordem....não faz nada basicamente! É com tristeza que por exemplo, nos debates semanais da TSF com "as principais ordens do pais", a ordem dos farmacêuticos não seja convidada! Pior, a ordem dos bioquímicos está sempre representada!


Pensem nisto!

J.R.
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Mais umas coisinhas:

- A A.N.F. promove cursos de formação de ajudantes de farmácia, que legalmente não podem trabalhar em farmácia comunitária desde 1999 (ver Decreto-Lei 320/99).
- O INFARMED (esse estado dentro do estado), só em Abril deste ano, cancelou o registo de pratica de ajudantes técnicos, algo que já se encontrava proibido desde 1999!!!

J.R.
# por Anonymous Anónimo : terça-feira, maio 27, 2008

 

 

 

Correcção:
onde se lê: "ordem dos bioquímicos" deve estar "ordem dos biológos"


Cumprimentos

J.R.
# por Anonymous Anónimo : quarta-feira, maio 28, 2008

 

 

 

De facto, e tratando-se apenas de um mero programa de rádio, seria curioso saber porque razão a Ordem dos Farmacêuticos (OF), uma das Ordens profissionais mais antigas do país, não está representada no programa "Na Ordem do Dia" da TSF. Se por vontade da TSF ou se por vontade da OF.
# por Anonymous Anónimo : quarta-feira, maio 28, 2008

 

 

 

É bastante tarde, vou só deixar uma nota e mais tarde pretendo voltar para comentar sobre os diversos pontos que não abordarei.

O RMO não quis dizer que a classe farmacêutica deve açambarcar o conhecimento científico e a produção do mesmo. O que ele (e eu) defende é a uma consciencialização da realidade profissional ao aluno pré-universitário. “Eng Biomédica” está apenas referida como uma segunda escolha ao curso de Ciências Farmacêuticas, não por ser similar, mas pela ignorância da verdadeira essência do que é, a Farmácia.
Por outras palavras, o que nos preocupa é o facto de um estudante mencionar que quer seguir um percurso académico – ainda que utópico – com base na “descoberta de novas curas para dói-dóis” e escolher um “desses” cursos desacertados (C. Biomédicas, F. Biomédica, C. Saúde) por JULGAR que Ciências Farmacêuticas serve única e exclusivamente para trabalhar a nível da comunitária. Mais tarde depara-se com desemprego e com uma realidade fria e dura, onde todos os seus sonhos quiméricos são esborrachados.
Note-se que eu nunca disse que o trabalho em farmácia era desprestigiante, o que eu referi é que diversos colegas por uma má acomodação a desprestigiam.
Outra coisa, quando falei em colegas que querem herdar o negócio de família, refiro-me aqueles que o estão obrigados, e não dignificam em nada a profissão que eventualmente haverão de exercer. Referi também que felizmente deparo-me com diversas excepções.
Amanha assistirei a um colóquio sobre “saídas profissionais” no ISCSEM onde farmacêuticos dos diversos ramos dão a provar um pouco das suas experiencias. Algo bastante positivo que podia começar com os alunos pré-universitários.

Caro peliteiro, o que acha da criação e moderação de um pequeno fórum farmacêutico?
Fico feliz por ver tanta gente envolvida numa discussão tão acesa sobre o tema.

Aluno de Ciências Farmacêuticas do ISCSEM.
# por Anonymous Anónimo : quarta-feira, maio 28, 2008

 

 

 

Sim, do modo como o debate se desenrola, acho que se poderia tentar criar um fórum farmacêutico. É uma boa ideia.
Contem comigo.
# por Blogger Andie : quarta-feira, maio 28, 2008

 

 

 

Tenho todo o gosto que se debatam temas farmacêuticos neste blogue.
De qualquer das maneiras já criei um fórum de discussão, o grupo Farmacêuticos. Basta ter uma conta gmail.
Conto convosco para moderar e divulgar o grupo.
# por Blogger Peliteiro : quarta-feira, maio 28, 2008

 

 

 

A criação do grupo é uma boa ideia.

Tomei a liberdade de transferir para lá este post para que assim o debate lá possa continuar.

Neste link:

http://groups.google.com/group/farmaceutico
# por Anonymous Anónimo : quarta-feira, maio 28, 2008

 

 

 

Em primeiro lugar tenho que pedir desculpa ao autor deste blog. Venho imiscuir-me num assunto que para o qual parece que não tenho aval (não sou farmacêutico, muito menos estudante). Cheguei aqui, como fiz outras centenas de vezes, através do blog de um amigo meu., também ele farmacêutico, com um percurso académico brilhante, extremamente inteligente, mas com a humildade suficiente para saber que o facto de ter um Dr. atrás do nome não lhe o direito de se achar melhor que o seu semelhante. Um farmacêutico que olha para o técnico, não como uma ameaça, mas como um colaborador, para que juntos possam desenvolver um trabalho ético e eficaz em prol dos utentes da farmácia. Nós, os pseudo-técnicos de farmácia, podemos não ter nenhum grau académico, podemos nem ter andado na universidade, mas temos o saber de experiencia feito. E além disso temos a moral de não sermos donos do saber, e temos a consciência perfeita de que não estamos sós no mundo, e que precisamos da ajuda de todos para efectuar com eficácia o nosso trabalho. E apesar de não termos nenhuma ordem de classe que nos proteja da forma exacerbada, apesar de não termos nenhum código deontológico ao qual tenhamos prestado juramento, também sabemos actuar com ética e descrição. Já pensou, que em vez de contratar um técnico, era melhor ter um robot? Claro que vós, os farmacêuticos, são bacteriologicamente puros, livres de qualquer suspeita. Membros de uma raça superior, ao melhor estilo de Hitler, incapazes de praticar qualquer acto eticamente condenável. Ao passo que nós, os pseudo-técnicos de farmácia, filhos de um deus menor, apenas servimos para arrumar umas caixinhas, quiçá limpar o pó. Pois saiba o Sr. Dr. que o decreto-lei 320/99 deu-nos a equivalência, e o Sr. Dr. quando diz pseudo-técnicos de farmácia devia era dobrar a língua e dizer: “Técnico de Diagnóstico e Terapêutica”, vulgo técnico de farmácia. E se alguns de nós, começaram como empregados de limpeza e chegaram a técnicos, isso apenas é sinal que tiveram a capacidade de evoluir, ao contrário do Sr. Dr., que por ser um filhinho do papá e teve hipóteses de estudar e tirar um curso superior, pensa logo que está no topo da evolução, não hesitando ema tratar todos os outros como ralé. Olhe, para além do seu umbigo, e parafraseando o rei Leão, olhe, para além do que se vê…

Armando Tavares
# por Blogger Armando Tavares : sexta-feira, junho 06, 2008

 

 

 

Caro Armando Tavares

Vê-se logo que você nunca estudou...Daí o melhor é não entrar muito por aí.Também há muitos que não estudam porque não querem e não, porque não tiveram possibilidade económica.E acredite,nem toda a gente que estudou é filhinho de papá...discrição nos comentários sff!
# por Anonymous Anónimo : segunda-feira, junho 09, 2008

 

 

 

Em primeiro lugar boa noite... Lamento apenas agora ter lido este post e respectivos comentários e como tal chegar tarde a esta discussão. Queria, antes de mais, salientar que sou Técnico de Farmácia (Licenciado em Farmácia),mestre em química e brevemente Doutor. Em relação ao anteriormente dito por vários dos intervenientes nesta discussão vou acrescentar alguns pontos e esclarecer outros. Então é o seguinte: É um facto que a Licenciatura em Ciencias Farmacêuticas (LCF) é uma licenciatura mais exigente em relação à licenciatura em Farmácia(LF), também é um facto que a LCF é "mais longa" que a LF, mas nehum destes factos inviabiliza a obtenção, por parte do Técnico de Farmácia, do título de Dr. já que ,em portugal, associa-se este titulo ao portador de uma licenciatura, como tal, julgo que não seja uma despropositada "ambição" por parte dos Técnicos de Farmácia que lhe seja reconhecido esse título.
No entanto gostaria de salientar que esta situação mesquinha dos Dr`s me parece, no mínimo ridícula, e só possível neste país de pseudo-intelectuais.
Continuando, em relação á investigação científica, gostava de, recorrendo à minha experiência, referir que a formação base (vulgo licenciatura) de cada indivíduo pode não ser o mais preponderante, características individuais como o empenho, a força de vontade e a capacidade individual tornam-se factores muitos mais diferenciadores. É claro que, e alguém comentava isso mesmo, o número de Técnicos de Farmácia (TF) na investigação é muito reduzido devido ao facto de o mercado de trabalho estar a absorver a totalidade dos profissionais que são formados, mas quando essa situação não se verificar, não tenham dúvidas que o número de TF na investigação vai obviamente aumentar (veja-se bioq, quimic, biologos e outros.
Acreditem que o futuro das profissões e competências vai dar uma reviravolta, força da influência da união europeia, o coorporativismo tal qual "ele" é nos dias de hoje, vai deixar de fazer sentido. Estejam atentos mas não se revoltem contra os TF, eles são Pessoas tal como os Farmacêuticos, umas boas boas outras más, umas competentes outras não. Muito mais haveria a dizer mas a falta de tempo não me permite mais. Deixo este meu comentário na tentativa de "acalmar" os ânimos de alguns e alertar para a falta de nível demonstrada por outros, no fundo, como já referi por outras palavras, respeitem e respeitem-se.
# por Anonymous Anónimo : quarta-feira, março 11, 2009

 

 

 

De facto tem alguma razão, mas falam de engenharia biomédica por exemplo como se fosse algo que algum Português por inspiração criou. Meus amigos, esse curso já existe há mais de 20 anos na América por exemplo ( Biomedical Engineering). Lá são eles que inclusive operam as máquinas, pois são máquinas que fazem parte das operações e têm que ser feitos padrões para cada pessoa ( por exemplo). Com o aumento da tecnologia a nível hospitalar acho muito bem a criação deste tipos de cursos pois isto chegará a Portugal, para benefício directo da população. E também só alguém que não saiba o que são os cursos, podem pensar em CF ou EB, visto que uma é uma engenharia e a outra é basicamente química. Quanto aos outros cursos penso que até têm alguma razão, mas acho mal rebaixarem outras profissões como engenharia química que diferem muito de CF, quanto a Farmácia e Ciências Farmacêuticas sei as diferenças mas não estou dentro do assunto. Saudações e Boa sorte
# por Anonymous Anónimo : quinta-feira, janeiro 14, 2010

 

 

 

Olá colegas...encontrei este sítio por acaso, e fiquei algo curioso...
Eu vou entrar para o meu 1º ano na universidade...e ainda estou a escolher o curso...eu acho o curso de ciências farmacêuticas muito interessante, estou a pensar seriamente em optar pelo mesmo...mas tenho ainda alguams dúvidas...
Gostaria que me elucidassem sobre alguns aspectos do curso:
- empregabilidade/ tipos de empreto
- disciplinas(se sºao interessantes ou não, visto que gosto muito de biologia mas também de matemática)
- dificuldade do curso
- melhor universidade (condições e qualidade de ensino)


Obrigado
# por Anonymous Anónimo : segunda-feira, julho 16, 2012

 

 

 

Caros colegas, esta deve ser a situaçao mais estranha que voces ja ouviram. Frequentei Medicina Veterinaria (M.I.) entre 2005 e 2011, mas confesso que desde o inicio parecia-me nao ser a minha praia em termos de espectativas profissionais, (la esta, primeira opçao Medicina, nos ingénuos 18 anos). Fui-me motivando a pouco e pouco, dias melhores dias piores.. Primeiro emprego: clinica de animais de companhia, 5 meses... nao funcionou... vim para a suiça trabalhar num refugio de animais, trabalho interessantissimo, no ponto de vista da epidemiologia e prevençao de doenças.. Ainda tentei clinica ca mas nao sinto as minhas melhores performances... Como juntei algum dinheiro ca, pensei seriamente na possibilidade d'ingressar ciencias farmaceuticas em Lisboa, mas claro tenho 26 anos , um trabalho a tempo partial tera de ser obrigatorio.... Estou muito motivada para o curso e tenho-me informado imenso, adorava quimica e matematica no 12 ano (até mais que a biologia). Acham que seria tarde? para o mercado de trabalho acabar com 31 anos?
# por Blogger lady_m : terça-feira, dezembro 03, 2013

 

 

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